Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta sexta-feira tem como grande destaque o relatório de emprego nos EUA enquanto que, no Brasil, o mercado ainda digere a vitória de Michel Temer na Câmara e as possíveis consequências para as reformas. Atenção ainda para a intensa temporada de balanços. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Todos os olhos dos mercados internacionais se voltam para o relatório de emprego dos EUA a ser revelado nesta manhã. Assim, o dólar recua ante principais pares com investidores em compasso de espera, enquanto a investigação de relações do presidente Donald Trump com a Rússia continuam movimentando a esfera política. 

No mercado de commodities, o petróleo cai com investidores avaliando dados de produção e estratégia da Opep, enquanto o minério de ferro futuro sobe mantendo o cenáiro positivo traçado por executivo da Vale para empresas do setor. De acordo com o diretor financeiro da Vale Luciano Siani afirmou em entrevista à Bloomberg, o minério está no “ponto ideal” e a companhia aposta na commodity entre US$ 60-70 a tonelada. 

Às 8h23, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,24%

*FTSE (Reino Unido) +0,21%

*DAX (Alemanha) +0,15% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,12% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,35% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,38% (fechado)

*Petróleo WTI -0,43%, a US$ 48,82 o barril

*Petróleo brent -0,42%, a US$ 51,79 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +1,10%, a 549 iuanes

 * Minério de ferro negociado em Qingdao 62% +1,63%, a US$ 74,12 a tonelada

2. Noticiário político

O noticiário político desta sexta-feira ainda tem como foco o desenrolar da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, após a vitória dele na última quarta-feira. Conforme destaca o jornal Folha de S. Paulo, os partidos da base aliada do governo que votaram em massa a favor do peemedebista estão cobrando o seu preço. As legendas elevaram a a pressão por cargos ocupados por “infiéis”. Eles fazem duas ameaças principais, aponta o jornal: travar a discussão da reforma da Previdência e até retirar apoio ao presidente na votação de uma provável segunda denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria Geral da República). Veja mais clicando aqui. 

Aliás, ontem, tanto Temer quanto o ministro da Fazenda Henrique Meirelles deram entrevistas manifestando otimismo sobre as reformas. Em entrevista à rádio Band News, na tarde de ontem, Temer disse sentir-se “fortalecido” para aprovar a reforma da Previdência, enquanto Meirelles disse que a expectativa do governo é aprovar até outubro a reforma da Previdência e até, no máximo, novembro a reforma tributária. Já nos bastidores, a Folha informa que Temer consultou líderes da base sobre a possibilidade de começar a votação do projeto na primeira quinzena de setembro e finalizá-la até o final de outubro, mas há resistências entre deputados governistas tanto em relação ao conteúdo como ao calendário. Assim, em conversas, o presidente reconheceu a necessidade de reorganizar a base antes dessa votação.

3. Sinais pós-votação da denúncia

De acordo com Samar Maziad, vice-presidente e principal analista para o Brasil da Moody´s, se o governo elevar a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões não haverá alteração da classificação do rating soberano do Brasil. Como proporção do PIB, essa elevação será de apenas 0,1% para 2,5% do PIB. Conforme destaca a LCA Consultores, para ele, pesa muito na classificação brasileir  a credibilidade da equipe econômica que foca a agenda de reformas de médio prazo e a solidez da economia. 

No final da tarde de ontem, analistas do JPMorgan elevaram o crédito soberano do Brasil para overweight. Eles apontaram que a vitória de Michel Temer na Câmara reduz as incertezas políticas e melhora a perspectiva da aprovação da reforma da Previdência. O crédito soberano do Brasil foi elevadouma vez que é esperado que seu desempenho supere o de se seus pares no curto prazo, dado que níveis atuais de valuation e posicionamento de investidores ainda estão abaixo dos observados antes das denúncias contra Temer.

Vale destacar a fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. reiterando a sinalização de que a Selic pode ser reduzida em 100 pontos base na reunião do Copom de setembro, se as condições que vigoravam em julho forem mantidas. Foram mencionados por ele a elevada ociosidade econômica, a inflação projetada abaixo da meta e a recuperação gradual da economia.

Por fim, atenção para a nova suspensão do aumento dos combustíveis em todo o país, segundo decisão do  juiz federal Ubiratan Cruz Rodrigues, da 1ª Vara Federal de Macaé (RJ). Ele atendeu a uma ação popular contra os efeitos do decreto assinado pelo presidente Michel Temer, no último dia 20, que aumentou as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a comercialização de gasolina, óleo diesel e etanol.  O reajuste nas alíquotas do PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol foi determinado por meio de decreto presidencial no dia 20 de julho.  A alíquota subiu de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passoude R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, antes zerada, aumentou para R$ 0,1964.

4. Agenda econômica

O grande destaque da agenda internacional, destaque para os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos às 9h30.  De acordo com a Rosenberg, o mercado de trabalho vem registrando meses de firme geração de postos de trabalho, enquanto a estimativa média de analistas consultados pela Bloomberg é de criação de 180 mil vagas de trabalho e taxa de desemprego a 4,3%. O desempenho do mercado de trabalho, em conjunto com a inflação, é importante balizador da política monetária implementada pelo Fed, atualmente no ritmo mais gradual de aperto de sua história. Atenção ainda para os dados da balança comercial de junho no país. Já no Brasil, destaque para os dados de produção e vendas de veículo da Anfavea a serem revelados às 11h20. 

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo tem como foco, mais uma vez, a intensa temporada de balanços. A Smiles registrou lucro líquido de R$ 146,2 milhões no segundo trimestre, uma alta de 18,3% ante o mesmo período do ano passado. Já a Multiplus fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 125,9 milhões, uma queda de 7,7% em relação ao mesmo período de 2016, Enquanto isso, a SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 80,6 milhões no segundo trimestre, uma queda de 36,3% na comparação anual. Ser Educacional também divulgou seus números. 

Fora da agenda de resultados, o Magazine Luiza reiterou a suspensão de estudos sobre oferta pública, a Lojas Renner teve a recomendação cortada para neutra pela Bradesco Corretora, enquanto a Valor informa que os sócios da Braskem querem levar a sede da petroquímica para os EUA. Por fim, a JBS anunciou a venda de 19,43% da Vigor para a Lala por R$ 1,11 bilhão. 

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.