Banco lista as 10 grandes apostas na bolsa para a temporada de balanços do 2° trimestre

Das boas surpresas, ele aponta 5 ações: Itaú Unibanco, Rumo, Iochpe-Maxion, Telefônica Brasil e Usiminas 

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com a temporada de balanços prestes a começar no Brasil (veja aqui o calendário), o Santander divulgou nesta sexta-feira (14) uma prévia do que está por vir, com suas 10 apostas na bolsa para esse segundo trimestre, divididas entre as 5 ações que devem surpreender positivamente e as 5 possíveis decepções.

Vendo uma confirmação do ponto de inflexão nos resultados do segundo trimestre, o analista João Noronha, que assina o relatório do banco, vê como grande destaque na temporada as empresas cíclicas e voltadas para o mercado interno (a categoria que o banco tem mais recomendações “overweight”, ou seja, com exposição acima da média). 

“Acreditamos que o fundo dos resultados de 2017 pode ter ficado para trás e nós esperamos que a tendência positiva continue neste ano, com companhias se beneficiando da melhora da economia brasileira e contínua queda na taxa de juros”, comentou. 

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Para ele, a tendência de balanços mais saudáveis das empresas brasileiras deve seguir para o 2° trimestre, com crescimento de 1,7% na receita líquida consolidada na comparação anual, expansão de 5% no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e 10% no LPA (Lucro Por Ação), com impacto positivo na desalavancagem financeira. 

A expectativa, diz, é que 71% das empresas do seu universo de cobertura mostrem crescimento na margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida), contra 58% no 1° trimestre, com 56% registrando aumento real no lucro líquido na comparação anual. 

Do lado das apostas para o trimestre, ele destaca como possíveis surpresas positivas os setores de transporte, saúde, óleo & gás, telecomunicações e bens de capital. Do lado negativo, as empresas de alimentos & bebidas, papel e celulose, construção civil. 

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Abaixo, as 10 empresas que ele antecipa os possíveis movimentos do mercado – sendo 5 para cima e 5 para baixo. São elas: 

Das surpresas positivas: 

Itaú Unibanco (ITUB4): “Esperamos uma expansão de 1% no lucro líquido na comparação trimestral (ou +12% ano a ano), com o ROAE de 21,5% (vs 21,4% no trimestre passado). Esse desempenho deve ser suportado por uma forte queda nas despesas com provisões (-17% na comparação trimestral). Mesmo considerando um elevado “write-offs” (4,5% da média dos empréstimos) e estável NPLs (créditos inadimplentes), essa performance deve ser suficiente para cobrir em 100% da criação de NPL. Dito isto, se nossas expectativas para o 2° trimestre forem concretizadas, vemos um amplo espaço para o Itaú alcançar nossas projeções para o ano”.

Rumo (RAIL3): “Embora esperemos um trimestre em linha com as expectativas do mercado, o 2° trimestre deve ser forte (com Ebitda crescendo em cerca de 25% na comparação anual). Positivo para ver a empresa em bom caminho para cumprir o plano de investimentos para este ano (guidance de cerca de Ebitda de R$ 2,7 bilhões no final do ano)”. 

Iochpe-Maxion (MYPK3): “Esperamos que a empresa mostre um crescimento de 7,3% nas vendas e que a expansão de 13% no Ebitda sustente um aumento na margem de 60 pontos-base na comparação anual. Projetamos um lucro líquido de R$ 37,8 milhões este trimestre (contra perdas no mesmo período de 2016). Esperamos que o desempenho positivo do papel continue, guiado por melhores resultados operacionais e ainda atrativo valuation”.

Telefônica Brasil (VIVT4): “Esperamos sólidos resultados devido à aceleração do crescimento em ultra-banda larga (mais de 30% na comparação anual), como consequência de uma sólida implementação da rede de fibra no 1° semestre, expansão das receitas de serviços móveis (+4,4% na comparação anual) e expectativa de que alcance Ebitda de R$ 3,514 bilhões, com margem de 33,2% (+250 pontos-base na comparação anual), a maior da história para um segundo trimestre”. 

Usiminas (USIM5): “Apesar de estimar uma queda no Ebitda frente a uma forte base no 1° trimestre, projetamos resultados saudáveis para a empresa nessa temporada. Um marginal aumento nos preços do aço e uma pressão mais suave nos custos dos preços mais elevados do carvão deve resultar em um Ebitda de R$ 411 milhões no 2° trimestre, queda de 23% na comparação trimestral, mas seis vezes acima do que o visto no mesmo período de 2016”. 

Das surpresas negativas:

SulAmérica (SULA11): “Esse trimestre deve ser fraco, com uma queda da receita líquida de 1% na comparação anual, em função da queda contínua da Selic, que afeta negativamente os resultados financeiros da empresa e uma dinâmica de preços de seus planos de saúde, cuja maior parte (cerca de 70%) é reeditada na segunda metade do ano. Com isso, o recente aumento de 19,2% no portfólio de PMEs, juntamente com taxas semelhantes aos segmentos Affinity e Corporate não serão capturados nesse resultado. No entanto, olhando além do 2° trimestre, acreditamos que as perspectivas para a empresa podem melhorar a partir da segunda metade deste ano”. 

Santos Brasil (STBP3): “Vemos resultados muito fracos, refletindo a perda de um importante contrato (cerca de 15% do volume da empresa no porto de Santos). O fraco Ebitda estimado no trimestre deve sugerir ao consenso que o Ebitda de R$ 128 milhões no ano é altamente desafiador para a empresa. Embora seja uma informação pública que a empresa perdeu esse importante contrato, o resultado negativo pode ser uma surpresa para alguns investidores”.

Ultrapar (UGPA3): “Esperamos resultados operacionais fracos, o que, em nossa opinião, está parcialmente precificado na ação, principalmente, por conta de volumes ainda fracos de combustíveis na unidade de distribuição, que esperamos que o 2° trimestre seja um ponto de inflexão para a empresa, bem como resultados fracos no negócio de produtos químicos, para os quais a recuperação tem sido gradual. Como resultado desta combinação desfavorável e esperada, esperamos que o Ebitda da empresa caía em 3% na comparação com o ano anterior e o lucro líquido em 7%”.

Totvs (TOTS3): “Esperamos resultados negativos devido a receitas de licenças fracas, seguindo a tendência negativa do 1° trimestre (-14% na comparação anual), manutenção da receita e expectativa de contração de margem Ebitda de 270 pontos-base devido ao maior custo de R&D em software, dinâmica de inflação perversa e maiores despesas com publicidade/venda, embora a maior parte do aumento seja sazonal”.

Duratex (DTEX3): “Prevemos uma melhora tímida dos números operacionais da empresa a partir da base de comparação fraca do 1° trimestre de 20117. A falta de demanda marginal e a estratégia da empresa para favorecer a operação de margens prejudiciais para a participação no mercado devem ter seu impacto no 2° trimestre. Se nossas estimativas dos resultados forem precisas, a empresa apresentará no 1° semestre apenas 37% de nossa estimativa do Ebitda do ano todo, abrindo espaço de revisões para baixo em suas projeções”.