Estatal desaba 8% com possível oferta de ações; só 13 das 58 ações do Ibovespa fecham em alta

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após duas altas seguidas, o Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (8), com os investidores de olho em mais um dia do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (acompanhe aqui) e voltando a se preocupar com o rumo do governo. Além do cenário político interno, as eleições parlamentares no Reino Unido e a audiência pública do ex-diretor do FBI elevou a aversão ao risco nos mercados. 

Com isso, o índice encerrou em queda de 0,64%, a 62.763 pontos, com apenas 13 das 58 ações operando no positivo nesta sessão. Destaque para as ações da Vale e siderúrgicas, que figuraram entre as maiores altas do Ibovespa apesar do dia de queda do minério.  

Por aqui, os investidores digeriam também o relatório da Verde Asset, divulgado ontem à noite. Gestores do fundo capitaneado por Luis Stuhlberger optaram por reduziu sua exposição em ações brasileiras com chances menores para a aprovação da reforma da Previdência após o dia 17 de maio.

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Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa nesta quinta-feira:

Copel (CPLE6, R$ 25,70, -7,69%)

As ações da Copel desabaram nesta sessão, após a empresa confirmar que estuda uma oferta de ações. Na mínima do dia, os papéis chegaram a cair 11,3%, a R$ 24,70, no menor nível desde junho de 2016. Essa é a primeira queda da ação em três dias. 

Nesta manhã, a estatal paranaense de energia confirmou que avalia uma eventual oferta de ações, como parte de um estudo abrangente de otimização de caixa, com o objetivo de suportar o plano estratégico de crescimento sustentável da companhia. Mais cedo, o Valor Econômico informou que companhia pretende captar cerca de R$ 4 bilhões com a oferta, citando que a operação deve reforçar o caixa da empresa e, pode, no limite, levar uma diluição da participação do governo do Paraná na empresa.

Vale (VALE3. R$ 27,02, +2,16%; VALE5, R$ 25,52, +2,08%)

As ações da Vale subiram apesar da queda dos preços do minério de ferro. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa de Dalian caíram 2,08% nesta sessão, a 423 iuanes. 

No radar, o novo presidente da Vale, Fabio Schvartsman, deve reduzir o número de diretores executivos da companhia de 6 para 4, enquanto 4 diretores de departamento ficarão diretamente ligados a ele, diz Ancelmo Gois, colunista de O Globo. 

O movimento foi acompanhado pelos papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 18,34, +1,33%) – holding que detém participação na mineradora – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,57, +2,46%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,47, +3,00%), CSN (CSNA3, R$ 6,60, +2,01%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,01, +1,26%). 

Petrobras (PETR3, R$ 13,74, +0,44%; PETR4, R$ 12,89, +0,16%)
As ações da Petrobras fecharam entre poucas perdas e ganhos, em mais um dia de queda dos preços do petróleo. Ontem, a commodity caiu 5% com o mercado preocupado com os níveis de estoques da commodity nos Estados Unidos. Hoje, os contratos do petróleo WTI caíram 0,2%, a US$ 45,62 o barril. 

No radar da estatal, o Pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região manteve na quarta-feira a suspensão da liminar que determinava a paralisação da venda dos 90% detidos pela estatal na Nova Transportadora do Sudeste (NTS), segundo comunicado. Em 4 de abril, Petrobras finalizou venda de fatia na NTS para Nova Infraestrutura Fundo de Investimentos em Participações, gerido pela Brookfield Brasil. 

Petrobras diz ainda no comunicado que em outro processo, relacionado à Unidade de Fertilizantes UFN III de Três Lagoas foi suspensa até 11 de setembro de 2017, em atendimento à decisão do juiz da 1ª Vara Federal de Três Lagoas/MS em 5 de junho, de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal. A ação do MPF objetiva a retomada das obras de implantação da unidade e a proibição de venda deste ativo pela Petrobras. “Foi também revogada a decisão que determinou que a companhia se abstivesse de negociar ou alienar o referido empreendimento”.

Além disso, a Petrobras informou que notificou a empresa Âmbar, pertencente à J&F, que está rescindindo antecipadamente o contrato de fornecimento de gás natural para a usina termelétrica Mário Covas (UTE Cuiabá), devido à violação de cláusula contratual que trata da legislação anticorrupção. A estatal disse que em virtude do descumprimento das cláusulas contratuais por parte da Âmbar, irá cobrar uma indenização de R$ 70 milhões, considerando o prazo remanescente do contrato entre a data efetiva da extinção, que ocorre 10 dias após a notificação, e o seu término original, que seria em 31 de dezembro deste ano.

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 70,27, -0,61%)

O Pão de Açúcar teve a recomendação elevada de equalweight para overweight por Brasil Plural, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 60 para R$ 85.

Aéreas

A Câmara dos Deputados adiou para a próxima semana a votação em plenário do projeto de lei do Executivo que retira os limites à participação do capital estrangeiro em companhias aéreas que operam no Brasil.  “O projeto não tem um texto maduro”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao anunciar o adiamento. Segundo parlamentares ouvidos pela Reuters, ainda não há consenso para votar a matéria. As empresas aéreas estrangeiras atualmente podem ter no máximo 20% de participação com direito a voto em empresas brasileiras.

As ações das aéreas registraram queda nesta sessão: Gol (GOLL4, R$ 7,90, -5,16%) e Azul (AZUL3, R$ 22,90, -2,84%). Vale menção que hoje é a primeira queda das ações da Gol, após acumularem alta de 10,7% nos últimos dois dias. Ontem, os papéis subiram na esteira do anúncio da Smiles de que será incorporada pela Webjet. A operação permitirá que a empresa de fidelidade se apropriar de uma enorme vantagem fiscal. Considerando uma alíquota de imposto de renda de 34%, a operação vai gerar um lucro de R$ 189 milhões para a empresa, ou R$ 1,54 por ação. Como ela distribui 100% do resultado em dividendos, isso significa um dividend yield (considerando o fechamento da última terça-feira) de 2,5%. 

Veja mais: O “presente extra” de R$ 189 milhões que uma das vencedoras da bolsa deve dar aos acionistas ainda este ano

Kroton (KROT3, R$ 14,31, -1,24%) e Estácio (ESTC3, R$ 17,12, -0,41%)

 O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estendeu por 30 dias o prazo de análise da fusão entre Kroton Educacional e Estácio Participações, informaram as empresas em comunicado ao mercado nesta quarta-feira.

Como resultado, o prazo final para conclusão do processo passou a ser 27 de julho de 2017, de acordo com o documento. Separadamente, a Kroton informou que ainda não há acordo com o Cade sobre eventuais desinvestimentos necessários para aprovação da combinação de negócios com a Estácio.

Na segunda-feira, a Reuters noticiou que o julgamento no Cade havia sido adiado para 28 de junho, após a conselheira e relatora do caso na autarquia sinalizar duros remédios para liberação da fusão. Entre as alternativas, ela teria proposto a venda da Anhanguera ou, até mesmo, de toda a marca Estácio, disseram fontes à Reuters.

JBS (JBSS3, R$ 7,48, -2,86%)

O noticiário corporativo sobre JBS segue bastante movimentado.  A companhia disse na quarta-feira que nenhum ativo estratégico nos Estados Unidos ou em outras partes do mundo são elegíveis para serem vendidos, um dia após anunciar um acordo de venda de suas operações na Argentina, no Uruguai e no Paraguai para a Minerva.

O acordo com a Minerva foi o primeiro do tipo da JBS desde que seus fundadores admitiram ter pago propina para políticos no Brasil em troca de favores, em um escândalo que envolveu o presidente Michel Temer. A JBS disse ainda que buscará oportunidades de negócios que possam reduzir a volatilidade e melhorar suas margens, além de ressaltar que a Pilgrim’s Pride é um ativo fundamental para sua estratégia de longo prazo.

Já o Valor destaca que representantes da JBS informaram ao Ministério Público Federal, na segunda-feira, que a Caixa Econômica Federal teria suspendido, de forma repentina, o crédito da empresa na instituição, conforme destacado na véspera pela Reuters. O corte seria uma retaliação do governo ao fato de os donos da J&F terem feito delação premiada que compromete o presidente Michel Temer. 

A Folha, por sua vez, informa que a companhia trava uma disputa com a Receita Federal de R$ 2,4 bilhões, valor que a empresa deve ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em contribuições previdenciárias e que representa 1,4% de suas receitas. 

Ainda sobre a Receita e a JBS, a coluna do Estadão informa que  Receita Federal instaurou processo disciplinar para apurar denúncia feita por delator da JBS de que a empresa pagou propina em troca da liberação de créditos tributários. A investigação já produziu resultados. Um servidor que há anos era o único responsável por cuidar das demandas da JBS foi afastado da função. O nome é mantido sob sigilo porque a sindicância está em curso. A próxima pergunta a ser respondida é se ele agia sozinho ou em parceria com outros servidores. Na delação, a JBS não deu maiores detalhes do esquema.

Cesp (CESP6, R$ 16,50, -0,30%)
O leilão que o governo do Estado de São Paulo prepara para vender sua participação na elétrica Cesp, na qual é controlador, está previsto para acontecer em setembro deste ano, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto. O governo paulista possui 40,5 por cento do capital da Cesp, com 95 por cento das ações ordinárias, com direito a voto. A companhia opera três hidrelétricas em São Paulo que somam 1,65 gigawatts em capacidade instalada. Se vender toda sua participação, o governo paulista poderia levantar algo próximo de 2 bilhões de reais, considerando os valores atuais das ações ordinárias e preferenciais.

Segundo uma das fontes, que falou sob anonimato porque as discussões não são públicas, estão sendo fechados os últimos detalhes para a venda do controle da companhia, e a data de setembro tem sido considerada “possível e conveniente” pelas partes envolvidas.

(Com Reuters)