JBS dispara 22% com rumor de venda de 3 empresas; “trio da celulose” dispara até 6% e Petrobras recua

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta segunda-feira

Paula Barra

(Bloomberg)

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SÃO PAULO – Depois de dois pregões seguidos de ganhos, o mercado faz uma pausa nesta quinta-feira (25), com a crise política como pano de fundo e forte queda do petróleo no mercado internacional. O Ibovespa fechou praticamente no zero a zero (-0,05%) nesta quinta-feira (25), a 63.226 pontos, entre queda da Petrobras e bancos e alta da Vale. Já a JBS foi o grande destaque positivo do dia, com ganhos de 23%, após derrocada recente. O movimento foi puxado por rumores de que o grupo controlador, a holding J&F, venderá a Alpargatas, Eldorado e Vigor. 

Ainda no positivo, chamou atenção as ações das empresas de papel e celulose – Fibria, Suzano e Klabin -, com ganhos acima de 5%. Com a alta, as ações da Fibria atingiram o maior patamar desde o dia 3 de março. Do fechamento da quarta-feira (antes da “bomba” atingir Brasília) e hoje, esses papéis acumulam ganhos de 27%.  

Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 14,46, -2,36%; PETR4, R$ 13,74, -1,43%)
As ações da Petrobras viraram para forte queda nesta tarde, pressionadas pelos preços do petróleo. Os contratos do petróleo WTI afundaram cerca de 5% nesta tarde, a US$ 48,90, após a decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de estender em nove meses, até março de 2018, os cortes de produção da commodity decepcionar o mercado. Na mínima do dia, as ações ONs da Petrobras caíram 2,43%, a R$ 14,45, enquanto as PNs recuaram 2,22%, a R$ 13,63.

No radar da estatal, em coletiva com a imprensa nesta manhã, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a ampliação do corte na produção de petróleo em nove meses, acertada por integrantes da Opep nesta quinta-feira, é positiva para sustentar os preços da commodity e favorável para o plano de investimentos da Petrobras. 

Parente afirmou que iniciativas para a sustentação de preços são bem-vindas, uma vez que a empresa tem um plano investimentos para o período de 2017 a 2021 de cerca de 75 bilhões de dólares, enquanto busca reduzir sua enorme dívida. “Para a Petrobras é muito interessante e muito positivo, e certamente o nível de preços perto de 54 dólares, esse valor é bem superior que o valor do ano passado”, declarou ele a jornalistas nesta quinta-feira.

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Vale (VALE3, R$ 27,70, +0,65%; VALE5, R$ 26,18, +0,58%)
As ações da Vale se descolaram dos preços do minério de ferro e da queda do mercado doméstico e fecharam em alta. Seguiram o mesmo caminho os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 18,57, +0,65%) – holding que detém participação na Vale – enquanto as siderúrgicas, com CSN (CSNA3, R$ 6,95, +1,02%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,54, -1,24%), Metalúrgica (GOAU4, R$ 4,45, -0,22%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,07, +0,49%) fecharam entre perdas e ganhos. 

Hoje, o minério spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, caiu 0,46%, a US$ 60,24 a tonelada, enquanto o contrato futuro mais ativo do minério na bolsa de Dalian (DCIOcv1), para setembro, fechou em baixa de 4%, a 448 iuanes (US$ 65 dólares) por tonelada. A commodity caiu 7 por cento na quarta-feira, na maior queda em mais de duas semanas. O mercado de minério de ferro foi o mais afetado pelo rebaixamento da China pela Moody’s entre os futuros de commodities do país.

Eletrobras (ELET3, R$ 13,69, -1,72%; ELET6, R$ 17,06, -3,23%)
As ações da Eletrobras viraram para queda, depois de subirem mais de 10% nos últimos 2 pregões. O otimismo recente veio guiado pelo anúncio do plano de aposentadoria voluntária da empresa para até 4.607 empregados, incluindo holding e subsidiárias. Apesar dos ganhos, o movimento positivo ainda não apaga as perdas registradas nos três dias pós-divulgação da “delação bomba” de Joesley Batista, quando as ações caíram 22%. 

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O plano de aposentadoria da Eletrobras faz parte das iniciativas previstas no Plano Diretor de Negócios e Gestão para o período 2017-21. A iniciativa, chamada de Plano de Aposentadoria Extraordinária da Eletrobras (PAE), está sendo implantada simultaneamente na holding e nas empresas Eletrobras CGTEE, Cepel, Chesf, Eletronuclear, Eletronorte, Eletropar, Eletrosul e Furnas, segundo explicou a elétrica.

Em comunicado, a empresa disse que as adesões voluntárias ao PAE foram divididas em dois períodos, sendo o primeiro até o dia 30 de junho, enquanto o segundo ocorrerá entre 10 e 31 de julho. Os desligamentos ocorrerão entre junho e dezembro de 2017.

JBS (JBSS3, R$ 8,21, +22,54%)
As ações da JBS voltaram a disparar nesta sessão, em meio à notícia de que o grupo J&F – que controla a empresa – contratou o Bradesco BBI para vender as empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo e teria sido confirmada com uma fonte próxima à empresa e uma fonte próxima ao banco. 

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Vale menção que no início desta semana uma notícia da Reuters apontava que a empresa teria contrato o mesmo banco – Bradesco BBI – para a venda de ativos, no entanto, poucos horas depois a assessoria de imprensa da J&F negou a informação. 

Além disso, no noticiário da JBS, em resposta a questionamento da CVM sobre motivos pelos quais a companhia não divulgou fato relevante ao mercado sobre acordo de colaboração premiada, quando já circulavam notícias a respeito desde a noite de 17 de maio de 2017, a JBS disse que divulgou comunicado no dia 18 de maio, mesmo dia em que tomou conhecimento das informações, quando foram disponibilizadas pelo ministro Edson Fachin.

Até então informação era desconhecida pela empresa porque homologação do acordo de colaboração estava condicionada ao sigilo, disse ela, citando que apenas os 7 colaboradores a conheciam. A companhia afirmou também que as provas produzidas no acordo não são inteiramente conhecidas. A JBS afirmou que voltará aos seus acionistas e ao mercado quando vier a conhecer fatos certos e efetivamente ocorridos que se mostrarem relevantes. 

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 O empresário Wesley Batista e seus advogados apresentaram na quarta-feira contraproposta de pagamento de 4 bilhões de reais para acordo de leniência do grupo J&F junto ao Ministério Público Federal do Distrito Federal, que foi recusada pela órgão. O MPF-DF propôs pagamento de cerca de 11 bilhões de reais pela J&F para aceitar acordo de leniência. A primeira proposta do grupo controlador do frigorífico JBS havia sido de 1 bilhão.

Por fim, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu ontem no plenário da Casa o requerimento de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a internacionalização de empresas brasileiras. Uma das linhas de crédito do BNDES permitiu a internacionalização da JBS a partir de 2007, segundo Senado Notícias; além do financiamento à JBS, BNDES comprou uma participação na companhia. por meio da BNDESpar.

Exportadoras

As ações das exportadoras voltaram a aparecer entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, em meio à alta do dólar. Destaque para as empresas do setor de papel e celulose, que subiram entre 5% e 6%. São elas: Fibria (FIBR3, R$ 36,95, +6,03%), Klabin (KLBN11, R$ 36,95, +5,12%) e Suzano (SUZB5, R$ 15,18, +5,05%). Com essa alta, as ações da Fibria atingiram hoje o maior patamar desde 3 de março; elas acumulam alta de 27% do fechamento da quarta-feira (antes da “bomba” atingir Brasília) até hoje.

Também beneficiadas pelo câmbio subiram as ações da BRF (BRFS3, R$ 45,87, +2,50%), Embraer (EMBR3, R$ 16,76, +2,38%) e Braskem (BRKM5, R$ 33,33, +2,15%).

Nesta sessão, o dólar comercial fechou em alta de 0,12%, a R$ 3,2824 na compra e R$ 3,2830 na venda. 

 Qualicorp (QUAL3, R$ 27,85, +0,11%)

As ações da Qualicorp pausaram os ganhos, após subirem 3,09% na máxima desta sessão. Ontem, os papéis subiram forte após elevação de recomendação pelo Bradesco BBI para outperform, com preço-alvo sendo elevado de R$ 23,00 para R$ 33,00. Conforme apontam os analistas do banco, a companhia “finalmente implementou os cortes de custos que levaram a uma margem EBITDA de cerca de 47% no primeiro trimestre”.

“Mas, mais importante, estamos mais confiantes de que a empresa esteja adotando uma melhor alocação de recursos, onde os custos não devem mais ser desconectados dos volumes. Com base nessa racionalidade, vemos suporte para uma expansão de margem Ebitda em vários anos, gerando melhores resultados, apoiando múltiplos e justificando nossa atualização para Outperform”, apontam, destacando que a redução mais relevante decorreu dos custos / despesas com pessoal, que caíram 13% no período. 

Ser Educacional (SEER3, R$ 22,85, -0,26%)
 A Ser Educacional cancelou a oferta pública primária de ações, com esforços restritos de colocação, por meio da qual pretendia levantar até 445 milhões de reais, informou a empresa em comunicado divulgado na noite de quarta-feira.

No documento, a companhia diz que a demanda de investidores foi suficiente, mas que seu conselho de administração avaliou que o preço por ação a ser fixado após o processo de bookbuilding “não refletiria a perspectiva de rentabilidade futura” da empresa.

Em 14 de janeiro, a Ser anunciou os planos de ofertar 17.429.152 ações ordinárias, de modo a captar recursos para financiar a expansão dos negócios, por meio de aquisições ou investimento em crescimento orgânico, incluindo pólos de ensino à distância (EAD) e presenciais.

 BR Properties (BRPR3, R$ 8,80, -0,34%)

A BR Properties fechou acordo visando a aquisição da totalidade do Condomínio Centenário Plaza, composto pelas unidades autônomas do Edifício Plaza Centenário e do Edifício Centenário, disse a empresa em fato relevante ao mercado. A aquisição, no valor de R$ 433,4 milhões, está sujeita à satisfação de determinadas condições, incluindo a aprovação do conselho de administração da companhia, disse a BR Properties

Oi (OIBR4, R$ 3,63, +4,91%)

O investidor Nelson Tanure teria comprado na segunda-feira 6,15% do capital da portuguesa Pharol, acionista da Oi, diz Ancelmo Gois, colunista de O Globo, citando informações do mercado. 

CSN (CSNA3, R$ 6,95, +1,02%)

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que não foi possível arquivar as demonstrações financeiras de 2016 do Formulário 20-F, documento que as empresas são obrigadas a arquivar junto à U.S. Securities and Exchange (SEC), para continuarem listadas na New York Stock Exchange (NYSE).

A empresa afirma que trabalha com seus auditores externos em tratamentos contábeis relacionados à aquisição da Namisa pela CSN Mineração, em novembro de 2015.

Recomendações

Recomendações de 5 empresas estão no radar do mercado desta quinta-feira. São elas: a Azul (AZUL4, R$ 25,11, +4,84%) teve cobertura iniciada com recomendação outperform pelo Safra e preço-alvo de R$ 30,00, enquanto a  Cielo (CIEL3, R$ 23,50, +0,51%) foi elevada de manutenção para compra por Planner Corretora, com o preço-alvo sendo levemente reduzido de R$ 30,83 para R$ 30,00. Já o JPMorgan fez três revisões de recomendação: reduziu EzTec (EZTC3, R$ 18,13, -3,77%) de overweight para neutro com preço-alvo de R$ 19,00, enquanto elevou Even (EVEN3, R$ 3,90, -1,27%) com preço-alvo de R$ 5,00 e TIM (TIMP3, R$ 9,84, +2,61%) de neutra para overweight.