Pão de Açúcar e mais 3 ações saltam até 10% após resultados; Vale sobe 3% com minério

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (28)

Lara Rizério

(Divulgação)

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Vale (VALE3, R$ 27,60, +2,87%;VALE5, R$ 26,43, +3,24%)
Após despencar na véspera em meio às incertezas com o minério de ferro e apesar do resultado forte, as ações da Vale registram uma sessão de recuperação nesta sexta-feira, guiada justamente pela alta da commodity. O minério de ferro negociado em Qingdao fechou em alta de 2,38%, a US$ 68,80, enquanto o negociado em Dalian subiu 4,41%, a 521 iuanes, com as usinas recompondo estoques. 

Além disso, o GBM elevou a recomendação dos ADRs da companhia de market underperform para market perform, que também reduziu o preço-alvo dos papéis  de US$ 10,70 para US$ 8,00. As ações da holding Bradespar (BRAP4, R$ 19,63, +2,63%) também sobem forte, assim como as siderúrgicas, que avançam com a alta de commodities. Usiminas (USIM5, R$ 4,24, +2,17%), CSN (CSNA3, R$ 7,74, +1,84%) e Gerdau (GGBR4, R$ 9,83, +1,55%) sobem forte nesta sessão. 

Petrobras (PETR3, R$ 14,59, +2,82%;PETR4, R$ 14,04, +2,26%)

Os papéis da Petrobras registram um dia de ganhos seguindo a cotação do petróleo. O WTI avança 1,18%, a US$ 49,50 o barril e o brent sobe 0,74%, a US$ 51,82, em meio à expectativa pela extensão nos cortes de produção da commodity. 

Já no radar da estatal, o estatuto social foi alterado, como definido em assembleia geral extraordinária (AGE) que acontece na sede da empresa. Ao todo, foram revistos 27 itens do estatuto. Com a mudança, a Petrobras passa, entre outras alterações, a ter o direito de constituir ou extinguir subsidiárias que tenha como único objetivo a detenção de participações acionárias.

Também foi aprovado o último item da pauta da AGE, que insere novos requisitos à contratação de executivos para a diretoria, conselho de administração e conselho fiscal da companhia, dentro da nova política de governança corporativa.

TIM (TIMP3, R$ 10,62, +2,61%)
A TIM vê suas ações em expressiva alta após registrar lucro líquido de 132 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 3,3 por cento sobre o resultado obtido um ano antes, divulgou a companhia de telecomunicações nesta quinta-feira. A operadora teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,263 bilhão de reais, crescimento de 8,7 por cento sobre o desempenho de um ano antes.

O Santander destacou esperar reação levemente positiva a resultados que “mais uma vez, foram sólidos”; “esperamos que os resultados permaneçam em tendência positiva no médio prazo”.

RD, ex-Raia Drogasil (RADL3, R$ 66,55, +0,83%)
A rede de varejo farmacêutico RD, antiga Raia Drogasil tem leve alta após o balanço. A companhia encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 105,4 milhões, alta de 17% ante o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela empresa nesta quinta-feira. 

O BTG Pactual aponta a alta da receita líquida em meio ao ganho de participação de mercado, mas o destaque fica para a expansão da margem Ebitda, que aumentou 20 pontos-base, para 7,5%, o que corrobora uma visão mais positiva para a empresa em 2017, apesar da pressão existente em meio ao aumento menor dos medicamentos esse ano (de 4,8% versus 12,5% em 2016), o que deve ser parcialmente compensado pelo maior poder de barganha e maturação das novas lojas da RD, além de menores descontos para os consumidores. Já o lucro líquido foi afetado por despesas financeiras maiores. Os analistas seguem com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 74,00 para o papel. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 69,82, +6,51%)
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) sobe forte após divulgar na quinta-feira lucro líquido consolidado de 215 milhões de reais para o primeiro trimestre, revertendo prejuízo de 157 milhões de reais registrado um ano antes, em um desempenho novamente apoiado no crescimento da divisão de atacarejo Assaí. O Bradesco BBI destaca o que “parece um desempenho operacional notável no negócio Multivarejo, mas cita alguns receios”; “nos esforçamos para entender como grandes ganhos foram obtidos no segmento de Multivarejo, especialmente porque os meses de janeiro e fevereiro ainda enfrentaram um contratempo de promoções, que no ano passado foram iniciadas apenas em março”. 

Smiles (SMLE3, R$ 69,88, +4%)
A Smiles salta e atinge máxima histórica após registrar lucro líquido de R$ 156,3 milhões no primeiro trimestre, alta de 32% sobre o resultado positivo obtido um ano antes, informou a companhia de gestão de redes de fidelidade de clientes controlada pela Gol nesta quinta-feira. A companhia teve Ebitda de R$ 182,7 milhões de janeiro a março, alta de 45,7% na comparação anual. O acúmulo de milhas teve expansão de 51,7% e o resgate cresceu 52,2%.

A empresa teve alta de 26,4% na receita líquida, a R$ 443,3 milhões, enquanto o número de participantes do programa de fidelidade subiu quase 9%, para R$ 12,3 milhões no período. Enquanto isso, as despesas operacionais subiram 28,3%, para R$ 41,3 milhões. A Smiles teve alta de 2,9% no resultado financeiro líquido, por conta de adiantamento de compra de passagens aéreas junto à Gol, para R$ 59,1 milhões.

O Bradesco BBI e o Itaú BBA destacam os resultados mais uma vez como sólidos e notáveis. 

Cia Hering (HGTX3, R$ 20,37, +7,21%)
A ação da varejista Cia Hering sobe forte e registra o seu maior patamar desde dezembro de 2014 após o balanço do primeiro trimestre. A companhia registrou lucro líquido de R$ 37,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 29,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado por crescimento de vendas, ganho de margem bruta e melhora do resultado financeiro. 

A receita líquida somou R$ 328,5 milhões, crescimento de 4,5% quando comparado com o primeiro trimestre de 2016. Já o Ebitda cresceu 15,8% nos três primeiros meses deste ano, para R$ 42,2 milhões, enquanto a margem Ebitda avançou 1,3 ponto percentual, para 12,9%.

O Bradesco BBI destaca ter ficado positivamente surpreso com os resultados e espera uma boa reação do mercado”; “fato de a empresa ter conseguido expandir a margem bruta por dois trimestres consecutivos sugere um melhor ajuste de estoque e menores rebaixamentos, que consideramos fundamentais para uma recuperação sustentável das vendas à medida que o ambiente macro melhore”. 

Copasa (CSMG3, R$ 34,68, +1,70%)
A Copasa tem a sua primeira alta em cinco pregões (desde a revisão tarifária preliminar) na esteira do resultado. A companhia anunciou lucro líquido de R$ 149 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 66% na comparação anual. A receita líquida somou R$ 978,7 milhões, avanço de 18%. 

De acordo com o BTG Pactual, os resultados foram fortes, com o destaque para o aumento das receitas apesar dos volumes menores do que o esperado. Segundo os analistas do banco, o recente sell-off da companhia após a revisão tarifária preliminar da Arsae é exagerado. Eles seguem com recomendação neutra para o papel e preço-alvo de R$ 34,50. 

Grendene (GRND3, R$ 23,59, +1,24%)
A calçadista Grendene tem leve alta após encerrar o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 171,8 milhões, crescimento de 19,6% quando comparado com o mesmo período de 2016. Juntamente com o balanço, a empresa também informou que o conselho de administração aprovou a primeira distribuição antecipada de juros sobre capital próprio (JCP) e dividendos relativos ao resultado do primeiro trimestre, no valor de R$ 99,078 milhões. O pagamento aos acionistas acontecerá a partir de 17 de maio.

Fleury (FLRY3, R$ 52,21, +10,45%)
As ações da Fleury disparam após o balanço e atingem máxima histórica. A companhia teve um lucro um líquido de R$ 81,5 milhões no primeiro trimestre de 2017, alta de 82,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda subiu 42,3%, para R$ 173,2 milhões, com margem de 29,5% ante 24% no primeiro trimestre de 2016.

O Itaú BBA e o Safra destacam os números como fortes e sólidos. O Santander aponta ainda que, “embora o crescimento da receita tenha sido favorecido por um maior número de dias úteis no trimestre, o forte efeito de alavancagem operacional demonstra o potencial de expansão da margem Ebitda a longo prazo se a empresa for capaz de sustentar a disciplina custo/despesa durante a implantação de seu plano de expansão”.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 62,14, -0,59%)
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) registrou lucro líquido de R$ 267,158 milhões no primeiro trimestre deste ano, montante 171,9% maior que os R$ 98,239 milhões anotados em igual etapa do ano passado. O Goldman Sachs tem avaliação “neutra” dos resultados “sem grandes surpresas operacionais”; “no futuro, vemos que a resolução final sobre os recebíveis de RBSE (Rede Básica Sistemas Existentes) da CTEEP será fundamental para os múltiplos da ação”; “além disso, acreditamos que os investidores provavelmente estarão focados nas cinco linhas de transmissão recentemente adquiridas no leilão de abril”.

Movida (MOVI3, R$ 8,90, -0,78%)
A Movida tem leve queda após o balanço do primeiro trimestre. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 20,6 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 56,2% quando comparado aos primeiros três meses do ano passado e margem líquida de 8,4%. Em entrevista ao InfoMoney, o CEO Renato Franklin e o diretor financeiro e de RI Edmar Lopes afirmaram que os números estão em linha com a estratégia e expectativa da companhia.

“Acreditamos que seja apenas o início da apresentação de resultados sólidos e estamos satisfeitos com o desempenho do trimestre. O crescimento de 56% no lucro líquido demonstra o comprometimento com a estratégia de buscar maior rentabilidade, traçada na abertura de capital”, afirma a companhia.

JSL (JSLG3, R$ 7,07, +1,14%)
Controladora da Movida, a JSL vê sua ação em leve alta. A companhia encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 7 milhões, saindo de lucro líquido no mesmo período do ano anterior. O resultado, segundo relatório da administração, foi impactado “pela desaceleração econômica e a consequente redução do volume de produção dos clientes da logística.” A companhia também atua no segmento de locação de veículos e gestão de frota com a Movida, que abriu capital em fevereiro deste ano.

Oi (OIBR3, R$ 4,08, +0,74%; OIBR4, R$ 3,44, +2,08%

As ações da Oi registram um dia de ganhos. O governo informou que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para permitir a intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na operadora de telefonia, que está em processo de recuperação judicial. Segundo a proposta, se a empresa não se recuperar até o fim da intervenção, o governo poderá extinguir a outorga.

O projeto permite a intervenção em concessionárias de serviços de telecomunicações que estejam em desequilíbrio econômico-financeiro que coloque em risco a continuidade dos serviços prestados e que estejam em processo de recuperação judicial. Atualmente, a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) não prevê a intervenção em caso de recuperação judicial. A proposta também estabelece que a intervenção pode ser decretada de forma cautelar, sem passar por processo administrativo instaurado pela Anatel.

O presidente da Anatel, Juarez Quadros, explicou ontem (27) que o governo decidiu fazer as mudanças por meio de projeto de lei porque alterações na LGT só podem ser feitas por outra legislação. “Para evitar qualquer conflito com relação à Constituição”, disse Quadros. Segundo ele, o projeto será encaminhado ao Congresso Nacional com pedido de “urgência urgentíssima”. No entanto, segundo o presidente da agência reguladora, apesar do envio da proposta, não há intenção imediata de intervenção na Oi. “Esperamos que ela resolva o problema.”

O governo também vai editar uma medida provisória autorizando as operadoras em fragilidade econômico-financeira a converter as multas aplicadas pela Anatel em projetos de investimentos de interesse público. O prazo de parcelamento das dívidas passará de 60 meses para 120 meses e o pagamento poderá ser feito por meio de uma progressão.

Prévia do Ibovespa
As ações PNB da Copel (CPLE6, R$ 28,75, +0,14%) retornam à carteira do Ibovespa, segundo a 3ª prévia para maio a agosto divulgada pela B3. A ação havia sido excluída na 2ª prévia; já a Eletrobras PNB (ELET6, R$ 22,26, +0,27%) foi confirmada na carteira.

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.