Joesley é afastado de cargos na controladora da JBS, 7 recomendações , 4 notícias de Petrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (3)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para a notícia de que a Justiça afastou Joesley Batista de presidências dos conselhos da Eldorado Brasil e da J&F. Diversas notícias sobre Petrobras ainda movimentam o radar, assim como recomendações. Confira os destaques desta segunda-feira (3):

JBS  (JBSS3)

A Justiça Federal de Brasília determinou na sexta-feira o afastamento de Joesley Batista do conselho de administração da produtora de celulose Eldorado Brasil, e o bloqueio das ações da empresa em poder da holding de investimentos J&F, do empresário. A decisão, que também determinou o afastamento do empresário da presidência do conselho da J&F, aconteceu após o juiz Vallisney de Souza Oliveira concordar com pedido do Ministério Público Federal, que acusou Joesley de ter descumprido termo de acordo no âmbito da operação Greenfield.

A operação investiga suspeitas de irregularidades em fundos de pensão de estatais envolvendo a holding J&F, que além da Eldorado Brasil, controla empresas como a processadora de carnes JBS. A operação foi deflagrada em setembro para investigar suspeita de fraude nos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Petros (da Petrobras), Postalis (dos Correios) e Funcef (da Caixa Econômica Federal), tendo como base dez casos revelados a partir do exame das causas de déficits bilionários apresentados pelos fundos.

O magistrado determinou também que a Eldorado Brasil deve escolher um novo presidente para o conselho e deu prazo de cinco dias para que José Carlos Grubisich Filho, presidente-executivo da Eldorado, se defenda de pedido do MPF para seu afastamento do cargo e escolha pela companhia de um novo presidente. Além disso, o juiz bloqueou todas as ações da Eldorado em poder da J&F e que a produtora de celulose abra seus arquivos para que os fundos de pensão Petros e Funcef possam fazer “uma ampla auditoria (…) independentemente de qualquer sigilo que venha ser alegado pela Eldorado”.

Neste sentido, a Eldorado terá que contratar nova investigação independente sobre “fatos ocorridos na Eldorado”, com a formação de comitê que incluirá um membro indicado por cada um dos fundos de pensão. O prazo para esta investigação é de quatro meses. A J&F e suas controladas afirmaram em nota na noite de sexta-feira que Joesley Batista irá cumprir as medidas cautelares requeridas pelo MPF e deferidas pelo juiz.

“O empresário tem o maior interesse no esclarecimento dos fatos e está, como sempre esteve, à disposição das autoridades. Joesley reforça ainda que usará todas as medidas cabíveis para exercer o seu direito de defesa”, disse o comunicado. A Eldorado informou ainda na nota que, de acordo com a decisão judicial, mantém sua diretoria e cumprirá a determinação de, em 30 dias, eleger o novo presidente do Conselho de Administração da empresa.

“José Carlos Grubisich irá utilizar o prazo de 5 dias concedido pelo juiz para recorrer contra seu possível afastamento da presidência da Eldorado Brasil Celulose.” A fabricante de celulose decidiu nesta semana adiar a publicação de seus resultados auditados de 2016 após ter sido alvo de operações da Polícia Federal. Joesley e seu irmão Wesley Batista, presidente-executivo da JBS, chegaram a ser proibidos pela Justiça de comandar empresas em decorrência da Greenfield, e só foram liberados da restrição após a J&F aceitar apresentar garantia financeira de 1,5 bilhão de reais.

Carne Fraca 

A crise da carne ainda afeta empresas e Minerva (BEEF3) dá férias coletivas e paralisa frigorífico em Mato Grosso por 20 dias em meio ao acúmulo de estoques decorrentes da Operação Carne Fraca, afirma o Valor. Em entrevista à Folha, o embaixador da União Europeia no Brasil João Cravinho afirmou que a credibilidade da fiscalização do país está em xeque.

Por outro lado, informa o Estadão, duas semanas depois da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o governo deu sinal verde para que três dos 21 frigoríficos investigados voltassem a operar normalmente, depois da conclusão de um trabalho de auditoria que não encontrou problemas. São eles: Argus, de São José dos Pinhais (PR), Breyer, de União da Vitória (PR) e Frigosantos, de Campo Magro (PR). 

Beneficiários com queda da TJLP

Em relatório, o Santander destacou quem são os beneficiários com a queda da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que passou de 7,5% para 7% na semana passada. Segundo o relatório, a queda tem impacto sobre as empresas que têm exposição da dívida à taxa de juros de longo prazo e juros sobre capital próprio pagos com base na TJLP. 

Os setores com maior exposição da dívida à TJLP são: telecomunicações (31%), energia e saneamento (21%), mineração (21%), transporte (16%), alimentação e bebidas (9,8%), As empresas com maior exposição são: Totvs (90%), Renova Energia (64%), Engie Brasil (56%), Mahle Metal Leve (51%), Linx (50%). Com relação ao impacto consolidado no lucro líquido em 2017, os setores com maior impacto positivo: transporte (2%), celulose e papel (1,6%), siderurgia (0,6%) e telecomunicações (0,3%), As empresas com maior impacto positivo: Rumo Logistica (15,4%), Renova (7,4%), Klabin (4,1%), Randon (2,3%), Tim (0,9%). Os setores com maior impacto negativo: bancos (0,9%), saúde (0,9%), mineração (0,6%), outras instituições financeiras (0,4%), alimentos e bebidas (0,3%) * Empresas afetadas negativamente: EcoRodovias (1,1%), JBS (1,1%), Banco do Brasil (1%), Fleury (1%). 

A notícia mais importante no anúncio foi a criação de uma nova taxa, a TLP , “que será definida por uma lógica mais baseada no mercado”, de acordo com os analistas, citando a
economista do banco, Adriana Dupita.

Eletrobras (ELET6)
A primeira prévia da carteira do Ibovespa que vai vigorar no período de maio a agosto deste ano mostrou a entrada das ações PNB da Eletrobras, além da saída das ações da Cetip, após os papéis da empresa deixarem de ser negociados devido ao processo de fusão com BM&FBovespa, que criou a B3, segundo informações da Agência Bovespa. O último dia de negociação das ações da Cetip foi 29 de março, quando foi implementada a relação de troca por papéis da BM&FBovespa, devido ao processo de fusão entre as duas empresas. A participação das ações da BM&FBovespa subiu para 3,634 por cento na primeira prévia da carteira para o próximo período, ante 2,941 por cento na carteira teórica para o período vigente.

A participação de Eletrobras PNB será de 0,469 por cento, de acordo com a primeira prévia, aumentando assim o peso das ações da empresa, cujas ações ON entraram no Ibovespa na carteira válida para o período de janeiro a abril e seguem na próxima carteira. As ações com maior peso na primeira prévia da carteira que entra em vigor em maio são Itaú Unibanco PN (11,115 por cento), Bradesco PN (8,032 por cento), Ambev ON (7,338 por cento), Petrobras PN (5,559 por cento) e Vale PNA (5,105 por cento).

Desta forma, os papéis da Vale passam a figurar entre as cinco empresas com maior peso no índice. Na carteira teórica anunciada para o período vigente e válida até o fim deste mês, as cinco ações de maior peso são Itaú Unibanco (10,681 por cento), Bradesco PN (7,74 por cento), Ambev ON (7,183 por cento), Petrobras PN (6,008 por cento) e Petrobras ON (4,592 por cento). Ainda serão divulgadas uma segunda preliminar, na sessão seguinte a 15 de abril, e uma terceira versão, no último pregão do período de vigência da carteira.

Fibria (FIBR3)
A Fibria informou que a companhia. “antecipou a previsão de início da operação (startup) da nova linha de produção de celulose, que em princípio era para o início do quarto trimestre de 2017, passando para o começo do mês de setembro de 2017”, segundo comunicado.

A antecipação se deve à companhia já ter concluído 87% da execução física relativa ao plano de expansão, “que consiste na construção da segunda linha de produção de celulose em Três
Lagoas”, em Mato Grosso do Sul. A nova linha deve produzir 377.000 toneladas de celulose
em 2017, segundo o comunicado. O Projeto Horizonte 2 tem capacidade anual de 1,95 milhão de toneladas de celulose e “amplia a capacidade de produção da unidade de Três Lagoas para 3,25 milhões de toneladas de celulose/ano”. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou na sexta-feira, 31, que o Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP), após avaliação, decidiu manter os preços do diesel e da gasolina nas refinarias, seguindo a política de preços anunciada em outubro de 2016. Em nota, a estatal explica que, ao longo do mês de março, o mercado internacional de derivados registrou níveis de volatilidade elevados, notadamente a gasolina, em razão das mudanças de especificação do produto no hemisfério norte, necessária em função do fim do inverno.

Segundo a empresa, houve na primeira metade do mês uma queda expressiva nos mercados europeus, revertida por altas seguidas nas semanas finais. “Em decorrência, quando considerada somente nas posições de início e fim de mês, essa componente teve variação inexpressiva”, afirma. A estatal informa ainda que a decisão também reflete o efeito combinado de desvalorização do real e aumento no valor dos fretes marítimos, além de ajustes na competitividade da Petrobras no mercado interno.

“A Petrobras reafirma sua política de revisão de preços pelos menos uma vez por mês”, ressalta. Segundo a empresa, os novos preços continuam com uma margem positiva em relação à paridade internacional, conforme princípio da política anunciada, e estão alinhados com os objetivos do plano de negócios 2017/2021.

Além disso, o consórcio que detém a concessão do bloco petrolífero BM-S-11, integrado pela Petrobras com 65 por cento de participação, foi multado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2,6 bilhões de reais, informou a estatal petrolífera nesta sexta-feira. A Petrobras informou que autuação, relativa ao campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, é decorrente de divergência na interpretação da aplicação dos preços do petróleo utilizados para o cálculo das participações governamentais, no período de maio de 2013 a dezembro de 2016.

“O consórcio contestará a autuação perante a ANP e, em sendo necessário, adotará todas as medidas judiciais cabíveis na defesa de seus interesses”, disse a Petrobras em comunicado. O consórcio BM-S-11 é formado também pela BG E&P Brasil, subsidiária da Royal Dutch Shell, com 25 por cento de participação) e pela Petrogal Brasil (10 por cento), subsidiária da portuguesa Galp.

Além disso, a Folha de S. Paulo informa que, pouco mais de três anos após a deflagração da Lava Jato, a Petrobras responde a 47 ações judiciais no Brasil decorrentes da operação. Os processos foram movidos por cidadãos e empresas. Até agora, a companhia perdeu em apenas um caso, em Alagoas, e está recorrendo da decisão. A ação corre sob segredo de Justiça e, por isso, não é possível saber a causa do processo. A Petrobras conseguiu decisões favoráveis em 22 casos.

Por fim, o jornal O Globo destaca que  os leilões de pré-sal devem representar reforço de R$ 24 bilhões no caixa do governo e que as principais empresas de petróleo do mundo já iniciaram uma maratona de encontros na Petrobras de olho nos próximos quatro leilões de pré-sal que o governo brasileiro pretende fazer até 2019.

Oi (OIBR4)

Em entrevista para a Bloomberg,  Nelson Tanure, o segundo maior acionista da empresa. afirmou que grupos insatisfeitos com o plano de reestruturação da empresa estão pressionando o governo a intervir, embora o processo de recuperação judicial esteja seguindo seu curso e as operações não tenham sido afetadas.  Ele não disse quem ele suspeita que venha pressionando o governo; “Tem um jogo intelectualmente desonesto acontecendo”, disse Tanure. “A Oi melhorou todos os índices de satisfação de seus clientes desde que entrou com pedido de recuperação judicial, mas há um grande lobby em Brasília” para a intervenção, disse ele. A “intervenção interromperia as operações e causaria prejuízos para todas as partes envolvidas”, segundo ele. 

Enquanto a entrevista da Bloomberg com Tanure estava acontecendo na sexta-feira, a Oi divulgou um comunicado dizendo que a administração está comprometida com a sustentabilidade da empresa e os resultados positivos que vem recebendo mostram a viabilidade da empresa e sua força operacional. 

Segundo o Estadão, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, pediu aos seus superintendentes que parem de adotar iniciativas envolvendo a Oi de forma isolada. O contra-ataque à operadora, ameaçada de intervenção e de perder a concessão, será feito de forma conjunta. De certo, só que a escolha do interventor da Oi vai passar pelo crivo do presidente Michel Temer.

Vale e siderúrgicas

O Credit Suisse publicou relatório sobre o setor de mineração e siderurgia e reiniciou a cobertura para Usiminas (USIM5) com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 4,50. “De maneira geral, as perspectivas para as siderúrgicas continuam positivas, mas o cenário de curto prazo ainda deve ser pressionado com demanda fraca e aumento de competição, o que pode impactar negativamente o resultado (primeiro semestre) da maioria das empresas”, afirmam os analistas. Para a Vale (VALE3;VALE5), a recomendação é neutra com preço-alvo de US$ 9 por ADR, enquanto o preço-alvo para a Gerdau (GGBR4) foi reduzido para R$ 14 com recomendação outperform. 

Papel e celulose

O BTG Pactual destacou alguns acontecimentos recentes no setor que poderiam ajudar a melhorar sentimento para o setor de papel e celulose: (i) APP informando que não deve vender celulose de mercado em 2017 (menos volatilidade de preço) e ainda não estão confortáveis com qualidade de celulose (o que pode indicar potenciais atrasos com a linha 2), (ii) algumas paradas de manutenção que devem acontecer ao longo de Abril/Maio na Asia (pode ajudar a manter mercado equilibrado).

Enquanto isso, o posicionamento no setor segue baixo. “Vários investidores estão focados somente no lado da oferta sendo que 2018 será um ano difícil com a entrada de Oki e Horizonte II. De qualquer forma, diante dos recentes acontecimentos, as coisas não parecem tão ruins quanto parecem e não descartamos aumentos ao longo dos próximos meses. Dito isso, seguimos otimistas com momento de preço no curto prazo e destacamos que não devemos ter grandes projetos entrando depois de 2018 o que ajuda na dinâmica de preço de longo prazo”. Os analistas reiteram compra em Suzano (SUZB5), que é top pick, Fibria (FIBR3) e estão ficando mais positivos em Klabin (KLBN11) depois da performance recente e considerando que o mercado atribui valor 0 a Puma, o que parece exagerado na opinião dos analistas. 

B3

A B3, resultado da fusão entre BM&FBovespa e Cetip, teve a recomendação elevada de neutra para compra com preço-alvo de R$ 23,50 pelo Goldman Sachs.

Engie (ENGI11)

Em entrevista ao Valor, o presidente da Engie afirmou que a companhia pretende investir R$ 2,5 bilhões em sua entrada no setor de transmissão de energia, por meio do próximo leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), marcado para 24 de abril.

Kroton (KROT3)

Segundo o jornal Valor Econômico, a ex-conselheira do Cade Ana Frazão foi contratada para tentar reverter o duro parecer da superintendência-geral (SG) do Conselho, que apontou ser muito difícil encontrar soluções para os problemas advindos da fusão com a Estácio. 

Paranapanema (PMAM3)

O jornal também informa que a Paranapanema está perto da reestruturação e que a reestruturação financeira que a Paranapanema prepara com seu assessor financeiro, a RK Partners, deve alongar a dívida da companhia em cinco a sete anos e ainda lhe dar carência de pagamento do principal por 30 meses. Além disso, a empresa prepara uma capitalização com acionistas atuais e um sócio estratégico, conforme revelou na sexta-feira o presidente da fabricante de produtos de cobre, Marcos Paletta.

  • OSX (OSXB3)

    O Conselho de Administração da OSX destitui Eduardo Meira Farina como diretor presidente e diretor de RI. Com isso,  Marco Aurélio Guerreiro de Souza foi eleito
    para os cargos de diretor presidente e diretor de relações com investidores, disse a OSX em comunicado.  Eduardo Meira Farina ficará vinculado à diretoria da companhia até 31 de maio para auxiliar nas atividades de transição.

  • (Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.