Petrobras, Vale e siderúrgicas afundam com derrocada das commodities; Embraer dispara 6% após resultado

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

(Bloomberg)

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Petrobras (PETR3, R$ 14,57, -2,21%; PETR4, R$ 14,21, -2,41%)
As ações caem forte, seguindo a derrocada dos preços do petróleo. A commodity tipo WTI foi abaixo de US$ 50 pela 1ª vez no ano, após despencar mais de 5% na véspera com a alta dos estoques de petróleo pela quinta semana seguida nos EUA.

Nesta sessão, o petróleo WTI registrava queda de 1,57%, a US$ 49,49 o barril, enquanto o Brent caía 1,39%, a US$ 52,37 o barril. O movimento ocorre após a commodity ter despencado mais de 5% na véspera, em reação à surpresa negativa com os dados de estoques nos Estados Unidos, que subiram pela 9ª semana seguida e atingiram novamente recorde de volume no país em meio ao aumento da produção do shale gas.

Vale (VALE3, R$ 29,23, -2,95%; VALE5, R$ 27,96, -2,41%)
Os papéis da Vale também seguem o mau humor das commodities e afundam hoje. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,64, -3,18%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 11,95, -1,57%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,83, -3,00%), Usiminas (USIM5, R$ 4,66, -1,89%) e CSN (CSNA3, R$ 10,42, -1,79%). 

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Hoje, os contratos futuros do minério negociado na Bolsa de Dailian caíram 1,05%, a 658 iuanes a tonelada. Já minério spot (à vista) negociado no Porto de Qingdao, na China, fechou em queda de 0,46%, a US$ 86,79 a tonelada. 

O movimento ocorre após a BHP declarar que está detectando uma desaceleração no efeito de estímulo do governo chinês – que foi o principal catalisador para a recuperação da indústria de commodities em 2016 – e que isso pode provocar mais baixas nos preços da commodity.

Sobre Gerdau, vale lembrar a notícia de ontem, que puxou as ações ONs para queda de 6% e as ONs para alta de 17%, sendo que atingiram na máxima do dia valorização de 27%.  O motivo do movimento? A Metalúrgica Gerdau e BTG Pactual fecharam acordo para troca de ação da Gerdau e o consequente pedido de OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações GGBR3 (veja mais aqui).

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Segundo o Santander, o anúncio é negativo para a Gerdau, pois cria um potencial “overhang” (excesso de liquidez) nas ações GGBR4, equivalente a R$ 424 milhões ou cerca de 4 dias de negociação, lembrando que o BTG pode decidir diversificar seus investimentos vendendo sua participação na empresa. 

Apesar da possível pressão nas ações PNs da Gerdau, a equipe de análise da XP Investimentos disse que continua otimista com a ação no médio e longo prazo, embora aponte que esses papéis podem continuar voláteis no curto prazo. “Mas tal decisão (o fato relevante divulgado ontem) gera valor a todos os acionistas, além de aumentar sua liquidez em Bolsa”, comentou. Para aqueles que têm GGBR3, os analistas indicam que o embolso parcial do lucro ou a venda do ativo, dado que acreditam que grande parte do potencial ganho no papel já foi incorporado pelo mercado.  

Embraer (EMBR3, R$ 19,69, +4,84%)
As ações da Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, disparam nesta manhã, após resultado forte no 4° trimestre e guidance para 2017 acima do projetado pelo consenso do mercado. O balanço foi elogiado por analistas do Credit Suisse, BTG Pactual, Bank of America Merrill Lynch e XP Investimentos. 

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Segundo o BTG Pactual, no geral, o resultado veio bom, suportando a visão positiva no case. “Há alguns meses, quando demos upgrade, a ação era claramente um ‘value stock’ e a performance recente mostra que o papel já não é uma barganha, mas continuamos gostando”, comentaram os analistas, que seguiram com recomendação de compra. 

A empresa registrou lucro líquido de R$ 648,3 milhões no quarto trimestre, 52,2% maior que o resultado de R$ 425,8 milhões apurado no mesmo período de 2015. A empresa ainda apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,258 bilhão de reais entre outubro e dezembro, mais que o dobro dos 579,5 milhões de reais observados no último trimestre de 2015. A Embraer fechou 2016 com lucro líquido de R$ 585,4 milhões, alta de 142,3% ante R$ 241,6 milhões um ano antes. A receita avançou 5,6%, para R$ 21,436 bilhões.

Sanepar (SAPR4, R$ 12,69, -6,35%)
As ações da Sanepar afundam na Bolsa, após a Agepar ter informado ontem a proposta de aumento tarifária para a empresa a ser discutida em consulta pública, um dos grandes catalisadores para os papéis da companhia. Os principais parâmetros são o aumento de 25,63% na tarifa com diferimento em oito anos, ajustado pela Selic. o aumento inicial é de 5,7% em 2017. As demais ações do setor também desabam na Bolsa: Sabesp (SBSP3, R$ 31,31, -4,63%) e Copasa (CSMG3, R$ 49,80, -5,36%).  

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Conforme destacou o BTG Pactual, as variáveis foram melhores do que as esperadas para a Sanepar, mas o diferimento pode levar a uma carga maior para o reajuste nos próximos governos do estado de Paraná, o que aumenta os riscos para os investidores.

O Bradesco BBI também destaca que há uma decepção dos investidores sobre a proposta de diferimento mais longo de 8 anos (corrigido por Selic) e a baixa magnitude do primeiro aumento em 2017, Contudo, o impacto desses parâmetros no NPV (Valor Presente Líquido) é praticamente neutro, de queda de R$ 0,60 por ação. Com isso, os analistas seguem bem positivos com o case. Os analistas do Bradesco BBI apontaram que não gostaram do modesto aumento inicial das tarifas e destacam que isso será um dos focos da audiência pública uma vez que parece não haver base técnica.

Em meio a esse cenário, o novo preço-alvo para o papel é de R$ 21,00 (ante R$24,00), ainda com 55% upside, devido a (1) queda de R$ 0,60 por ação do diferimento; e (2) queda de R$ 2,40 por ação pelo aumento da taxa de desconto em 200 pontos-base (para 10,5%) que reflete um aumento de risco regulatório. Assim, os analistas seguem com recomendação de compra para os papéis.

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Time For Fun (SHOW3, R$ 6,97, -3,19%)
A Time For Fun fechou o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 6,3 milhões, o que representa uma queda de 48,4% ante igual período do ano anterior. Entre outubro e dezembro, a receita da companhia recuou 41%, passando de R$ 229,4 milhões para R$ 134,4 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, ficou em R$ 11,9 milhões, queda de 27%.

Equatorial (EQTL3, R$ 58,39, -0,65%)
A Equatorial Energia teve lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 206 milhões no 4º trimestre de 2016, valor 45,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Já a receita operacional líquida somou R$ 2,337 bilhões, 24,7% acima do R$ 1,874 bilhão de igual intervalo de 2015. O Ebitda somou R$ 435 milhões no último trimestre de 2016, valor 31,2% acima dos R$ 332 milhões do três meses finais de 2015.

Lojas Americanas (LAME3, R$ 13,06, -2,46%; LAME4, R$ 15,76, -2,11%)
A Lojas Americanas fixou em R$ 16,00 o preço das ações preferenciais para a oferta primária com esforços restritos, em uma operação que elevará o capital social da empresa em 2,405 bilhões de reais, segundo fato relevante divulgado na madrugada desta quinta-feira. Foram emitidas no âmbito da operação 9.303.562 ações ordinárias e 142.925.334 ações preferenciais. Conforme o documento, o preço por papel ON foi definido em R$ 12,71, tendo como base o valor da PN, aplicado desconto de R$ 20,55. As ações PN da Lojas Americanas fecharam o pregão de quarta-feira em baixa de 4,96% na BM&FBovespa, a R$ 16,10. Com a operação, o capital social da varejista passa a ser de aproximadamente R$ 3,847 bilhões, dividido em 539.943.630 papéis ON e 1.040.318.790 PNs. Os recursos líquidos da oferta serão destinados para expansão da rede de lojas da companhia, capitalização da controlada de comércio eletrônico B2W e reforço de capital. A Lojas Americanas levantou R$ 2,4 bilhões com emissão de ações ON e PN.

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Weg (WEGE3, R$ 17,32, +1,29%)
A Weg teve sua recomendação rebaixada de outperform para market perform pelo Itaú BBA, com preço-alvo de R$ 19,00 para o fim deste ano. De acordo com os analistas, a companhia é um bom veículo para operar em meio à recuperação econômica brasileira, Contudo, eles apontam que a ação já teve seu rali e há um potencial de valorização limitado para o papel.

Elétricas
As ações da Cesp (CESP6, R$ 17,49, -2,29%) e da AES Tietê (TIET11, R$ 14,99, -1,83%) tiveram a recomendação rebaixada de compra para neutra pelo Santander, tendo como base o impacto do déficit hidrológico. Contudo, eles apontam que há potencial de valorização para novos projetos, no caso da AES Tietê, e para maior eficiência. Os analistas mantiveram recomendação de manutenção para a Engie Brasil (ENGI3, R$ 4,87, -1,62%). Os preços-alvo da TIET11 passaram para R$ 17,75 ante R$ 18,00, da Engie passou para R$ 39,55 ante R$ 41,55 e da Cesp passou de R$ 17,24 para R$ 19,98.

Totvs (TOTS3, R$ 27,10, -3,73%)
Os analistas do Itaú BBA rebaixaram a recomendação para a Totvs de outperform para marketperform, embolsando os lucros após a forte performance. O preço-alvo é de R$ 28,00 para os ativos.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 27,45, +1,14%)
A empresa de produtos farmacêuticos Hypermarcas propôs aos acionistas redução de capital no valor de R$ 821,9 milhões, sem cancelamento de ações, por considerá-lo excessivo, informou a empresa em fato relevante divulgado na noite de quarta-feira. Conforme o documento, acionistas receberão R$ 1,30 real dois meses após a aprovação da operação em assembleia de acionistas. O valor poderá ser ajustado até a data em que a redução de capital se tornar efetiva, dependendo da quantidade de ações em tesouraria. A Hypermarcas também deve submeter proposta de recompra de até 10 milhões de papéis ordinários, o equivalente a 2,6 por cento do total de 358.868.507 ações em circulação no mercado, a serem mantidos em tesouraria, cancelados e/ou posteriormente alienados. O novo programa de recompra de ações tem prazo máximo de 18 meses, a começar em 8 de março de 2017 até 8 de setembro de 2018, segundo o fato relevante. Os papéis da Hypermarcas encerraram a quarta-feira em alta de 0,2 por cento na BM&FBovespa, acumulando neste ano um ganho de 5,8 por cento.

Eletrobras (ELET3, R$ 20,90, +1,36%; ELET6, R$ 24,12, +0,42%)
As elétricas Chesf, Furnas e Eletronorte, todas subsidiárias da estatal Eletrobras, tiveram vetada a participação como proponentes no leilão para a concessão de novas linhas de transmissão de eletricidade agendado pelo governo para 24 de abril.

Em despacho no Diário Oficial da União desta quinta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontou que as empresas não foram habilitadas devido a atrasos em suas obras no setor ao longo dos últimos 36 meses.

A Chesf acumula nove autos de infração e atraso médio de 1.816 dias em obras de linhas de energia. A Eletronorte tem quatro infrações e 650 dias de atraso médio, enquanto Furnas tem 4 autos de infração e 1.695 dias de atraso, em média.