Educacionais caem quase 3% e Magazine Luiza salta 9%; imobiliárias sobem com novidades no MCMV

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta segunda-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de queda para o Ibovespa, que registra um movimento de correção acompanhando a baixa das commodities e também acompanhando o dia de queda das bolsas mundiais. Das 59 ações que fazem parte do índice, apenas 11 registraram ganhos no pregão desta segunda-feira (6).

Com isso, as ações de Petrobras e Vale registraram baixa de cerca de 2%, enquanto a Braskem e a TIM lideraram os ganhos do Ibovespa, mas com altas inferiores a 2%. Confira os destaques da Bolsa nesta sessão:

Braskem (BRKM5, R$ 31,27, +1,49%)

As ações da Braskem se recuperaram após a forte queda de 3,81% na última sexta-feira.  A Petrobras afirmou que não procede a informação de que tenha tomado qualquer iniciativa junto ao Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA para contestar os termos do acordo entre a Braskem e as autoridades legais. “A Companhia não tem quaisquer informações sobre a eventual revisão de acordo entre a Braskem e as autoridades brasileiras e estrangeiras. Ademais, a Petrobras tem conhecimento apenas das informações de natureza pública relacionadas ao mencionado acordo da Braskem”, disse a estatal em nota.

“Especificamente em relação ao contrato de fornecimento de nafta celebrado com a Braskem em 2009, a Petrobras aguarda ter acesso ao teor dos documentos do Acordo de Leniência celebrado entre a Braskem e o Ministério Público Federal, bem como dos valores que lhe serão destinados por força de tal acordo, para avaliar as medidas cabíveis”, completou a companhia. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 138,99, +9,44%)

As ações da Magazine Luiza registraram fortes ganhos, chegando a ter ganhos de cerca de 9% na máxima do dia, O resultado da companhia será divulgado no próximo dia 20 e, de acordo com bancos como Bradesco BBI e Itaú BBA, os números da empresa serão destaque positivo, “A companhia deve dobrar Ebitda na comparação anual, apesar da expansão leve da receita, destacando a notável expansão da lucratividade registrada ao longo do ano”, apontam os analistas do Itaú BBA. 

Kroton (KROT3, R$ 13,09, -2,09%) e Estácio (ESTC3, R$ 15,06, -2,78%) 

As ações da Kroton e Estácio tiveram mais um dia de queda na Bolsa, em meio às perspectivas de que haverá remédios mais amargos do que o esperado para a fusão das duas companhias, mas amenizaram as baixas durante a tarde. Elas informaram em comunicado que buscarão solução negociada com tribunal do Cade. A Kroton diz que esse também foi o procedimento adotado pela superintendência geral do Cade na fusão com a Anhanguera, segundo comunicado por e-mail. “As companhias buscarão solução com o objetivo de afastar preocupações concorrenciais identificadas e obter a aprovação da operação”, disse a empresa. A Estácio disse que ainda analisa relatório do Cade e vai se pronunciar em comunicado ao mercado, segundo sua assessoria de imprensa. Na semana passada, a Superintendência do Cade propôs a impugnação do caso Kroton/Estácio.

Apesar de já esperada a decisão da Superintendência-Geral do Cade a respeito da união entre Kroton e Estácio, “a SG interpretou como uma fusão de conglomerados, o que poderia exigir remédios mais fortes do que aquilo que esperávamos (nosso cenário-base era a venda das operações de ensino à distância de Unesa e Uniseb, da Estácio)”, segundo relatório  do Santander. 

“Consideramos agora a venda do Uniderp, da Kroton, como um cenário mais provável (o que poderia oferecer ainda mais sinergias para um maior risco de execução). A venda da Uniderp (e das operações presenciais em cinco municípios) implicaria uma perda de receita de 9%, ainda inferior ao limite de 15% estabelecido pelo protocolo de fusão. O pior cenário seria a venda integral da Unesa, que levaria a uma perda de 18% da receita”, segundo os analistas. Mas, apesar desse retrocesso, continuamos apoiando a fusão, cujos planos passarão agora para o conselho do Cade, provavelmente levando a decisão final para o final de julho, reforçam. 

O Bradesco BBI também aponta que a fusão ainda está no radar, mas que requer mais cuidados após o parecer da superintendência do Cade. O banco cortou o preço-alvo para a Estácio, mas elevou a recomendação de neutra para outperform. Os analistas do banco também cortaram o preço-alvo de Kroton para R$ 15,00, mantendo recomendação neutra. 

Rumo (RUMO3, R$ 7,90, +1,94%)

As ações da Rumo subiram forte após a companhia puxar a fila de estreias de emissões no ano com uma emissão de US$ 750 milhões em títulos de sete anos, o que diminui as preocupações sobre a necessidade de investimentos da companhia. 

Via Varejo  (VVAR11, R$ 9,83, +1,44%)

As ações da Via Varejo subiram com possíveis novos interessados na companhia. Segundo a coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo,  a disputa pela Via Varejo, do Grupo Pão de Açúcar, está esquentando. A americana BestBuy é mais uma que está de olho no ativo. A francesa Fnac é outra citada, embora o porte da rede de 12 lojas – e que há um ano trocou de comando no Brasil – seja pequeno comparado aos 970 pontos da Via Varejo. As ofertas formais, no entanto, ainda não foram feitas. Além disso, permanecem no radar a chilena Falabella e a brasileira Lojas Americanas. Os analistas do BTG Pactual seguem achando que não há muitos interessados no ativo e que a Lojas Americanas é a favorita a levar.

 Já de acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo,  prestes a selar a venda das Casas Bahia e Ponto Frio — um negócio na casa dos R$ 4 bilhões — os franceses do Casino decidiram reforçar sua posição no Brasil. Mesmo antes de fechar o negócio, que deve ser anunciado em março, anunciam um investimento de R$1,2 bilhão até dezembro no Pão de Açúcar e no Assaí.

Vale (VALE3, R$ 29,92, -2,25%;VALE5, R$ 28,60, -1,41%)

As ações da Vale chegaram a subir no início da sessão, mas logo viraram para queda seguindo o movimento do minério. O contrato futuro do minério negociado em Dalian fechou em queda de 3,67%, a 603 iuanes, enquanto o negociado em Qingdao fechou em baixa de 1,93%, a US$ 80,60 a tonelada. 

Petrobras (PETR3, R$ 15,97, -2,26%; PETR4, R$ 14,96, -2,48%)

As ações da Petrobras registraram queda acompanhando o movimento de baixa do petróleo, O brent teve baixa de 1,73%, a US$ 55,83 o barril, enquanto o WTI recuou 1,34%, a US$ 53,11 o barril. Com a queda do petróleo, as ações da companhia não repercutem o relatório do Itaú BBA, que mantém recomendação outperform para as ações com preço-alvo de US$ 13,20 por ADR; os analistas apontam que os principais fatores que impulsionarão as ações da Petrobras em 2017 são os preços do petróleo, movimentos acentuados no câmbio, política, cessão onerosa, resultado das ações coletivas nos EUA e o pagamento de dividendos,

No radar da estatal, a Petrobras informou também ter concluído a venda da participação total de sua subsidiária Petrobras Biocombustível na Guarani. Em fato relevante, a empresa informou que a operação foi concluída com o pagamento de 202,75 milhões de dólares pela Tereos. A Petrobras havia anunciado a venda de sua fatia na Guarani ao grupo francês Tereos no fim de 2016.

A companhia teve ainda a operação de venda de fatia de bloco para a BP Energy dos direitos e obrigações referentes à participação de 65% no contrato de concessão do bloco C-M-535 é aprovada sem a restrição pelo Cade. O bloco está localizado na parte marítima da Bacia de Campos e a BP Energy detém os restantes 35% de participação. A operação deverá ser aprovada, ainda, pela Agência Nacional do Petróleo. 

Além disso, o Valor informa que a Petrobras trabalhará no sentido de evitar cobranças por prejuízos advindos de revelações sobre esquemas de corrupção que vieram à tona com a Operação Lava-Jato. A companhia entende que foi vítima desses esquemas, que já perdeu bilhões de reais com eles e, portanto, acredita que seria injusto ser chamada a acertar as contas com autoridades tanto no exterior quanto no Brasil. O que a estatal deverá fazer é pedir para ser ressarcida pelos prejuízos que teve com os desvios de corrupção em seus contratos. Os cálculos preliminares indicam que a Petrobras teria a receber R$ 5,7 bilhões pelos desvios que foram apurados até aqui pela Lava-Jato. Nessa conta, estão sentenças já proferidas no âmbito da operação e revelações em acordos de leniência firmados pelas autoridades.

 Localiza (RENT3, R$ 36,75, -3,95%)
As ações da Localiza abriram em leve alta, mas logo viraram para queda e intensificaram as baixas durante o pregão.  A desvalorização ocorre após a companhia divulgar seu resultado do quarto trimestre de 2016, e apesar do que o desempenho pode sugerir, o balanço foi considerado positivo pelos analistas.

A maior locadora de veículos do país registrou lucro líquido de R$ 104,4 milhões nos últimos três meses do ano, valor 1,4% menor que um ano antes. Por outro lado, a receita líquida total subiu 31,5% no mesmo período, para R$ 1,306 bilhão. No anualizado, o lucro líquido subiu 1,7%, para R$ 409,3 milhões no ano passado, enquanto a receita chegou a R$ 4,44 bilhões, ficando 1,7% superior a 2015.

Apesar do desempenho das ações hoje, analistas viram com bastante otimismo o balanço da companhia. O Bradesco BBI destacou que “a estratégia de crescimento da empresa tem sido sustentada por um eficiente sistema de gestão de receita”. Para eles, a estratégia da companhia está aumentando a penetração dos serviços de aluguel de carros no Brasil através do desenvolvimento de novos mercados, como o Uber, os contratos de mini-leasing e o segmento de lazer.

Por outro lado, apesar do otimismo, um dos fatores para justificar este movimento negativo dos papéis hoje está relacionado às novidades envolvendo os IPOs (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) de duas concorrentes da companhia. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Movida deve definir o preço de suas ações hoje, enquanto a Unidas fará o mesmo na quinta-feira. Confira mais detalhes clicando aqui. 

Porto Seguro (PSSA3, R$ 25,73, -2,65%)
A companhia de seguros divulgou seus números na manhã desta segunda, mostrando que atingiu lucro líquido de R$ 304 milhões no quarto trimestre de 2016, correspondendo a um crescimento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o lucro líquido atingiu R$ 923 milhões, sofrendo uma redução de 9% versus 2015. O ROAE atingiu 9,6% no quarto trimestre e 15,5% em 2016.

Já as receitas totais ficaram estáveis no trimestre e cresceram 4% no ano em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 139 milhões. 

Elétricas
O Itaú BBA rebaixou a recomendação para as ações de quatro empresas do setor elétrico. A Eletropaulo (ELPL4, R$ 11,77, -0,68%) e a Taesa (TAEE11, R$ 21,69, -1,27%) tiveram a recomendação cortada de marketperform para underperform, enquanto a Cesp (CESP6, R$ 17,71, -0,62%) e a CPFL (CPFE3, R$ 25,35, -0,39%) foram cortadas de outperform para marketperform.
Construtoras
 
Michel Temer e o ministro das Cidades Bruno Araújo anunciaram nesta segunda-feira em Brasília pacote de medidas para o programa Minha Casa, Minha Vida, o que impulsionou as ações do setor. De acordo com relatório de sexta-feira do BTG Pactual, o anúncio deve ser “positivo para companhias de baixa renda, aumentando margem do produto e aumentando escopo.

Assim, se confirmada, leitura seria positiva e poderia seguir dando sustentabilidade no setor, destacam os analistas, que seguem apostando em Cyrela (CYRE3, R$ 13,45, +0,67%) e EzTec (EZTC3, R$ 19,88, +1,79%) em alta renda e MRV (MRVE3, R$ 13,35, -1,69%) e Direcional (DIRR3, R$ 6,14, -0,65%) em baixa renda. As ações chegaram a subir forte no início do pregão, mas diminuíram as altas ao longo da sessão. Além dessas, as ações da Even (EVEN3, R$ 5,16, +1,57%)  e da Helbor (HBOR3, R$ 3,04, +4,83%) sobem até 7%. 

Fleury (FLRY3, R$ 37,96, +2,46%) e Ambev (ABEV3, R$ 17,07, -1,61%)

As ações da Fleury e da Ambev tiveram movimento divergente após relatório do Itaú BBA, que tirou a Ambev de sua lista de ações para comprar em meio à falta de visibilidade para os resultados, enquanto adicionou a Fleury destacando o valuation atrativo. 

TIM Participações (TIMP3, R$ 9,42, +1,40%)

Junto com a apresentação do seu plano industrial na sexta, a TIM anunciou todos os detalhes de seu novo portfólio de ofertas – anteriormente só os aumentos de preços tinham sido divulgados. Segundo o BTG Pactual, no geral, as ofertas que já eram mais competitivas do que as da Vivo e da Claro, ficaram ainda mais interessantes, com a inclusão de mais dados (especialmente nos planos Controle) e novas ofertas de entretenimento (TIM music, TIM backup, TIM Banca Virtual).

“Mais um movimento claro da TIM voltado para o crescimento no pós pago (claramente o principal foco da gestão), que por sua vez é essencial para a TIM entregar um dos seus principais guidances para os próximos 3 anos”, apontam os analistas do banco.

JBSS (JBSS3, R$ 12,04, -3,37%)

A JBS anunciou o fechamento de 4 plantas ao longo da semana passada o que, segundo o BTG Pactual, reforça o call positivo de maior racionalidade do setor. Além disso, apontam os analistas, é positivo para Minerva (BEEF3, R$ 11,93, +0,25%) pois tem melhor operação no Brasil e está numa condição financeira confortável. A JBS deve realocar essa produção para outras plantas. 

Além disso, o jornal Valor Econômico informa que a Petros,  fundo de previdência dos funcionários da Petrobras, zerou sua posição em papéis da JBS. A operação gerou lucro de R$ 698,4 milhões, considerando-se o investimento inicial feito em 2010,

Gol (GOLL4, R$ 6,13, -2,70%)
Segundo a coluna de Lauro Jardim do jornal O Globo, Henrique Constantino, da Gol, está negociando uma delação premiada.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.