6 ações para monitorar no início do pregão

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta terça-feira (31)

Lara Rizério

  1. SÃO PAULO – Após registrar o pior pregão do ano na última segunda-feira, o mercado brasileiro deve seguir em movimento de cautela com o exterior incerto em meio às políticas de Donald Trump, além de ficar de olho no noticiário político, em meio ao temor do governo de que haja vazamento seletivo de delações da Odebrecht.
  2. Veja também as ações para monitorar logo na abertura dos negócios e os destaques do dia:
  3. 1. Ações para monitorar
  4. Cielo (CIEL3): A Cielo, maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país, informou que teve lucro líquido de R$ 1,064 bilhão no quarto trimestre, uma alta de 18,3% ante o mesmo período de 2015. Segundo o Itaú BBA, os resultados da Cielo misturam “volumes pouco inspiradores com entrada de receitas sucessivamente menores”. O banco de investimento manteve sua avaliação neutra para a empresa assim como preço-justo de R$ 34,00 por ação para o fim de 2017. Já a equipe de análise do Bradesco BBI considera que os resultados foram “fracos em termos gerais, apesar de melhores do que já estava precificado após a recente fraqueza da ação”.
    Fibria (FIBR3): A Fibria reverteu o lucro líquido de R$ 910 milhões do quarto trimestre de 2015 e registrou um prejuízo líquido de R$ 92 milhões nos três últimos meses do ano passado. O resultado foi impactado tanto pelo lado operacional, com queda do preço da celulose em dólar e desvalorização da moeda norte-americana, quanto por piora na linha financeira. O resultado gerou análises divergentes. O BTG Pactual manteve a recomendação de compra, após o Ebitda do quarto trimestre e os embarques terem sido 12% superiores às expectativas dos analistas. Já para o UBS, os resultados do último trimestre de 2016 decepcionaram, com preços e vendas abaixo do esperado e custos mais elevados que as projeções indicavam. Os analistas esperam reação “levemente negativa” do mercado aos resultados e recomendam a venda dos papéis da empresa. Na mesma linha, os analistas do Itaú BBA consideram que os resultados vieram 11% abaixo do esperado. A equipe da corretora no entanto mantém a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), mas espera reação negativa do mercado nesta terça-feira.
    MRV (MRVE3): O Santander elevou sua recomendação da MRV de manutenção para compra, com o preço-alvo sendo ajustado de R$ 15,10 para R$ 15,50. Além disso, os acionistas da MRV aprovaram o pagamento de dividendos intermediários em caráter extraordinário, no montante aproximado de R$ 150 milhões, o que representa R$ 0,34 por ação. O pagamento será feito com base na posição acionária de 3 de março, com o pagamento ocorrendo em 30 de março.
    Eztec (EZTC3): O Santander cortou sua recomendação para a empresa de compra para manutenção, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 20,30 para R$ 20,90.
    Aliansce (ALSC3): O Conselho de Administração da Aliansce aprovou a emissão de R$ 180 milhões em debêntures. As debêntures simples da 5ª emissão terão série única, vencimento em 62 meses e remuneração de 99% do DI. A emissão terá colocação privada para RB Capital Companhia de Securitização, que emitirá CRIs tendo como garantia o imóvel onde está o Bangu Shopping e os recebíveis do empreendimento, segundo o comunicado da companhia.
    Petrobras (PETR3; PETR4): Em destaque, a  Petrobras realizada nesta terça, às 15h, uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para os acionistas deliberarem sobre a venda da Liquigás, da Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). Contudo, a estatal informou hoje que foi intimada da decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Sergipe que concedeu liminar, em ação popular, determinando a suspensão da alienação das ações de Suape e Citepe. Ainda no radar da estatal, o Itaú BBA fez relatório de prévia do quarto trimestre para o setor de óleo e gás, ressaltando que a empresa como um dos destaques positivos no setor. “Esperamos outro conjunto de resultados saudáveis para a Petrobras, excluindo os efeitos extraordinários relacionados ao processo de reestruturação. É provável que os custos recorrentes continuem a cair como resultado das iniciativas de redução de custos. Além disso, a produção maior de petróleo ajudará a reduzir os custos de extração, enquanto o refino deverá permanecer estável”, afirmam os analistas. 
  5. 2. Bolsas mundiais

    O desempenho das principais bolsas mundiais segue indefinido nesta terça-feira, em meio a receios com as políticas de Donald Trump, com os mercados asiáticos registrando queda e os europeus tendo alta. Na Ásia, o destaque negativo ficou para o japonês Nikkei, que fechou em baixa superior a 1% em meio a uma sessão de ajuste após o desempenho negativo das bolsas de Nova York.

  6. Os investidores têm ficado em alerta após a medida do presidente americano de proibir a entrada nos EUA de refugiados e de cidadãos de sete países de maioria islâmica, provocando protestos generalizados. Os mercados também seguem de olho na bateria de indicadores nos EUA, como confiança e PMI de Chicago. Já as bolsas de Xangai e Hong Kong seguem fechadas até quinta-feira por conta do feriado de Ano Novo Lunar. Ainda no Japão, o banco central manteve a política monetária  e suas projeções otimistas de preços, sinalizando que a recuperação econômica vai ajudar a acelerar a inflação na direção da meta de 2% sem estímulo adicional. 
  7. Em destaque no noticiário europeu, as autoridades de Nova York anunciaram terem chegado a um acordo com o Deutsche Bank para que pague uma multa de US$ 425 milhões por manobras de lavagem de dinheiro utilizando filiais em Moscou (Rússia) e Londres (Inglaterra). As ações do banco sobem cerca de 2% em Frankfurt. Além disso, atenção para os dados do PIB da zona do euro, que foram em linha com a estimativa do mercado, ao avançar 0,5% na comparação anual. 

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Às 8h11, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,61%

* CAC-40 (França) +0,53%

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*DAX (Alemanha) +0,36%

* Nikkei (Japão) -1,69% (fechado)

*Petróleo brent -0,05%, a US$ 55,20 o barril

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3. Agenda de indicadores

Os destaques domésticos são a taxa de desemprego, que será publicada às 9h, e a nota de política fiscal com o resultado primário do setor público consolidado, que sai às 10h30, ambos referentes a dezembro. Na parte da tarde serão conhecidos três indicadores dos Estados Unidos: os preços residenciais (12h), o índice PMI de Chicago (12h45), a confiança do consumidor (13h). Às 23, saem os PMIs de serviços e industrial da China.

Mais cedo, foi publicada a taxa de desemprego da Alemanha e, às 8h, saem a taxa de desemprego, o PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação ao consumidor medida pelo CPI referentes à zona do euro.

4. Eleições na Câmara 
Nesta segunda-feira (30), mais um deputado entrou para a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Júlio Delgado (PSB-MG) anunciou oficialmente sua candidatura para a eleição que ocorre na próxima quinta-feira (2). Ele não contará com o apoio de seu partido, já que o PSB anunciou que apoiará Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a reeleição. Delgado entrou também com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando que Maia seja impedido de ser candidato. Os adversários de Maia no pleito também assinaram o requerimento. Clique aqui e veja o perfil de todos os candidatos à presidência da Câmara. Clique aqui e conheça o perfil dos cinco candidatos à presidência da Câmara dos Deputados.

 5. Noticiário político

Além da eleição na Câmara, diversos jornais trazem reportagens sobre o receio do Palácio do Planalto em relação ao vazamento seletivo das delações da Odebrecht para fragilizar o governo enquanto forem mantidas em sigilo pelo STF. Segundo o Valor, a expectativa do Planalto é que todo conteúdo das delações seja tornado público por iniciativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os desdobramentos das delações são imprevisíveis, diz o jornal O  Estado de S. Paulo, citando assessores não identificados de Temer e acrescentando que há apreensão com efeitos da turbulência política na economia.

Vale destacar ainda os rumores sobre quem será o indicado de Temer para o STF. Segundo a Folha, o presidente quer escolher o ministro esta semana. Ives Gandra Filho teria perdido força; outros favoritos seriam Isabel Galotti, Luis Felipe Salomão e Rogério Schietti, do STJ.

Na agenda do presidente, Michel Temer vai a São Paulo para cerimônia de abertura do 2017
Latin America Investment Conference promovida pelo Credit Suisse às 10h e retorna a Brasília às 12h40. O presidente do Banco Central  Ilan Goldfajn profere palestra durante o mesmo evento à tarde e se reúne com Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho consultivo do Grupo Gerdau, no BC em Brasília. Já o ministro da Fazenda Henrique  Meirelles se reúne com ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, 10h, e com senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) às 15h.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.