Vale nega unificação de ações; data de estreia de nova ação na Bolsa e mais 12 notícias no radar

Confira as principais notícias corporativas da manhã desta quinta-feira (19)

Rodrigo Tolotti

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O radar da manhã desta quinta-feira (19) fica bastante agitado com as novidades envolvendo a negação da Vale sobre a unificação de suas ações, além da Petrobras comentando sobre o incêndio que atingiu uma de suas unidades ontem. Enquanto isso, a Ambev teve seu preço-alvo cortado pelo Goldman Sachs. Confira os destaques:

Vale (VALE3; VALE5)
Em resposta à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Vale desmentiu os rumores e disse que “não há qualquer discussão ou deliberação no âmbito da Vale sobre eventual unificação das ações de sua emissão”.

Além disso, a companhia confirmou que estão ocorrendo debates sobre o novo acordo de acionistas e que todas as condições do eventual acordo, como prazo de vigência, uma possível proposta de reestruturação societária e aperfeiçoamento da estrutura de governança da Vale, ainda estão em negociação e, tão logo sejam definidas, serão divulgadas ao mercado.

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Ainda na noite de ontem, a mineradora informou que irá divulgar seu balanço referente ao ano de 2016 no dia 23 de fevereiro às 7h (horário de Brasília), enquanto o relatório de produção será apresentado uma semana antes, no dia 16 de fevereiro, antes da abertura dos mercados. No mesmo dia da divulgação do resultado, serão realizadas duas teleconferências. A primeira, em português, ocorrerá às 10h, enquanto a segunda, em inglês, ocorrerá às 12h.

Em comunicado, a Vale comunicou também que foram celebrados ontem pela companhia, a Samarco e a BHP Billiton, dois termos junto ao Ministério Público Federal. O primeiro tem o objetivo de definir os procedimentos e o cronograma de negociações para o pagamento das indenizações decorrente do desastre ocorrido em 2015, que ficou marcado para 30 de junho.

Segundo o acordo, a BHP Billiton, a Vale e a Samarco pagarão inicialmente R$ 2,2 bilhões no total para apoiar a compensação e remediação do impacto do rompimento de uma barragem que continha resíduos de mineração. As empresas também terão de adiantar R$ 200 milhões para financiar programas para reparar danos e reconstruir as comunidades.

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Segundo o plano anunciado na quinta-feira, especialistas serão nomeados para assessorar os procuradores federais sobre os impactos do desastre da barragem e quaisquer mudanças que possam ser necessárias para programas de recuperação social e ambiental.

Por fim, no radar da companhia, o Scotiabank cortou a sua recomendação para a companhia para “sector outperform”.

Petrobras (PETR3; PETR4)
Após um incêndio atingir a unidade de destilação da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na baixada fluminense, a Petrobras informou que o abastecimento de combustíveis ao mercado “está garantido”. A empresa afirmou ainda que não houve danos às pessoas nem ao meio ambiente.

Segundo a Petrobras, por volta das 13h40 de quarta-feira, vazou combustível na unidade de destilação. Em seguida, ocorreu o incêndio. “A ocorrência foi prontamente controlada pela equipe de contingência da refinaria e comunicada aos devidos órgãos de controle”, traz a nota. A petroleira informou também que a unidade está parada para avaliação das causas do incidente e eventual necessidade de manutenção, visando à posterior retomada da operação.

Ainda no noticiário da estatal, a companhia disse que irá recorrer de uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que suspendeu a licitação da plataforma piloto de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, após ação movida pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). O sindicato pediu à Justiça a suspensão da licitação, ao alegar que o processo não cumpre regras de conteúdo local estipuladas em contrato.

Leiloada em 2013, no pré-sal da Bacia de Santos, Libra é tida como uma das áreas exploratórias do setor de óleo e gás mais promissoras do país. A plataforma piloto está prevista para entrar em operação em 2020, iniciando a operação comercial.

Em primeira instância, a Justiça chegou a indeferir o pedido do Sinaval, tendo como um dos argumentos a informação de que a Petrobras chegou a tentar cumprir as determinações de conteúdo local no processo de contratação, mas desistiu após sobrepreço em propostas. Essa decisão, entretanto, foi revertida. “A Petrobras irá recorrer da decisão liminar que suspendeu a licitação para afretamento do FPSO de Libra”, disse a petroleira.

Por fim, segundo o Estadão, o governo vai oferecer ao mercado em leilões que pretende realizar anualmente a partir de 2018 campos de óleo e gás da Petrobras. Desde que o preço do petróleo despencou e a Operação Lava Jato contribuiu para enfraquecer o caixa da empresa, o número de campos devolvidos pela estatal à União quintuplicou. Ao todo, 21 áreas, com descobertas de petróleo e gás declaradas, estarão liberadas a outras petroleiras. Parte delas está localizada nas três bacias produtoras mais nobres – Campos, Santos e Espírito Santo.

BM&FBovespa (BVMF3)
O Carf retirou da pauta da sessão de hoje o caso de ágio da BM&FBovespa. O julgamento do recurso da bolsa já teve início do Carf, mas foi interrompido por pedido de vista e sofreu vários adiamentos. O processo questiona multa aplicada pela Receita Federal após amortização de ágio gerado na fusão da BM&F com a Bovespa em 2008.

O fisco entendeu que o ágio não poderia ser utilizado para reduzir o valor dos tributos devidos pela nova empresa e autuou a bolsa, que recorreu da decisão. Em seu balanço, a BM&FBovespa indicou que a ação poderia render o pagamento de R$ 1,1 bilhão, mas o valor atualizado poderá ser ainda maior.

Lojas Renner (LREN3)
O conselho de administração da Lojas Renner aprovou a sétima emissão de debêntures da companhia, em série única, no valor de R$ 300 milhões. Os recursos serão destinados para alongamento do perfil de endividamento da empresa. Ainda segundo a empresa, o prazo da emissão será de três anos, a partir de 13 de fevereiro, e a remuneração será de até 108% da variação acumulada das taxas médias diárias dos depósitos interfinanceiros (DI) de um dia.

Além disso, foi aprovado propor aos acionistas na próxima assembleia da companhia, no dia 19 de abril, a distribuição de 40% do resultado do exercício de 2016, a título de dividendos e juros sobre capital próprio. A decisão foi tomada “considerando a política de crescimento sustentado da companhia e seu plano de investimentos”.

Pão de Açúcar (PCAR4)
O Credit Suisse revisou suas estimativas para o Pão de Açúcar e, apesar de acreditar que o curto prazo ainda deve apresentar os mesmos desafios vistos nos últimos meses, os analistas afirmam que a empresa esta conseguindo passar alguns sinais de que o futuro pode ser melhor do que se esperava.

No curto prazo, a percepção deles é de que os principais drivers devem ser o resultado do quarto trimestre, avaliação do montante de não recorrentes, uma nova estratégia de “pricing” do business de food que apesar de ter ajudado no fluxo das lojas ainda não se mostrou suficiente maduro para estabilizar margens.

Os analistas colocam como novo preço-alvo para ação os R$ 70 – ante R$ 58 previstos anteriormente – e apontam que a possível venda da Via Varejo deve ser vista como positiva. “A venda da Via Varejo parece iminente e deve ajudar a destravar valor e permitir que o Pão de Açúcar possa acelerar o crescimento orgânico, desalavancar e aumentar o foco”, disseram.

BRF (BRFS3)
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) condenou a BRF ao pagamento de R$ 2,089 milhões por manipular os preços do leite pasteurizado tipo C. Além da companhia, dona da marca Elegê, também foram condenadas e multadas por envolvimento em cartel de preços no ramo de laticínios diversas cooperativas e sindicatos.

Embraer (EMBR3)
A Airlink, maior companhia aérea regional independente da África do Sul, adquiriu cinco E-Jets da Embraer, sendo três E170 e dois E190 da ECC Leasing, subsidiária integral da companhia. A Airlink começará a receber os aviões no primeiro semestre de 2017.

Ambev (ABEV3)
O Goldman Sachs cortou seu preço-alvo para as ações da Ambev de R$ 21 para R$ 19. 

BR Insurance (BRIN3)
O Conselho de Administração da BR Insurance aprovou a eleição de Luiz Roberto Mesquita Salles como novo diretor presidente da companhia, após a renúncia de Marcelo Moojen Epperlein.

Construtoras
O jornal Folha de S. Paulo informou que o governo tenta fechar com as construtoras nas próximas semanas um pacote de estímulo ao setor que envolva o aumento do teto do valor dos imóveis que podem ser enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida, novas regras para multas no caso de desistência pelo comprador e melhoria nas fontes de financiamento das incorporadoras.

De acordo com a publicação, além de socorrer as companhias que vêm sofrendo com o aumento dos distratos (cancelamentos de contrato), o governo espera que as medidas ajudem na geração de empregos – o setor promete 150 mill novas vagas.

Cia Hering (HGTX3)
A Hering divulgou sua prévia do quarto trimestre de 2016 reportando uma receita bruta de R$ 515,2 milhões no período, o que representa uma queda de 15,3% em relação a um ano antes. “Em adição aos efeitos negativos do cenário macroeconômico que afetaram encomendas de franquias e multimarcas, houve, neste trimestre, queda mais acentuada nas vendas às franquias devido ao maior volume faturado em setembro, a este canal, da coleção Alto Verão, conforme informado no relatório de desempenho do 3º trimestre”, disse a empresa.

Em 2016, as vendas brutas totalizaram R$ 1,7 bilhão, 8,0% inferior ao ano anterior. Enquanto isso, as vendas da rede Hering Store encolheram 11,6% no quarto trimestre e foram também influenciadas pela concentração de reformas no período, que resultou em fechamento temporário de diversos pontos de venda, segundo a companhia. No critério “mesmas lojas”, que considera apenas lojas abertas há mais de 12 meses, a venda recuou 9,8%.

Para os analistas do Santander, a Hering reportou números decepcionantes de vendas no quarto trimestre, bem abaixo da projeção deles. Além disso, eles destacam a queda de 9,8% das vendas “mesmas lojas” – contra estimativa de -8% -, “sugerindo que devemos esperar resultados fracos quando a empresa lançar sua versão completa do lucro em 23 de fevereiro”.

Unidas
A Unidas, empresa de locação de veículos, divulgou nesta quinta-feira prospecto preliminar sobre oferta pública de distribuição primária e secundária de ações ordinárias, com preço por papel estimado entre R$ 15,15 e R$ 18,71.

De acordo com o documento, a empresa ofertará, inicialmente, 46.192.813 ações ordinárias, sendo 20.881.737 novas ações ON a serem emitidas pela companhia (oferta primária); e 25.311.076 ações ordinárias de emissão da companhia e de titularidade do acionista vendedor (oferta secundária).

O processo de bookbuilding começa nesta quinta-feira e será encerrado em 9 de fevereiro, de acordo com o cronograma da oferta no prospecto preliminar. O início de negociações das ações no segmento Novo Mercado da Bovespa está previsto para 13 de fevereiro.

Telecom
O Itaú BBA diz ver fortes “ventos favoráveis” para o setor de telecomunicações no Brasil. O setor de tecnologia, mídia e telecomunicações enfrentará uma combinação favorável de racionalidade de mercado, recuperação econômica gradual, novos investidores potenciais, mudanças regulatórias e o fim do período de capex intensivo, segundo relatório assinado por Susana Salaru e Vitor Tomita.

Mudanças regulatórias seriam “final feliz”, facilitando a capitalização da Oi (OIBR4) e destravando valor para ela e também para a Telefônica Brasil (VIVT4). Além disso, os analistas disseram que a potencial capitalização da Oi por um novo investidor “poderia aliviar receios sobre a interdependência de rede, troca de fibra e acordo de partilha-RAN, em última análise, reduzindo o risco sistêmico”.

O Itaú BBA tem como suas “top picks” a Telefônica Brasil, com preço justo de R$ 50,5 para este ano, e a Totvs, com preço justo de R$ 28. Enqunato isso, Tim e Linx têm recomendação market perform e a Oi tem recomendação underperform.

BTG Pactual (BBTG11)
O BTG Pactual, que tem apostado em créditos podres, espera que a queda na taxa básica de juros dê impulso aos seus negócios de trading e de gestão de ativos, segundo Huw Jenkins, vice-presidente do conselho do banco, em entrevista para a Bloomberg em Davos.

“Taxas mais baixas de juros significam essencialmente alta de preços dos ativos financeiros, por isso a área de trading dos bancos deve ir muito bem e a gestão de ativos deve crescer”, disse Jenkins na entrevista.

A escassez de crédito no Brasil, “especialmente com a retração dos bancos públicos”, significa que as margens de lucro nos empréstimos se manterão altas mesmo com o recuo da taxa básica da Selic, disse ele. “As taxas estão caindo, mas estão em um nível tão elevado que ainda possibilitam ganhos para os bancos”, completou.

Banco Pine (PINE4)
O conselho de administração do Pine aprovou um programa de recompra para aquisição de até 500.000 ações preferenciais de sua própria emissão para permanência em tesouraria e posterior alienação, sem redução do capital social.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.