Bradesco BBI vê alta de 26% da Petrobras em 2017; possível fim da VALE5 e mais 13 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (18)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As perspectivas para a Petrobras em 2017 seguem sendo o destaque no radar corporativo, assim como outras recomendações, caso da elevação de Lojas Renner pelo BB Investimentos. Além disso, chama a atenção a notícia do Valor sobre o possível fim da VALE5. Confira os destaques desta quarta-feira (18):

Petrobras (PETR3;PETR4)
O Bradesco BBI destacou em relatório que vê as ações da Petrobras subindo mais 26% em 2017. “Desde o nosso upgrade de Petrobras para outperform, em agosto de 2016, a ação subiu 30% e nós estimamos uma alta adicional de 26% até o final de 2017”, segundo relatório assinado por Filipe Gouveia e Osmar Camilo.

O banco lista “10 temas que os investidores podem considerar úteis para entender os desafios e oportunidades da Petrobras e que explicam nossa visão construtiva”. São elas: 1) melhorias regulatórias; 2) plano de desinvestimento e demandas do TCU; 3) política permanente de preços dos combustíveis; 4) gestão de passivos off balance-sheet; 5) desconto aparentemente excessivo de PETR4/PETR3; 6) avaliação de medidas redução de custos; 7) atualização sobre ação coletiva nos EUA; 8) dados até janeiro de Transferência de direitos (ToR); 9) produção no curto prazo parece boa, mas a longo prazo está em debate e 10) valuation – o que é um EV/EBITDA justo. Eles apontam que o “processo de desalavancagem está no caminho para 2018, o que deverá permitir que a Petrobras se concentre nos retornos subseqüentes”. 

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Por fim, a Petrobras teve aval do Cade à venda de fatia na Guarani à Tereos. A Operação foi aprovada sem restrições pelo Cade, segundo despacho publicado no Diário Oficial.Em 28 de dezembro, a petroleira estatal anunciou acordo com a Tereos para vender sua fatia na Guarani por aproximadamente R$ 660 milhões em anúncio.

A estatal informou que concluiu ontem, através de subsidiária, a oferta de títulos no mercado de capitais internacional, no valor de US$ 4 bilhões e vencimentos de 5 e 10 anos. A operação foi precificada em 9 de janeiro, com o rendimento ao investidor de 6,125% para as global notes com vencimento mais curto e de 7,375% para as mais longas. Conta a companhia em comunicado ao mercado que a Petrobras Global Finance pretende usar os recursos líquidos da venda dos títulos para recomprar títulos antigos e outros fins corporativos, “incluindo refinanciamento de dívidas a vencer”.

Vale (VALE3VALE5)
O serviço de notícias Valor Pro afirmou que nas negociações do acordo de acionistas da Vale , existe a discussão para a migração das duas classes de ações da mineradora para apenas papéis ordinários, que dão direito a voto. Segundo fontes, este é um cenário provável, mas o acordo ainda não foi fechado. Vence em abril o atual acordo entre os acionistas da Vale, Bradespar, BNDES, a japonesa Mitsui e os fundos de pensão estatais (Previ, Funcef, Petro e Funcesp). Além disso, a publicação diz que circula a possibilidade do próximo acordo ser mais curto, de apenas seis anos, contra os 20 anos do acordo atual (o acordo vigente é de 1997, ano da privatização da Vale).

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Caso ocorra realmente a união das ações, a mineradora iria pulverizar seu controle, diluindo a participação dos atuais acionistas. Mesmo assim, segundo a fonte do Valor, eles teriam como se proteger de eventuais ofertas hostis por meio de regras que devem ser estabelecidas já na renovação do acordo.

Segundo a equipe de analistas do BTG Pactual, esta potencial melhoria da governança seria uma notícia positiva para os acionistas. “Isso poderia levar a um re-rating dos múltiplos da Vale mais para os níveis de pares”, disseram em relatório destacando que a Rio Tinto e a BHP negociam em múltiplos entre 7 e 7,5 vezes, enquanto a Vale está em 6 vezes. Supondo a convergência das ações, o patrimônio da Vale poderia sofrer uma reprecificação de mais de 30%, o que implicaria na criação de valor de US$ 18 bilhões para a mineradora, segundo o BTG. Entre diversos fatores que tornam este assunto bastante complexo, os analistas destacam a decisão de qual seria a relação de troca das atuais ações PN para ON.

Dados todos os pontos que precisam ser decididos, a equipe do BTG diz estar cética que este seria um evento para curto-prazo na Vale. “Embora claramente faria sentido de uma perspectiva de criação de valor e provavelmente será analisada a nível de acionista, permanecemos neutros com a Vale”, completaram os analistas. Confira mais clicando aqui. 

Ainda no noticiário da companhia, o ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho afirmou em Davos que a Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP, deve voltar a operar em dois meses. O ministro disse que a mineradora voltará aos negócios tendo abordado todos os problemas ambientais e legais que tinha.

Frigoríficos
As carnes vendidas no varejo do estado de São Paulo deverão ficar mais cara a partir de 1º de abril, em função de um decreto editado pelo governador Geraldo Alckmin extinguindo a isenção de ICMS que beneficiava o segmento desde 2009. As informações foram dadas pelo jornal Valor Econômico, que diz que a medida pode provocar uma elevação de até 8% nos preços das carnes no maior mercado consumidor do país.

No noticiário das empresas do setor, a Marfrig (MRFG3) informou o mercado que recebeu comunicado de aumento de participação relevante de seus controladores MMS Participações, Marcos Molina dos Santos e Marcia Aparecida Marçal dos Santos, que em conjunto passaram a deter diretamente 209.703.592 ações ordinárias, o que corresponde a participação de 40,23% do total de ações que compõem o capital social.

Já a Minerva (BEEF3) comunicou os investidores que “restou considerada extinto de pleno direito” a obrigação de aquisição de ações de emissão da Frisa Frigorífico Rio Doce representativas de 99,56% do capital social total, informada em fato relevante de 7 de novembro do ano passado. De acordo com o texto assinado pelo diretor de relações com investidores Eduardo Pirani Puzziello, a decisão se deu “por não terem sido satisfeitas, pelos vendedores, todas as condições precedentes avançadas entre as partes”.

Para a equipe do Itaú BBA, o anúncio é negativo para a companhia. Os analistas esperam impacto negativo de 6% no valor patrimonial da Minerva e redução de 7% no Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deste ano. “O cancelamento do acordo e a apreciação do câmbio reduziram a atratividade do call”, escreveram em relatório a clientes.

Usiminas (USIM5)
O grupo japonês Nippon Steel, sócio controlador da Usiminas, disse na terça-feira que aceitaria reconduzir à presidência o executivo Sérgio Leite, nome indicado pela Ternium, também sócia da siderúrgica mineira, desde que o grupo ítalo-argentino aceite implementar a regra de alternância de poder na companhia. Em entrevista concedida na terça-feira, 17, o presidente da Nippon no Brasil, Hironobu Nose, afirmou que essa seria a melhor fórmula para que os controladores cheguem, finalmente, a um acordo.

Para isso, a Nippon abriria mão de fazer a primeira indicação para a presidência e aceitaria Leite, vice-presidente comercial da Usiminas, no posto. Com isso, o atual presidente, Rômel de Souza, ficaria à frente do conselho de administração. “Acreditamos que Rômel seria o principal nome (para a presidência executiva), mas faríamos essa concessão”, disse. Leite foi eleito no ano passado presidente da companhia, mas saiu por decisão da Justiça, que foi favorável à Nippon à época.

Os dois sócios estão envolvidos em uma disputa societária desde setembro de 2014 e não chegaram a um acordo até o momento. Pelo acordo de acionistas, as decisões na companhia têm de ocorrer por consenso.

Segundo Nose, ainda não houve reunião formal entre as empresas, mas ocorrerá em breve. Nose não vê problema na mudança de gestão na Usiminas, tendo em vista a fragilidade financeira d a empresa. O executivo não é a favor da cisão do negócio e tentará manter a sociedade.

Paranapanema (PMAM3)
A companhia informou que seus acionistas, em assembleia geral, aprovaram a postergação, pela segunda vez, do pagamento de dividendos. A decisão foi unânime e a companhia não informou qual será a previsão do pagamento. A aprovação dos dividendos foi feita em 29 de abril de 2016, mas dois meses depois a companhia postergou o pagamento para 30 de dezembro. O valor total a ser remunerado é de R$ 24.186.155,04. No comunicado da última terça, a companhia justificou que a distribuição de proventos foram novamente postergados porque “tal pagamento permanece incompatível com a situação financeira atual da companhia em decorrência de eventos posteriores à sua declaração”.

Lojas Renner (LREN3)
O BB Investimentos elevou a recomendação para as ações da Lojas Renner para outperform com um novo preço-alvo para 2017 de R$ 29,40 (ante R$ 23,00). Os analistas apontam que o desempenho das ações foi ruim, impactado pelo desempenho de vendas abaixo do esperado no terceiro trimestre, somado a uma previsão mais pessimista para o cenário macro nos próximos meses. “Em nossas novas perspectivas, assumimos uma visão mais conservadora no curto prazo, reduzindo as expectativas de vendas e margens, reconhecendo que nossos números anteriores eram muito otimistas em face do pano de fundo desafiador para o segmento de varejo. O alto nível de taxa de desemprego, juntamente com a pressão dos salários, deve adiar uma recuperação nas vendas das varejistas por mais tempo do que anteriormente consideramos”.

Segundo o BB Investimentos, a Lojas Renner não ficou imune à crise macroeconômica, mas conseguiu lidar com ventos contrários desfavoráveis ??e manter investimentos em remodelação de lojas, novas lojas, centro de distribuição, sistemas de TI e logística, o que trará resultados positivos num futuro próximo.

Cyrela (CYRE3)
 A construtora e incorporadora Cyrela  informou na terça-feira que suas vendas líquidas contratadas no quarto trimestre somaram 1,09 bilhão de reais, alta de 29,2 por cento ante mesma etapa de 2015.

Segundo afirmou a companhia em comunicado, das vendas realizadas no período, 42 por cento foram de estoques e 58 por cento, de lançamentos.

A Cyrela também informou que seus lançamentos de outubro a dezembro somaram 1,274 bilhão de reais, montante 68 por cento superior ao de mesma etapa de um ano antes.

O Itaú BBA espera reação positiva a dados operacionais preliminares “sólidos”; a companhia apresentou aceleração nos lançamentos e vendas contratadas tanto na comparação trimestral quanto na base anual. 

Multiplan (MULT3)
A Multiplan, administradora de shopping centers, divulgou que as suas vendas nominais somaram R$ 4,4 bilhões no quarto trimestre de 2016, 3% superior frente o mesmo período de 2015. Já as vendas na mesma área (SAS) subiram 2,5%, enquanto as vendas nas mesmas lojas (SSS, que existem há mais de 12 meses) subiram 1,5%. No quarto trimestre, a Multiplanmostrou  uma taxa de ocupação de 97,3%, uma leve variação ante os 97,4% obtidos na comparação com 2015.

O  Itaú BBA espera reação neutra a dados de vendas “suaves”.

Siderúrgicas
Em relatório, o BTG Pactual destacou que os dados de alta frequência do setor de siderurgia mostram alguns sinais de aumento da demanda em aços longos e planos em uma base anual, mas são necessários mais dados para confirmar a tendência positiva. A preferida no setor é a Gerdau (GGBR4).

Oi (OIBR4)
Segundo fonte ouvida pela Bloomberg, a Oi concorda em converter dívida em ações já em novo plano. A companhia telefônica afirmou que quer apresentar novo plano de recuperação até o fim de março, segundo pessoa com conhecimento direto do assunto que pediu anonimato proque não está autorizada a falar publicamente.

A companhia já se encontrou com Elliott, Cerberus e grupo do bilionário Naguib Sawiris neste ano, disse a pessoa. A Oi tem mantido discussões com grupos de credores liderados pela Moelis e pela G5. Ela teria concordado em usar parte dos recursos da venda de ativos para pagar os credores, segundo a pessoa. O grupo de Sawiris anunciou objeção a plano da Oi na Justiça nesta terça, disseram 2 pessoas com conhecimento direto do assunto mais cedo.

(Com Bloomberg e Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.