Com ajuda da Petrobras, Ibovespa vira no fim e fecha em alta; DIs afundam após IPCA

SÃO PAULO – Após iniciar esta quarta-feira (21) em alta, o Ibovespa virou para queda no início da tarde após a abertura das bolsas nos Estados Unidos e com a surpresa vinda do aumento dos estoques de petróleo. O índice chegou a recuar 0,63% na mínima do dia, mas voltou a subir no fim do pregão com ajuda da Petrobras, que passou para o positivo após anunciar uma coletiva “surpresa”. O benchmark da bolsa brasileira fechou com ganhos de 0,11%, aos 57.646 pontos. O volume financeiro nesta sessão ficou em R$ 5,446 bilhões.

A estatal petrolífera disparou 2,5% e virou para alta em 15 minutos após a companhia convocar uma coletiva de imprensa para 19h desta quarta. Em contato com o InfoMoney, a assessoria da estatal disse que a coletiva “não tem assunto” e não informou quais executivos irão falar.

Os contratos de juros futuros, por sua vez, fecharam no campo negativo. Os DIs com vencimento em janeiro de 2018 recuaram 5 pontos-base, a 11,62%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2021 afundaram 20 pontos-base, a 11,52%, após a divulgação de números abaixo do esperado pelo mercado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no IPCA-15.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,19% em dezembro, sobre alta de 0,26% no mês anterior, informou o IBGE. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,30% para o período.

Já os contratos de dólar futuro com vencimento em janeiro de 2017 caíram 0,60%, sinalizando cotação de R$ 3,340, ao passo que o dólar comercial fechou com perdas de 0,35%, cotado a R$ 3,3305 na compra e R$ 3,3320 na venda.

Mais cedo, puxou o índice para o negativo a divulgação dos estoques de petróleo nos EUA. O Departamento de Energia informou que os estoques no país subiram 2,26 milhões de barris na semana encerrada em 16 de dezembro. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam recuo de 2,43 milhões de barris. O último dado divulgado havia apontado para um recuo de 2,56 milhões de barris.

Destaques da Bolsa
Do lado das ações, chamaram atenção as altas da Embraer (EMBR3), após elevação de recomendação pelos analistas do Itaú BBA de marketperform para outperform, com novo preço-alvo de R$ 20,00 para 2017. Para eles, o valuation atrativo ofusca o ceticismo sobre uma possível virada da empresa.

Ainda do lado corporativo, as ações da Vale (VALE3; VALE5) caíram mesmo com uma boa notícia. A mineradora informou na terça-feira que celebrou, em documento não vinculante, acordo com a BHP Billiton para eventualmente ceder a cava de Timbopeba para depósito de rejeitos de mineração pela Samarco, uma vez que ela volte a operar.

Pelo acordo, que depende do sucesso da negociação entre as partes e de aprovações governamentais, a Vale transferiria a cava de Timbopeba à Samarco e, em compensação, a Samarco forneceria à Vale uma quantidade de minério não processado (Run-of-Mine – ROM) por um determinado período. A Samarco, uma joint venture da Vale e da BHP, está com as operações paralisadas desde o final do ano passado, após o rompimento da barragem que provocou a morte de 19 pessoas e causou o pior desastre ambiental do Brasil.

As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) viraram para alta no fim do pregão após anunciar uma coletiva sem informar o assunto ou os executivos que participarão do evento. Enquanto isso, no radar, a estatal disse que está trabalhando na reformulação de sua sistemática para desinvestimento, com vistas a ajustá-la às determinações do TCU, informou a companhia em fato relevante, informando que a decisão não se aplica a contratos já assinados.

A petroleira ainda espera concluir a reformulação “no menor prazo possível” para não prejudicar as metas de parceiras e desinvestimentos incluídas no plano de negócios. A terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por processos de desinvestimentos relativos aos três projetos abaixo encontram-se paralisados pelas liminares do Poder Judiciário: alienação de participação acionária da BR Distribuidora; cessão dos diretos de concessões em águas rasas nos Estados de Sergipe e Ceará e alienação de direitos de concessão em Baúna e Tartaruga Verde.