Atenção: As 4 ações para ficar de olho logo no início do pregão

Confira os destaques desta segunda-feira (21) e da semana que você deve se atentar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois de fechar na mínima na última sexta-feira por conta da tensão entre EUA e China, o Ibovespa deve seguir repercutindo o cenário de maior tensão entre os dois países, além da expectativa pelo anúncio de novas medidas pelo governo brasileiro para estimular a economia ainda nos próximos dias. Cabe lembrar ainda que a semana é mais fraca em termos de indicadores econômicos e a liquidez deve ser mais baixa até o Natal. Confira os destaques do dia e da semana e as ações para monitorar logo no início do pregão:

1. Bolsas mundiais
As principais bolsas mundiais têm um dia de poucas variações, ainda seguindo o cenário de tensão gerada pela captura de um drone subaquático americano pela China.  O Ministério da Defesa da China disse, no sábado, ter conversado com os EUA sobre a devolução do drone capturado por uma embarcação naval chinesa no Mar da China Meridional, mas que os EUA não estavam ajudando com a “propaganda” do problema. Vale ressaltar que o porta-voz chinês reagiu contra declaração do presidente eleito, Donald Trump, de que a China “roubou” o drone em um “ato sem precedentes”.

Os mercados chineses recuaram ainda pressionados pelas blue-chips, uma vez que as expectativas de novo estímulo monetário diminuíram após Pequim prometer conter bolhas de ativos no próximo ano mantendo a política monetária “prudente e neutra”. Por sua vez o índice MSCI, que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, recuava diante da perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos e de um dólar mais forte com as políticas da administração Trump de corte de impostos e de gastos fortes. Isso ameaça sugar capital dos mercados emergentes.

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Ainda no noticiário econômico, o mercado segue na expectativa pela decisão de política moentária do Bank of Japan que deve sair entre essa segunda e terça-feira. Já nesta segunda, a presidente do Federal Reserve Janet Yellen faz discurso na Universidade de Baltimore, às 16h30. No mercado de commodities, o petróleo sobe e volta a superar US$ 52 com dificuldades da Líbia em elevar produção, enquanto os metais industriais recuam e o ouro tem 2ª alta seguida com tensão entre EUA e China. 

Às 7h49, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,14%

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* CAC-40 (França) -0,24%

*DAX (Alemanha) -0,03%

* Xangai (China) -0,15% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,85% (fechado)

* Nikkei (Japão) -0,05% (fechado)

*Petróleo brent +0,49%, a US$ 55,48 o barril

2. Indicadores domésticos
Na quarta-feira, às 9h, sai o IPCA-15 de dezembro (estimativa do mercado: altas de 0,33% no mês e de 6,77% no acumulado em 12 meses. Na quinta-feira, sai aguardado o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que permitirá ao mercado calibrar as expectativas para a política monetária em 2017. O BC também os dados das contas externas de novembro, na terça-feira, e a nota de política monetária e operações de crédito, na sexta-feira, ambos às 10h30. Ao longo da semana, mas sem data definida, serão anunciados a TJLP, os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e a arrecadação federal.

Ainda na semana, teremos na terça-feira, às 11h, uma coletiva com o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn para “apresentar a agenda de medidas estruturais” da autoridade monetária. Na política, a Câmara dos Deputados convocou sessão para votar ainda nesta segunda-feira (19) o projeto sobre a dívida dos Estados. O projeto, que foi alterado pelo Senado e precisa passar pelo crivo dos deputados, inclui o novo Regime de Recuperação Fiscal para os Estados com pior situação de caixa. Além disso, o governo poderá anunciar nos próximos cinco dias uma complementação do pacote de retomada da economia da semana passada, agora voltado para o mercado de trabalho. Uma Medida Provisória, segundo notícia de “O Globo” de sábado e reafirmada por outros veículos no domingo, seria editada para permitir as empresas adotarem a jornada flexível de trabalho – ou seja, a contratação de trabalhadores por horas trabalhadas, com jornada intermitente. Com os direitos trabalhistas assegurados de forma proporcional.

Poderá ocorrer também a transformação do Programa de Proteção do Emprego (PPE) e Dilma em Programa Social do Emprego (PSE) de Temer. Não há detalhes conhecidos sobre as mudanças, mas Temer já falou em gastos de R$ 1,3 bi para incentivar o emprego. Confira mais clicando aqui. 

3. Indicadores internacionais
Nos Estados Unidos, os investidores monitoram a revisão do PIB do terceiro trimestre, a ser divulgada na quinta-feira (22), às 11h30. No mesmo horário também saem os números de pedidos de auxílio-desemprego e as encomendas de bens duráveis. Na quarta-feira (21), às 13h30, serão conhecidos os estoques do petróleo. Na sexta-feira (23), o principal indicador é o de vendas de novas moradias  Ainda nesta segunda-feira, às 12h45, serão divulgados os PMIs de serviços e composto referentes a dezembro. 

4. Fora da Curva
A última entrevista do InfoMoney Fora da Curva traz um papo com o sócio-fundador da Mauá Investimentos e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo. Um dos “sobreviventes” da crise que vivemos  em 2002, ele explicou em detalhes por que a situação atual do Brasil está muito mais confortável do que ele enfrentou no começo deste século. Clique aqui para acessar a entrevista.

5. Noticiário corporativo
Entre as ações para monitorar logo no início do pregão, estão os papéis da Vale (VALE3; VALE5), que confirmou a venda de praticamente todos os ativos que possui na área de fertilizantes para a norte-americana Mosaic, em uma transação de cerca de US$ 2,8 bilhões. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) devem reagir à notícia de que a delação dos executivos da Petrobras levou à suspensão das negociações com investidores dos Estados Unidos que estão processando a companhia e pode impor condições menos favoráveis à estatal mais adiante. O efeito negativo, no entanto, pode ser amenizado pela alta de cerca de 0,5% dos preços do petróleo na manhã desta segunda-feira. Atenção também para as ações do Itaú (ITUB4), que reestruturou sua equipe nos EUA, nomeando Christian Egan para liderar a área de global markets e tesouraria e Carlos Constantini como presidente da unidade norte-americana do banco. Possíveis mudanças também no comando da Cemig (CMIG4), que poderá anunciar a demissão de seu presidente-executivo e de seu diretor financeiro até a quarta-feira (21) depois de o maior acionista da empresa, o Estado de Minas Gerais, discordar do plano de redução da dívida da empresa.. 

(com Bloomberg e Reuters.)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.