Bolha sem fim: imobiliárias perdem 72% de valor de mercado desde o auge do setor

Após atingir máxima de R$ 57,1 bilhões de valor total em outubro de 2010, setor desabou para R$ 16,23 bilhões de valor de mercado no último dia 13 de dezembro

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em um dos setores que mais sofreu na Bolsa nos últimos anos, as construtoras perderam quase 72% de seu valor de mercado somado desde 2010. Um levantamento feito pela consultoria Economatica mostrou que o setor atingiu seu valor máximo histórico em 14 de outubro de 2010, quando as 16 empresas imobiliárias tinham, juntas, um valor de R$ 57,1 bilhões.

Desde então as empresas passaram por uma forte derrocada, atingindo em 13 de dezembro deste ano, um valor total de R$ 16,23 bilhões em valor, o que representa uma queda de 71,6%, ou R$ 40,9 bilhões. A mínima histórica do setor, segundo a consultoria, foi atingida em outubro de 2008, quando seu valor de mercado chegou a R$ 8,17 bilhões.

Se considerarmos apenas o período após a máxima histórica, o setor teve seu pior momento em 18 de janeiro desde ano, mostra a Economatica. Naquela data, as 16 empresas do setor tinham valor somado de mercado de R$ 12,3 bilhões, o que representa uma queda de 78,43%, ou R$ 44,8 bilhões.

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O setor imobiliário viveu seu auge entre 2005 e 2007, período em que 25 construtoras abriram seu capital no Brasil, sendo 18 apenas em 2007. Porém, com todo este “sucesso”, muitas empresas começaram a ampliar seus negócios, algo que acabou não funcionando e começando a dar muitos problemas para estas empresas, que junto com a crise de 2008 acabou sendo um dos mais prejudicados, o que é representado pelo gráfico da Economatica.

Em entrevista recente para o projeto Fora da Curva, do InfoMoney, o fundador da Tecnisa, Meyer Joseph Nigri, afirmou que em seus mais de 40 anos de atuação no setor nunca viu uma crise como a atual. Segundo ele, um dos grandes problemas que as construtoras enfrentam hoje está relacionado aos chamados “distratos”, que são os cancelamentos feitos por clientes que estão pagando pelo imóvel enquanto ele está em construção. Para conferir a entrevista completa, clique aqui.

Veja a evolução do valor de mercado do setor imobiliário desde dezembro de 2007:

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Se considerarmos as companhias de forma separada, a PDG Realty (PDGR3) tem o pior desempenho do setor. Segundo a Economatica, em 14 de outubro de 2010 a companhia era a maior do setor considerando o valor de mercado, que era de R$ 12,16 bilhões. Em segundo lugar aparecia a Cyrela (CYRE3), com R$ 10,94 bilhões.

Em 13 de dezembro deste ano, a PDG fechou o pregão com um valor de mercado de R$ 67,39 milhões, o que representa uma queda de 99,45% em seu valor de mercado, ou R$ 12,1 bilhões. Atualmente o valor de mercado da empresa só é superior ao da Rossi e da Viver, enquanto a maior empresa do setor na mesma data era a MRV, com R$ 4,85 bilhões de valor.

Veja abaixo a tabela com o valor de mercado das empresas imobiliárias:

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.