Petrobras “ignora” petróleo e cai, siderúrgicas afundam 5% e small cap salta 8% em 2 dias com dividendos

Confira os principais destaques corporativos do pregão desta sexta-feira (9)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve um dia de forte volatilidade, entre turbulência com as ações de commodities e alta dos bancos. Com os investidores optando por cautela antes do final de semana, as ações da Petrobras e Vale viraram para o campo negativo nesta tarde. As siderúrgicas, embora tenham registrado queda em boa parte, acentuaram as perdas também nesta tarde.

Dos destaques positivos do índice, as ações do Pão de Açúcar atingiram alta de até 6,5% nesta sessão, em meio a expectativas mais otimistas para os próximos trimestres. Também mostraram euforia os papéis das concessionárias de rodovias Ecorodovias e CCR, que subiram mais de 2%. No radar da Ecorodovias, o governo aprovou em caráter preliminar proposta de renovação antecipada do Ecoporto

Já fora do índice, duas small caps voltaram a chamar atenção na Bolsa, após anunciarem pagamento de dividendos. Além delas, os papéis da Totvs também foram destaques positivos, após sofrerem mais uma elevação de recomendação nesta semana. 

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Confira abaixo os principais destaques da Bovespa desta sexta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 18,19, -0,93%; PETR4, R$ 15,58, -0,76%)
Dia de turbulência para as ações da Petrobras: depois de marcarem alta de mais de 1%, os papéis viraram para forte queda nesta tarde, descolando dos preços do petróleo no mercado internacional. Os contratos do petróleo WTI fecharam em alta de 1,3%, a US$ 51,50 o barril. 

No radar, negociações para a venda da parcela da Petrobras de 25% no campo de Saint Malo, no Golfo do México, está com as negociações avançadas segundo o Valor Econômico. As tratativas prosseguem apesar da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspender as vendas de ativos da estatal. No caso da BR Distribuidora, porém, as conversas com as partes interessadas foram suspensas devido a uma liminar da Justiça de Sergipe.

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Além disso, segundo o jornal O Globo, a estatal pretende se adequar até fevereiro às exigências do órgão fiscalizador ligado ao Congresso. Já o Estado de S.Paulo informa que o TCU abriu processo para investigar suspeita de sobrepreço de R$ 544 milhões em quatro contratos do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Vale (VALE3, R$ 29,61, -1,73%; VALE5, R$ 26,55, -0,67%) e siderúrgicas
As ações da Vale, que tentaram apagar o pessimismo da véspera mais cedo, também viraram para o campo negativo nesta tarde, em meio às especulações de que o minério de ferro chegou a um limite de alta, disse Adeodato Volpi Netto, head de mercados de capitais da Eleven Financial, à Bloomberg. 

A commodity, negociado no porto de Qingdao, na China, caiu pelo segundo pregão, depois de ter subido por três dias, quando atingiu seu maior patamar desde outubro de 2014. O minério de ferro fechou hoje em queda de 0,15%, a US$ 81,66 a tonelada. 

No radar, o projeto de minério de ferro da mineradora Vale S11D, no Pará, o mais importante de sua história, recebeu a licença de operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta sexta-feira, segundo documento publicado no site do órgão ambiental. A licença, segundo o documento, é válida por 10 anos a partir da data de sua assinatura. “A validade da licença está condicionada ao fiel cumprimento das condicionantes”, explicou o Ibama, referindo-se a questões descritas no documento.

As ações das siderúrgicas seguiram pelo mesmo caminho e tiveram um dia de fortes perdas: CSN (CSNA3, R$ 11,30, -3,00%), Usiminas (USIM5, R$ 4,00, -2,91%), Gerdau (GGBR4, R$ 12,87, -5,23%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,54, -4,97%).

Bancos
Os bancos tentaram recuperar o terreno perdido na véspera. Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,04, +0,90%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,90, +0,30%) e Bradesco (BBDC3, R$ 28,08, +1,08%; BBDC4, R$ 28,88, +1,33%), subiram nesta sessão. No noticiário das empresas, o presidente do BB, Paulo Caffarelli, revelou que cerca de 9 mil funcionários já aderiram ao programa de incentivo à aposentadoria anunciado em novembro. O prazo vence nesta sexta-feira e 18 mil servidores do banco podem participar.

Já no caso do Bradesco, ajuda a puxar os papéis a notícia de que o banco convocou uma reunião do Conselho de Administração para 21 de dezembro para aprovar o pagamento de juros sobre o capital próprio complementares aos acionistas no valor total de R$ 1,491 bilhão, representando R$ 0,256721461 por ação ordinária e R$ 0,282393608 por ação preferencial. Segundo comunicado, caso a proposta seja aprovada, o pagamento será feito com base na posição acionária de 21 de dezembro, com as ações passando a ser negociadas “ex-direito” aos juros complementares a partir de 22 de dezembro.

Do lado do Banco do Brasil, o presidente Paulo Caffarelli afirmou, em entrevista a jornalistas, que a instituição financeira estatal prepara oferta pública da fatia que detém do banco argentino Patagonia. A operação de venda de ações em Buenos Aires e ADRs em Nova York pode sair já em 2017, a depender das condições de mercado. Atualmente, o BB possui 58,97% do capital social da companhia do país-vizinho.

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 52,56, +5,01%)
As ações do Grupo Pão de Açúcar dispararam até 6,51% nesta sessão, a R$ 53,31. Ontem, o grupo realizou uma reunião com investidores e acionistas. O BTG Pactual saiu do encontro animado. Em relatório desta manhã, os analistas do banco escreveram que esperam vendas melhorem do grupo nos próximos trimestre, embora uma recuperação mais significativa em todas as linhas ainda deva demorar a aparecer. 

O Pão de Açúcar disse que espera crescimento do setor de varejo no Brasil em 2017, mas manterá os investimentos no mesmo nível deste ano, e reforçará presença no formato de atacarejo, podendo ver até 26 novos pontos de venda da bandeira Assaí. O presidente-executivo da maior rede de varejo do Brasil, Ronaldo Iabrudi, afirmou a jornalistas que a companhia prepara 15 a 20 conversões de hipermercados da bandeira Extra em Assaí, além de seis novas lojas Assaí no próximo ano.

O executivo comentou ainda que o GPA deve ter em 2017 aberturas de lojas em metros quadrados próximas do nível de 2016, mas que em termos de lojas unitárias haverá redução. Ele não comentou detalhes. “A área bruta de 2017 deve ser um pouco maior que este ano, porque teremos mais Assaí”, disse Iabrudi. Já o vice-presidente financeiro, Christophe Hidalgo, comentou que a expectativa da empresa é que a venda da empresa por metro quadrado vai crescer “um pouco mais que a inflação”.

Hidalgo afirmou que o investimento previsto pelo GPA em 2017 será de R$ 1,6 bilhão, mesmo valor deste ano. Segundo ele, a parte dos investimentos voltados para a área alimentar será “ligeiramente maior” que a prevista para a ViaVarejo, rede de móveis e eletrodomésticos que está sendo vendida pelo grupo e cujos recursos serão reinvestidos no GPA.

Embraer (EMBR3, R$ 16,04, -0,99%)
As ações da Embraer caíram 5,3% em dois pregões. Ontem, o conselho de administração da empresa decidiu pelo não pagamento dos juros sobre capital próprio relativos ao 4° trimestre de 2016.

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 13,07, -3,54%)
A companhia 
anunciou um aumento de capital de R$ 400 milhões (31% do valor de mercado), a um preço de R$ 12,70 por ação (6% abaixo do preço de fechamento de ontem), representando um aumento potencial de 33% no número de ações, de forma a fortalecer o balanço.

A companhia anunciou também um bônus de subscrição como vantagem adicional para os participantes da oferta, na proporção de 0,1 bônus de subscrição para cada ação subscrita. Além disso, (i) as debêntures da sexta emissão (conversíveis em ação) tiveram o strike price de conversão reduzido para R$ 12,70 por ação (do patamar de R$ 30,30 que estava fora do dinheiro antes); e (ii) os debenturistas da sétima emissão (debênture com bônus de subscrição) tiveram o strike price da conversão reduzido para R$ 12,70 por ação (de R$ 31,25).

Segundo o BTG Pactual, considerando todos esses fatores (aumento de capital, novos bônus de subscrição, novo strike para as debêntures conversíveis e novo strike das debêntures com bônus de subscrição), a operação vai representar uma diluição potencial de 64%.

Segundo os analistas, o aumento de capital ajudará a reduzir a alavancagem da empresa, o que tem sido um dos principais riscos de investimento do case. Eles estimam que a alavancagem da Iochpe-Maxion caía de 3,6 vezes para 3,1 vezes com a operação. Eles reiteraram recomendação de compra para a ação.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 7,50, +3,59%) 
As ações da Ecorodovias subiram forte, após o governo aprovar, em caráter preliminar, o plano de investimento da Ecoporto Santos, apresentado com vistas à renovação antecipada de seu contrato de arrendamento portuário no porto de Santos (SP). Também em caráter preliminar, o governo concordou com o pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. As decisões constam da Portaria 702, assinada pelo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, e publicada nesta sexta-feira, 9, no Diário Oficial da União.

Rossi (RSID3, R$ 2,86, +1,78%)
O conselho de administração da Rossi aprovou um empréstimo de R$ 120 milhões com a Caixa Econômica Federal, na forma de cédula de crédito bancário. Os recursos do empréstimo, que tem prazo de 36 meses, serão destinados à quitação da dívida de sua controlada Norcon Rossi Empreendimentos adquirida junto ao BTG e à liquidação da conta garantida da Rossi na Caixa.

Totvs (TOTS3, R$ 23,89, +2,71%)
As ações da Totvs seguiram em euforia na Bolsa, após um novembro para esquecer. Em 7 pregões, os papéis sobem 12%. O movimento ocorre em meio à avalanche de boas notícias: a última delas veio hoje, com a elevação de recomendação de seus papéis para compra pelo Santander; no início desta semana, o Itaú BBA elevou a recomendação da ação para outperform (desempenho acima da média), com a rolagem do preço-alvo de R$ 28,00 para R$ 35,00 para 2017; e, por fim, na virada para o mês de dezembro, o BTG Pactual apontou uma oportunidade de compra clara na ação.

As recomendações vêm na sequência de uma queda de 25% no mês passado, quando os papéis foram fortemente penalizados por um balanço pior do que o esperado no 3° trimestre e a saída da ação do MSCI Emergentes, cuja nova carteira passou a vigorar a partir do dia 1° de dezembro (leia a análise completa aqui).    

Fleury (FLRY3, R$ 40,00, +3,63%)
As ações da Fleury dispararam 8% em 2 pregões, após seu conselho de administração aprovar o pagamento de R$ 220,8 milhões em dividendos, ou R$ 1,40 por ação, e R$ 110,4 milhões em juros sobre capital próprio, ou R$ 0,70 por ação. Ou seja, no total, os acionistas receberão R$ 2,10 em proventos.  

Segundo o BTG Pactual, mais importante do que o pagamento em si é a indicação de que a empresa pode começar a usar mais juros sobre capital própria como forma de retorno de capital aos investidores, otimizando a estrutura fiscal da empresa. O banco reiterou a recomendação de compra do papel. 

Ontem, a presidente do Fleury, Carlos Marinelli disse, durante evento realizado pela empresa para analistas e investidores, que o número de unidades do Grupo vai aumentar em até 65% nos próximos cinco anos. Atualmente, a companhia possui 138 laboratórios e a meta é acrescentar entre 73 e 90 unidades à atual base.

Segundo Marinelli, a previsão é de abertura de 18 a 22 unidades de sua marca principal, sendo que 77% serão unidades de pequeno porte que oferecem apenas de exames de análises clínicas e ultrassom. A estratégia de privilegiar unidades menores também foi estendida aos laboratórios da marca a+, voltada ao público intermediário.

Ferbasa (FESA4, R$ 8,19, -0,61%)
As ações da Ferbasa também chegaram a acumular hoje alta de até 12% em dois pregões, mas os papéis perderam força e viraram para o negativo neste pregão. Ontem, a ação da empresa subiu 10,46%, após anunciar na noite de quarta-feira o pagamento de juros sobre o capital próprio no valor total de R$ 65,684 milhões. A quantia corresponde a R$ 0,7244582528 para cada ação ordinária e R$ 0,7969040781 para cada ação preferencial. 

O valor total corresponde a cerca de 8% do valor de mercado da companhia, que é de R$ 779 milhões. Além disso, considerando o fechamento de quarta-feira (data do anúncio), o yield do JCP fica em torno de 9%.