Santander eleva Bradesco e venda de 20 milhões de ações da Gerdau agitam o radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (22)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue movimentado nesta terça-feira, com o mercado de olho nas recomendações de ações de bancos e esclarecimentos da Petrobras sobre as obras no Comperj e direito de preferência na Liquigás, além de diversas notícias sobre Oi. Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (22):

Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3)
O Santander elevou a recomendação de neutra para compra do Bradesco e introduzindo um novo preço-alvo de R$ 40,00, em substituição ao preço-alvo de R$ 20,00 para 2016. Os analistas destacam a combinação de níveis mais baixos de provisionamento, crescimento de margens financeiras acima dos pares do setor e também levando em conta os impactos líquidos do HSBC Brasil. 

O Santander também reforçou as ações do Banco do Brasil como top pick do setor após a reestruturação, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 37,00 para 2017. Ainda sobre o BB, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as mudanças nas vice-presidências do Banco do Brasil devem sair ainda neste ano.  

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ABC Brasil (ABCB4)
O Banco ABC Brasil teve a recomendação iniciada com overweight (exposição acima da média do mercado) pelo JPMorgan.  

Suzano (SUZB5)
A Suzano anunciou um novo aumento de preço para a celulose comercializada na China. Segundo o BTG Pactual, a empresa deve elevar o valor cobrado pela tonelada de celulose de fibra curta em US$ 20 por tonelada, elevando a US$ 550 a cotação de referência no mercado chinês a partir de 1º de dezembro. Atualmente, segundo a instituição financeira, o valor cobrado na União Europeia é de US$ 654 por tonelada. Na avaliação do banco, o objetivo da Suzano é aproveitar “uma curta janela de oportunidade” devido ao atraso no início das operações na planta de Oki em meio à forte demanda em outubro e novembro. Ainda de acordo com o BTG, o momento é favorável para a celulose, apesar de parecer um movimento de curto prazo. A instituição acrescenta que a Fibria (FIBR3) não indicou uma alta nos preços, sinalizando que deve avaliar as condições do mercado, e aponta a Klabin (KLBN11) como papel preferido no setor.

Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras informou que a sua investigação independente visando à apuração da natureza, extensão e impacto das ações no contexto da Operação Lava-Jato inclui os investimentos na Comperj. 

A empresa emitiu comunicado em resposta a um pedido da CVM de esclarecimento sobre notícia “Cabral recebeu R$ 2,7 milhões de propina em obra do Comperj”, veiculada no jornal O Estado de São Paulo de 17 de novembro. A Petrobras contratou escritórios Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson, Dunn & Crutcher LLP para realizar a investigação independente em 2014.

Em outro esclarecimento, a Petrobras afirmou entender não ser aplicável, no caso da alienação da Liquigás, o direito de preferência tendo em vista que a companhia passou a integrar o Sistema Petrobras após uma operação de compra e venda de ações, e não por meio de uma incorporação, sem qualquer diluição de participação societária dos acionistas da Petrobras. O resultado contábil será apurado no fechamento da operação e ajustado em 60 dias, conforme estabelecido no contrato.

A companhia disse ainda que as 13 refinarias da Petrobras no Brasil operaram com 79% de sua capacidade em outubro, maior patamar desde junho, após a empresa cortar preços da gasolina e do diesel, de acordo com dados da ANP compilados pela Bloomberg. O processamento subiu 7,6% na comparação mensal, mas registrou baixa de 4,5% na base anual, para 1,86 milhão de barris por dia em outubro.

A Petrobras ainda pretende renegociar com os sindicatos, até o fim do ano, as regras da distribuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Segundo o jornal Valor Econômico, o ponto mais polêmico do acordo coletivo vigente é a previsão de a empresa ser obrigada a distribuir PLR mesmo em caso de prejuízo, caso outras metas operacionais sejam cumpridas pelos funcionários. O Valor observa que a intenção do comando da estatal deve elevar a tensão com os petroleiros, que já estão insatisfeitos com o plano de desinvestimento e as negociações salariais.

Já a Bloomberg informa que as negociações da estatal para estabelecer uma parceria estratégica com a Total estão em estágio inicial. Em nota, a Petrobras diz que estão em discussão “diversas iniciativas, como acordos de cooperação tecnológica, desenvolvimento de estudos conjuntos em áreas no Brasil e no exterior e negociação de parcerias em determinados ativos, de interesse comum”. A informação foi divulgada em resposta a um questionamento da CVM sobre reportagem da Folha de S. Paulo “Petrobras negociar áreas no pré-sal com grupo francês Total”, publicada em 19 de novembro.

Oi (OIBR3; OIBR4)
A Oi contratou a Laplace Finanças como assessor financeiro “para auxiliar a companhia no processo de recuperação judicial”, segundo comunicado da companhia na noite desta segunda-feira.

Em 10 de novembro, uma pessoa familiarizada com o assunto disse à Bloomberg News que a Oi havia escolhido a Laplace Finanças para substituir a PJT Partners como seu assessor financeiro. O objetivo é retomar negociações com detentores de títulos. Ter um novo assessor ajudará a agilizar as discussões com os detentores de títulos, disse Marco Schroeder, presidente da Oi, que não quis revelar o nome do assessor antes de o contrato ser assinado.

Ainda no noticiário da empresa, diante do impasse entre credores e acionistas no maior processo de recuperação judicial do País, o presidente da companhia, Marco Schroeder, defendeu a conversão imediata de parte da dívida de R$ 65 bilhões em participação acionária para os credores, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A intenção é reduzir o endividamento da tele para cerca de R$ 20 bilhões e também o peso dos débitos em relação à geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda).

Por fim, as denúncias da Associação Nacional de Proteção dos Acionistas Minoritários (ANA) levaram o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) a abrir um inquérito para investigar a Oi. Os minoritários dizem ter sido prejudicados por irregularidades na condução da companhia que levaram ao “brutal endividamento” de R$ 65 bilhões. Segundo informa o jornal Valor Econômico, entre as operações apontadas na denúncia estão a integralização do capital pela Pharol (ex-Portugal Telecom) na Oi, quando recursos dos sócios da Pharol foram transferidos para o patrimônio da própria sociedade. Advogados ouvidos pela publicação apontam que a abertura de inquérito pela PF é praxe quando se trata de um pedido do MPF. A Oi não quis comentar o assunto e a Pharol disse que é “totalmente favorável” às investigações. 

Embraer (EMBR3)
Segundo o Valor Econômico, a Embraer vem implementado neste segundo semestre uma série de ajustes para adequar a produção à menor demanda mundial por aeronaves, especialmente na aviação executiva. Entre PDV (Programa de Demissão Voluntária) e afastamento sem remuneração (“lay off”), a companhia sinalizou cortes de 3,5 mil profissionais em dois anos, ou 21% da força de trabalho aqui no país. 

Vale (VALE3;VALE5)
A Exotix Partners recomendou compra de títulos da Samarco. “Vemos Samarco como uma história arriscada com a possibilidade de resultados extremos. Mas nossa avaliação é de que os cenários que podem render recuperações maiores do que os preços atuais são mais prováveis do que os possíveis cenários negativos”, segundo relatório assinado por Francisco Velasco.

“Acreditamos que as operações produtivas serão retomadas (vemos mais como uma questão de tempo) e as despesas de remediação não serão altas o suficiente para que a empresa se torne inviável. Vemos vários cenários em que a recuperação para os credores poderia ser superior aos preços atuais dos títulos”, afirmou a Exotix. “Em favor dos credores, também vemos um risco para reputação de Vale e BHP se elas jogarem duro com os credores da Samarco, o que poderia trazer benefícios de curto prazo, mas custos de longo prazo”.

Gerdau (GGBR3; GGBR4)
A metalúrigica Gerdau (GOAU3, GOAU4) vendeu 20,4 milhões de ações preferenciais da Gerdau, reduzindo sua participação na companhia de 20,10% para 19,72%.

Paranapanema (PMAM3)
Segundo o Valor, a reestruturação financeira da fabricante de produtos de cobre Paranapanema vai envolver alongamento da dívida, conversão do saldo devedor em ações e um aumento de capital. Os termos finais ainda estão sendo negociados com os credores e a primeira minuta já foi assinada, segundo comunicado divulgado na sexta-feira. Procurada pelo jornal, a empresa não quis comentar o assunto. 

Cemig (CMIG4)
A Cemig está estudando diversas possibilidades para melhorar seu endividamento, mas emissão de ações não está entre opções estudadas até a presente dada, diz a empresa, em comunicado de esclarecimento ao mercado, nesta segunda-feira. A estatal mineira comenta notícia divulgada na mídia que de estaria preparando oferta subsequente de ações no início de 2017, segundo o comunicado.

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.