É a hora das exportadoras: não espere por rali de final de ano, o Ibovespa deve cair até os 58.500 pontos

Para os analistas, a impressão é que o volume da Bolsa começará a cair se não houver nenhuma notícia nova e, com isso, qualquer ajuste, pode gerar uma correção mais forte; com mudança das carteiras, investidores devem correr para ações das exportadoras, que ganham com um dólar mais forte

Paula Barra

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SÃO PAULO – O pregão da última quinta-feira já trouxe clara sinalização da direção que o Bolsa pode seguir nos próximos dias: para baixo, comentaram os analistas da equipe de ações e derivativos do Bradesco, em nota a clientes, divulgada nesta sexta-feira (18).

Segundo eles, a impressão é que o volume começará a cair se não houver nenhuma notícia nova e, com isso, qualquer ajuste, pode gerar uma correção mais forte, com o mercado ainda bem receoso. A explicação veio a partir da sessão de ontem, quando o Ibovespa ficou oscilando boa parte do tempo próximo a zero, sem apetite de compradores naqueles níveis. “Por volta das 15h (horário de Brasília), olhando para o resumo das operações, não havia nenhuma casa com mais de R$ 20 milhões de saldo comprador líquido. Já ao final do dia, com o Ibovespa encerrando em queda de 1,63%, uma corretora terminou comprada em R$ 120 milhões, mas ainda assim bem abaixo da média”, comentaram os analistas. 

Tecnicamente, comentam, o Ibovespa não conseguiu romper sua resistência na média móvel dos 50 pregões, apesar de no intraday ter negociado acima e acabou realizando mais forte. Para os analistas, o objetivo dessa correção é os 58.500 pontos, onde encostaria na sua MM de 100 pregões, patamar que segurou da última vez que corrigiu. 

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Para eles, é difícil imaginar que investidores irão tomar muito risco próximo ao fim do ano e, “depois dessa última correção ter ‘estragado’ um pouco o ano de muita gente, provável que tenhamos mais ajustes na direção de diminuir risco das carteiras”. 

Ou seja, para eles, é hora de aumentar a exposição em ações de exportadoras que não tenham andado tanto (o que não é o caso de Vale) e que, por valuation, ainda estejam baratas ou que em caso de uma depreciação maior do real frente ao dólar se tornem baratas. Neste sentido, eles apontam o setor de proteína como preferido neste momento, mas que se caso os mercados entrem novamente em modo de pânico o fluxo deve voltar para Vale e ativos do setor de papel e celulose. 

Eles comentaram que, atualmente, há pouquíssimo interesse em setores dependentes de recuperação de demanda doméstica, consumo principalmente, com o mercado oscilando entre nomes ligados a commodities e bancos à medida que aversão ao risco aumenta ou diminui, enquanto o restante deve ficar mais de lado, com liquidez restrita.