Plano da Petrobras para parcerias em refino sai até o fim do ano, diz fonte

A ideia das parcerias foi divulgada pela cúpula da empresa no lançamento do programa de negócios, que prevê também desinvestimentos de US$ 34,6 bilhões entre 2015 e 2018

Reuters

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RIO DE JANEIRO – O plano da Petrobras sobre parcerias no setor de refino deve ser concluído até o fim do ano, e a previsão é que a empresa possa ter diferentes parceiros para viabilizar investimentos necessários para concluir o parque de processamento de petróleo da estatal e também para refinarias já existentes, afirmou uma fonte da empresa.

A ideia das parcerias foi divulgada pela cúpula da empresa no lançamento do programa de negócios 2017-2021, que prevê também desinvestimentos de 34,6 bilhões de dólares entre 2015 e 2018. Mas não havia um prazo para a conclusão de um plano para o refino.

O escopo inicial desse projeto na área de refino prevê que as parcerias poderão incluir as refinarias já existentes, valer para a expansão do parque e também para a finalização de projetos como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cujas obras foram virtualmente paralisadas pelo impacto do escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

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O estudo prevê ainda abrir essa possibilidade de parcerias com mais de uma empresa nacional e ou investidores estratégicos, permitindo ainda que refinarias tenham sócios distintos.

“O Comperj é o ativo mais difícil e não é fácil de viabilizar. No pacote de parcerias em refino, o Comperj vai estar contemplado”, disse a fonte.

“O pacote vai valer para algumas refinarias, não obrigatoriamente todas. O projeto vai estar na rua até dezembro e a ideia é abrir para parcerias e sócios nas refinarias. Serão parcerias com mais de uma empresa”, acrescentou.

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Na apresentação do plano de investimentos, os executivos da Petrobras revelaram que gostariam de replicar na área de refino parcerias bem sucedidas que a petroleira tem com empresas na área de exploração e produção de petróleo.

PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS

A Petrobras tem monitorado semanalmente as cotações do petróleo e derivados no mercado mundial para nortear sua política de preços internos, mas não há perspectiva de alteração nos preços domésticos no curto prazo, afirmou a fonte nesta sexta-feira.

Isso já considerando a recente forte alta do barril nos últimos dias e a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, que normalmente sustenta as cotações no exterior.

“O petróleo está subindo e operando perto de 52 dólares por barril. Não dá para falar em redução (de preço) agora”, disse a fonte, refutando especulações de que, pelo fato de estar vendendo derivados com prêmio ante o mercado internacional, poderia haver espaço para reduzir as cotações dos combustíveis.

Nesta semana, a Petrobras vendeu o diesel com um prêmio de cerca de 24 por cento ante o mercado internacional, e a gasolina com um ganho de quase 16 por cento, segundo cálculo da Tendências Consultoria.

“Ainda tem um prêmio no preço, mas é justo pelo que aconteceu no passado”, disse, referindo-se a perdas bilionárias que a estatal sofreu há alguns anos, quando não repassava cotações mais altas do petróleo para os combustíveis, por orientação do governo, para evitar alta inflacionária.

A venda com prêmio de combustíveis abre espaço para que outros importadores ganhem participação de mercado da Petrobras, mas a fonte vê isso como algo momentâneo.

“Com o petróleo mais alto, pode ser que essa importação de terceiros caia…”, disse.

Segundo a fonte, houve uma “pequena” perda de participação da empresa com a importação de derivados, mas a Petrobras vem compensando isso com “uma logística mais eficiente e na rentabilidade da operação”.

Na avaliação da Tendências, o ganho com a venda de combustíveis com prêmio mais do que compensa a perda de participação de mercado.