Maconha sobe 71% em 2016 e “humilha” rendimento do S&P 500; veja os números desse mercado

Índice da cannabis dispara e as perspectivas para o setor parecem cada vez melhores com a possibilidade de legalização em mais 5 estados nos EUA e no Canadá inteiro

Equipe InfoMoney

Pé de maconha

Publicidade

SÃO PAULO – Até setembro, o Ibovespa subiu 35% em 2016, vencendo tranquilamente a renda fixa, em meio ao rali do impeachment e à liquidez global. O S&P 500, que é o principal índice acionário dos Estados Unidos, também subiu esse ano, embora bem menos, fazendo 6% de alta. Nenhum deles, contudo, conseguiu bater um benchmark: o BI Global Cannabis Index. 

Composto por 30 empresas de capital aberto envolvidas na produção ou venda de produtos ligados à maconha, o índice está subindo nada menos que 71% este ano. As razões são diversas, desde a melhora do mercado financeiro em geral até questões mais específicas, como o aumento no número de estados nos Estados Unidos que legalizaram a droga e a expectativa de que todo o Canadá faça o mesmo em 2017. 

Expectativa essa, totalmente justificável, uma vez que na campanha eleitoral do ano passado, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, prometeu legalizar o uso recreativo da maconha, seguindo os exemplos de Washington e Colorado. “Vamos apresentar um projeto de lei para impedir que a maconha caia na mão de crianças e os benefícios caiam nas mãos dos criminosos”, disse a ministra da saúde canadense, Jane Philpott.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Não por menos, a ação da empresa canadense Aurora Cannabis subiu de US$ 0,40 para US$ 1,35 desde o fim de julho, e já dispara 186% no ano.

Possibilidades de crescimento
Além disso, em novembro, cinco estados americanos terão plebiscitos para decidir sobre a legalização para uso recreativo enquanto mais quatro decidirão sobre o uso medicinal da droga. Um estudo da Arcview Market Research prevê que se os considerados estados-chave (California, Arizona, Nevada, Massachusetts, Maine, Montana e Flórida) aprovarem a proposta, as vendas de maconha aumentarão em US$ 2,7 bilhões em 2018, e esse número pode aumentar para US$ 8 bilhões até 2020. E não é nada de outro mundo supor que esses estados vão votar a favor da legalização. Pesquisas recentes mostraram que 70% dos eleitores na Flórida, 63% na Califórnia, 58% no Arkansas e 54% em Maine apoiam a descriminalização da venda da droga. 

Se as previsões se concretizarem, a receita do mercado de maconha legalizada no mundo vai saltar para US$ 20,6 bilhões em 2020, dos US$ 5,4 bilhões registrados em 2015, fazendo uma taxa de expansão de impressionantes 29% ao ano. Para se ter uma ideia do contraste em relação a outros produtos, o crescimento anual do mercado de bebidas energéticas deve ser de 4% e o de cereais prontos para consumo de 2% no mesmo período.  

Continua depois da publicidade

Mas como a demanda por maconha pode ser tão grande assim? De acordo com pesquisa da Gallup, 19% dos americanos de 18 a 29 anos fuma maconha. A média no país sem discriminação por faixa etária é de 13%, um reflexo do aumento da aceitação social do uso da droga entre os jovens norte-americanos e do maior acesso possibilitado pela legalização. 

E não é só a maconha recreativa que deve ter suas vendas impulsionadas. Com a natural mudança demográfica nos EUA para uma maior proporção de idosos, que devem chegar a 72 milhões até 2030 segundo a pesquisa Census, a cannabis prescrita para aliviar os sintomas de doenças como glaucoma, câncer, dor nas costas e artrite deve ter um forte aumento.   

O certo é que uma quantidade impressionante de maconha deve ser consumida nas próximas décadas, e isso já está se mostrando bastante rentável para as empresas que vendem a droga legalmente. 

Tópicos relacionados