4 comunicados da Petrobras, 6 privatizações da Eletrobras e resultados agitam o radar

Confira os principais destaques corporativos da noite desta sexta-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O último pregão da Bolsa esta semana terminou, mas a sexta-feira (22) segue bastante agitada no noticiário corporativo, sendo que apenas a Petrobras divulgou quatro comunicados. Além dela, a Eletrobras informou a privatização de 6 de suas subsidiárias e um novo presidente do Conselho. Confira os destaques:

Petrobras (PETR3; PETR4)
Logo após o fechamento dos mercados nesta sexta, a Petrobras fez uma série de anúncios que certamente agitará os investidores na volta do fim de semana. O primeiro deles envolve um novo modelo de venda da BR Distribuidora, que contemplará um controle compartilhado da empresa.

A mudança no modelo ocorreu pois as três propostas recebidas para a venda da empresa não atenderam as expectativas, explicou a Petrobras no comunicado. O novo modelo consistirá em um controle compartilhado entre parceiros e a Petrobras, numa estrutura societária que envolverá duas classes de ações – ordinárias e preferenciais – de forma que a Petrobras fique majoritária no capital total, mas com uma participação de 49% no capital votante.

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O novo processo competitivo, segundo a estatal, tem como objetivo “maximizar o valor do negócio de distribuição de combustíveis, atender os objetivos estratégicos da Petrobras e manter a operação integrada na cadeia do petróleo”.

O segundo anúncio é sobre a venda da totalidade da Petrobras Chile. A estatal explica que a entrada dos US$ 464 milhões será dividida em três partes: US$ 88 milhões oriundos da distribuição do excedente de caixa, anteriormente ao encerramento da transação (closing); US$ 367 milhões a serem pagos pela Southern Cross, no dia do fechamento do negócio; e US$ 9 milhões, a título de ajuste de preço, a serem desembolsados em até 65 dias úteis após o closing.

Segundo o comunicado, o tempo estimado para conclusão do negócio é “de 3 a 4 meses”. A PCD (Petrobras Chile Distribuición) possui 279 postos de serviço no Chile, além de 8 terminais próprios de distribuição, operações em 11 aeroportos, participação em 2 empresas de logística e 1 planta de lubrificantes. Já a Southern Cross Group é um Private Equity com US$ 2,9 bilhões em ativos sob gestão e foco em investimentos na América Latina.

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Já os dois últimos comunicados envolvem a reavaliação do Comperj e da Refinaria de Abreu e Lima. Segundo a companhia, a primeira decisão permitirá a continuidade das atividades de implantação das unidades do Comperj associadas à UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural).

A UPGN faz parte do Projeto Integrado Rota 3 que contempla também o Gasoduto Rota 3, o Tratamento Complementar de Gás no Terminal de Cabiúnas e a faixa de Dutos Norte Rota 3. Juntos, esses projetos completam a infraestrutura de escoamento e processamento de gás natural do pólo pré-Sal da bacia de Santos.

Já para Abreu e Lima, a companhia disse que a decisão permitirá a continuidade das atividades de contratação, atualmente em curso, para conclusão da unidade de abatimento de emissões (SNOX) e demais obras de complementação do Trem 1.

A SNOX é uma das unidades da refinaria com a função de tratar os gases resultantes do processo de produção de combustíveis com baixo teor de poluentes, como o Diesel S-10. A refinaria está localizada em Ipojuca, Pernambuco, no Complexo Industrial Portuário de Suape, distante 45 km de Recife. O projeto prevê a implantação de dois trens de refino. O Trem 1 está em operação desde dezembro de 2014, com carga de 100 mil bpd. Com a conclusão da SNOX, passará a operar com plena carga.

Eletrobras (ELET3; ELET6)
Em Assembleia realizada nesta sexta, o Conselho de Administração da Eletrobras aprovou a privatização de 6 de suas subsidiárias: Companhia Energética do Piauí (CEPISA); Companhia Energética de Alagoas (CEAL); Companhia de Eletricidade do Acre (ELETROACRE); Centrais Elétricas de Rondônia (CERON); Boa Vista Energia; e Amazonas Distribuidora de Energia.

A aprovação da transferência do controle acionário, até 31 de dezembro de 2017, ocorre desde que, até a transferência da distribuidora para o novo controlador, “a empresa receba diretamente, da União Federal ou através de tarifa, todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro da Distribuidora, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras”.

Na reunião, os acionistas da companhia aprovaram ainda a eleição de José Luiz Alqueres como novo presidente do Conselho. Além dele, entram para o Conselho: Esteves Colnago Júnior, Vicente Falconi Campos, Wilson Ferreira Junior, Ana Paula Vitali Janes Vescovi, Elena Landau e Mozart de Siqueira Campos de Araújo, este último como membro independente.

Hypermarcas (HYPE3)
A Hypermarcas informou um lucro líquido de R$ 176,4 milhões nos segundo trimestre de 2016, o que representa um aumento de 59,2% em relação ao mesmo período de 2015. Segundo a companhia, o ressarcimento de pagamentos ilegais feitos por um ex-diretor da companhia contribuíram para o resultado do período.

Segundo o release de resultado, houve uma receita extraordinária de R$ 26,7 milhões como resultado do ressarcimento firmado com Nelson Mello, seu ex-diretor de relações institucionais. Mello teria admitido o pagamento de propina a lobistas que repassariam os recursos a políticos.

Enquanto isso, a receita da empresa cresceu 11,4%, para R$ 807 milhões. Segundo a empresa, o resultado foi reflexo da melhoria do desempenho operacional e da redução nas despesas financeiras, que caíram 53,6% no trimestre. Já o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) das operações continuadas subiu 26%, para R$ 305 milhões.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.