Ibovespa Futuro cai com frustração de estímulo no Japão; ADR da Vale sobe 1,5%

Pré-market estende as perdas do último pregão com o cenário externo pesando

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em baixa nesta quinta-feira (21), estendendo o movimento de correção do último pregão, quando o índice caiu 0,2% após 10 altas consecutivas. No radar hoje, o Japão decepcionou os mercados ao negar que vá fazer estímulos no modelo conhecido como “dinheiro de helicóptero”. Ao mesmo tempo, o BCE (Banco Central Europeu), fez o esperado e manteve a taxa de juros em 0%, de modo que o mercado vai ficar de olho agora na entrevista do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi. Por aqui, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou um pouco acima do esperado. 

Às 9h17 (horário de Brasília), o contrato futuro do índice para agosto caía 0,33%, a 56.890 pontos. Já o dólar futuro para o mesmo mês tem queda de 0,32% a R$ 3,258. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2018 sobe 8 pontos-base a 12,73%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 recua 2 pontos-base a 11,90%. 

BCE
O BCE decidiu nesta quinta-feira (21) manter as taxas de juros na zona do euro em 0%, como era esperado pela mediana dos economistas consultados pela pesquisa Bloomberg. Já a taxa de depósitos foi mantida em -0,4%, também em linha com o esperado pelo mercado.

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Assim como esperado, as compras de ativos dos 19 países da zona do euro dentro do programa de estímulos conhecido como “Quantitative Easing” foram mantidas em 80 bilhões de euros por mês. 

O presidente do BCE, Mario Draghi fala às 9h30 (horário de Brasília). Ele pode sinalizar estímulos em setembro, quando os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia serão mais claros e os bancos já terão divulgados os seus testes de estresse. Os principais temores que surgiram após o “Brexit” foram sobre a saúde dos bancos italianos e o fechamento para retirada das cotas em diversos fundos imobiliários britânicos. 

IPCA-15
O IPCA-15 avançou 0,54% entre os dias 15 de junho e 15 de julho, frente à alta de 0,40% no período anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (20). Em 12 meses, o avanço da inflação foi de 8,93% contra os 8,98% registrados no período anterior. 

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A mediana das expectativas dos economistas projetava avanço de 0,45% no período analisado. Para o acumulado em 12 meses, a expectativa da mediana dos analistas era de em torno de 8,83% de inflação.

Copom mantém juros
Ontem, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, o que já era amplamente esperado pelo mercado. Para a Rosenberg Associados, o mercado recebe bem este novo formato de comunicado. Segundo a consultoria, pelo texto, não há espaço para corte de juros tão cedo, “praticamente sepultando as chances de corte em agosto e outubro”. Contudo, ainda há muita divergência entre as projeções de analistas. A maioria continua esperando corte em outubro, mas já há quem imagine que uma redução das taxas virá apenas em 2017. 

O fato é que o cenário, apesar de projetar um maior otimismo, ainda está indefinido, já que a autoridade monetária depende de que a expectativa de inflação de 2017 convirja para a meta e de que o IPCA corrente dê sinais de desaceleração consistente. Além de tudo isso, o BC ainda precisa contar com o bom trabalho do governo em cortar gastos. Para saber mais, clique aqui

Os reajustes de Temer
Ainda no radar econômico, o presidente interino Michel Temer sancionou sem vetos os projetos de lei que garantem reajustes para servidores do Judiciário e do Ministério Público Federal (MPF). Os aumentos serão pagos gradativamente em parcelas até 2019, e, somente no ano que vem, vão gerar impacto de mais de R$ 5 bilhões. 

Relatório de produção da Vale
Os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE3VALE5) sobem 1,5% na Bolsa de Valores de Nova York. No noticiário da mineradora brasileira, ela divulgou esta manhã seu relatório de produção. A companhia produziu 86,8 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2016, superando em 800 mil toneladas as estimativas do mercado para o período. O volume registrado representa uma redução de 2,8% da produção na comparação anual. A produção de pelotas registrada pela Vale também apresentou retração no mesmo comparativo, ao somar 10 milhões de toneladas, 18% a menos ante o segundo trimestre de 2015.

Destaque também para Carajás, que alcançou recorde de produção para um segundo trimestre, de 36,5 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 15,5% na comparação anual. A mineradora também informou que sua controlada — em conjunto com a anglo-australiana BHP-Billiton — Samarco planeja retomar operações em 2017, embora o momento ainda seja incerto.

Temporada de resultados e destaques corporativos
Na noite de quarta-feira, a Mills informou que o fundo Axxon Brazil Private Equity atingiu uma participação de 7,001% no capital da companhia, o que dá direitos políticos ao fundo, segundo acordo de acionistas. Além disso, a Oi conseguiu uma conquista na justiça e deve reaver R$ 20,83 milhões retidos no Banco do Nordeste. Para saber mais, clique aqui. Além disso, na noite desta quinta-feira tem início a temporada de resultados do segundo trimestre, com o balanço da Localiza. Destaque ainda para o relatório de produção da Vale referente ao segundo trimestre de 2016. A companhia registrou uma produção de minério de 86,8 milhões de toneladas, acima das expectativas de 86 milhões. 

América Latina virou uma queridinha?
Em destaque no InfoMoney de hoje, estará o relatório da gestora de US$ 60 bilhões em mercados emergentes Ashmore Group que mostra um cenário bastante positivo para investimentos na América Latina, com as mudanças políticas e econômicas. “Muitos dos ventos contrários internos e externos estão se transformando agora em ventos favoráveis”, afirmam Jan Dehn, head de research e Gustavo Medeiros, gestor de portfólios da Ashmore. “O ciclo econômico está melhorando e os preços das commodities estão encontrando um piso. As democracias estão trabalhando como deveriam, permitindo que a população destas nações votem por melhores governos para substituir os populistas desacreditados”, destacam. “Neste contexto, a América Latina oferece hoje as avaliações mais baratas de todos os emergentes, tornando a região talvez a proposta de investimento mais forte no mundo de hoje”, avaliam. 

Cenário externo
Os mercados mundiais seguem o movimento de cautela, com as bolsas europeias em leve queda em meio à decisão do BCE. Contudo, o grande destaque fica para a fala do presidente do Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, apagando perspectivas de estímulo por meio do chamado “dinheiro de helicóptero”, em que governo emite títulos perpétuos, sem data de vencimento, não negociáveis em mercado e sim comprados diretamente pelo Banco Central. Kuroda disse que não há necessidade, nem possibilidade de dinheiro de helicóptero no Japão. A ideia tinha sido sugerida por Ben Bernanke, o que fez com que o iene se fortalecesse. “Neste momento, o Banco do Japão tem 3 opções com flexibilização quantitativa e qualitativa com taxas de juros negativas”, disse Kuroda; essas políticas podem ser expandidas. Kuroda também repetiu que está determinado a livrar o Japão de sua mentalidade de deflação, e que não há limitações significativas para mais estímulo monetário pelo BOJ, se necessário. Já as bolsas chinesas tiveram a primeira alta da semana, com os investidores voltando ao mercado em busca de barganhas.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

Assista ao vivo à programação do InfoMoney TV: 

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