Os 5 assuntos que vão agitar o mercado nesta quinta-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta quinta

Lara Rizério

Esta foi a última reunião de política monetária comandada por Haruhiko Kuroda (foto), que será substituído por Kazuo Ueda

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SÃO PAULO – Na véspera, a sessão foi de leves perdas para o Ibovespa, interrompendo uma sequência de 10 altas que levou o índice para o seu maior patamar em 14 meses. Já nesta quinta-feira (21), os investidores ficarão de olho na reunião de política monetária que ocorre na Europa, além de se atentarem a uma série de outros indicadores macroeconômicos, principalmente no Brasil, além da fala do presidente do BoJ. Confira o que é destaque nesta quinta-feira (21):

1. Bolsas mundiais
Os mercados mundiais seguem o movimento de cautela, com as bolsas europeias em leve queda antes da decisão do BCE (Banco Central Europeu). Contudo, o grande destaque fica para a fala do presidente do Bank of Japan, 
Haruhiko Kuroda, apagando perspectivas de estímulo por meio do chamado “dinheiro de helicóptero”, em que governo emite títulos perpétuos, sem data de vencimento, não negociáveis em mercado e sim comprados diretamente pelo Banco Central. Kuroda disse que não há necessidade, nem possibilidade de dinheiro de helicóptero no Japão; ideia tinha sido sugerida por Ben Bernanke, o que fez com que o iene se fortalecesse. “Neste momento, o Banco do Japão tem 3 opções com flexibilização quantitativa e qualitativa com taxas de juros negativas”, disse Kuroda; essas políticas podem ser expandidas. Kuroda também repetiu que está determinado a livrar o Japão de sua mentalidade de deflação, e que não há limitações significativas para mais estímulo monetário pelo BOJ, se necessário. Já as bolsas chinesas tiveram a primeira alta da semana, com os investidores voltando ao mercado em busca de barganhas. 

Às 08h06, este era o desempenho dos principais índices:

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* FTSE 100 (Reino Unido) -0,32%
* CAC-40 (França) -0,24%
*DAX (Alemanha) -0,05%
* Nikkei (Japão) 225 +0,77% (fechado)
*Xangai (China) +0,37% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong) +0,54% (fechado)
*Dow Jones Futuro (EUA) -0,08%
*Petróleo brent +0,15%, a US$ 47,24 o barril 
*Minério de ferro spot (Qingdao) +2,54%, a US$ 57,17 a tonelada seca

2. BCE
O Banco Central Europeu decide a sua política monetária nesta quinta-feira às 8h45. O mercado não espera uma mudança nas taxas ou aumento nos estímulos dentro do programa de compras de ativos dos 19 países da zona do euro conhecido como “Quantitative Easing”. “Acho que pode surpreender, mas não é tão grande a chance. O BCE já está com taxa de juros negativa para depósitos”, explica o economista-chefe do home broker da Modalmais, Álvaro Bandeira.

3. Agenda econômica no Brasil 
Saindo às 9h desta quinta-feira, o dado de inflação oficial medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deve ter um avanço de 0,51% entre 15 de junho e 15 de julho, segundo a mediana das expectativas dos economistas pesquisados pela LCA Consultores. Bandeira, por outro lado, projeta um resultado menor, de 0,35%, pouco abaixo do que foi registrado entre os dias 15 de maio e 15 de junho. Nesse período, o avanço da inflação foi de 0,40%. O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, o que já era amplamente esperado pelo mercado. Para a Rosenberg Associados, o mercado recebe bem este novo formato de comunicado. Porém, segundo os analistas, pelo texto, não há espaço para corte de juros tão cedo, “praticamente sepultando as chances de corte em agosto e outubro”. Analistas em geral viram com bons olhos o novo formato de divulgação, e ainda se dividem sobre o momento do corte de juros, podendo ser em novembro deste ano. Para saber mais, clique aqui. Combinado com a decisão do BCE e com o resultado do IPCA-15, estes eventos podem levar o dólar para fortes quedas nesta sessão, saiba mais aqui.

Ainda no radar econômico, o presidente interino Michel Temer sancionou sem vetos os projetos de lei que garantem reajustes para servidores do Judiciário e do Ministério Público Federal (MPF). Os aumentos serão pagos gradativamente em parcelas até 2019, e, somente no ano que vem, vão gerar impacto de mais de R$ 5 bilhões. 

4. Temporada de resultados e destaques corporativos
Na noite de quarta-feira, a Mills informou que o fundo Axxon Brazil Private Equity atingiu uma participação de 7,001% no capital da companhia, o que dá direitos políticos ao fundo, segundo acordo de acionistas. Além disso, a Oi conseguiu uma conquista na justiça e deve reaver R$ 20,83 milhões retidos no Banco do Nordeste. Para saber mais, clique aqui. Além disso, na noite desta quinta-feira tem início a temporada de resultados do segundo trimestre, com o balanço da Localiza. Destaque ainda para o relatório de produção da Vale referente ao segundo trimestre de 2016. A companhia registrou uma produção de minério de 86,8 milhões de toneladas, acima das expectativas de 86 milhões. 

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5. América Latina virou uma queridinha?
Em destaque no InfoMoney de hoje, estará o relatório da gestora de US$ 60 bilhões em mercados emergentes Ashmore Group que mostra um cenário bastante positivo para investimentos na América Latina, com as mudanças políticas e econômicas. 
“Muitos dos ventos contrários internos e externos estão se transformando agora em ventos favoráveis”, afirmam Jan Dehn, head de research e Gustavo Medeiros, gestor de portfólios da Ashmore. “O ciclo econômico está melhorando e os preços das commodities estão encontrando um piso. As democracias estão trabalhando como deveriam, permitindo que a população destas nações votem por melhores governos para substituir os populistas desacreditados”, destacam. “Neste contexto, a América Latina oferece hoje as avaliações mais baratas de todos os emergentes, tornando a região talvez a proposta de investimento mais forte no mundo de hoje”, avaliam. 

 Agenda InfoMoneyTV para quinta-feira:

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.