Transmissão Paulista dispara até 6% com vitória judicial; Petrobras cai 4% e Oi ON desaba 23%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em dia de instabilidade no mercado, somente a ação da Smiles das 59 que compõem o Ibovespa registraram alta nesta terça-feira (14). O índice afundou 2,19% nesta sessão, indo a 48.572 pontos, pressionado pela queda superior a 3% da Petrobras, Vale e siderúrgicas.

A queda da Bolsa foi intensifica, enquanto aumentava a aversão ao risco do mercado em meio à possibilidade do Brexit. O temor cresceu após o tabloide sensacionalista britânico, The Sun, posicionar-se a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. No final do pregão, a surpresa ficou com as ações da Transmissão Paulista, que chegaram a disparar 6,25%, a R$ 63,38, na máxima do dia, após vitória judicial.  

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 62,45, +4,69%)
As ações da Transmissão Paulista dispararam 6,9% das 16h13 até às 16h20, após relatório do Itaú BBA alertar para uma vitória judicial “extremamente positiva” que a companhia obteve hoje. No radar, a decisão do juiz de Direito da 2° Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, que julgou extinto o processo que objetivava manter os direitos dos associados aposentados beneficiários da Lei 4819/58 e cassou a tutela antecipada que garantia a esses associados continuarem recebendo, sem cortes, pela Fundação Cesp.

A arrancada do papel foi puxada principalmente por ordens de compra intermediadas pelo Itaú, segundo dados do ProfitChart. Nesse período de 7 minutos, o banco intermediou 32,36% do saldo comprador no papel (ou R$ 1,6 milhão). Na sequência, aparece o Merrill Lynch, com 10% do saldo comprador. 

Segundo analistas do Itaú, essa decisão custava à companhia anualmente R$ 160 milhões. Isto é, se realmente a empresa tiver uma decisão final favorável sobre o assunto – lembrando que o Estado de São Paulo deve apelar em instâncias superiores -, o banco estima que o valor justo da ação TRPL4 poderia subir em R$ 7,00. Atualmente, o preço justo do banco para o papel é de R$ 54,00. A recomendação da ação foi mantida em outperform (desempenho acima da média). 

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Petrobras (PETR3, R$ 10,48, -3,14%; PETR4, R$ 8,30, -3,71%)
As ações da Petrobras afundaram pelo quarto pregão seguido, puxadas pela aversão ao risco do mercado. Os papéis da estatal acompanharam os preços do petróleo no mercado internacional. O contrato Brent caiu 1,1%, a US$ 49,78, enquanto o WTI recuou 0,8%, a US$ 48,49, com o mercado apreensivo com o risco do Brexit.

A Petrobras vai retomar as negociações com os empregados para implementar mudanças no acordo coletivo propostas no ano passado, ainda durante a presidência de Aldemir Bendine, segundo fonte da empresa ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A estatal quer reduzir a jornada de trabalho para 6 horas e os salários em 25%. Numa primeira tentativa, diante da resistência dos sindicatos, Bendine abandonou o plano. Mas seu substituto, Pedro Parente, dá como certo que conseguirá promover as mudanças, que integram o programa de ajuste das finanças.

A redução da jornada de trabalho e dos salários faz parte das negociações do acordo coletivo que será implementado a partir de setembro. As conversas com os sindicatos começam em breve e devem ser concluídas até o início de agosto. Nenhuma reunião aconteceu até agora. Já está definido, porém, que a proposta será a mesma apresentada em 2015. Em dezembro do ano passado, os petroleiros entraram em greve para resistir às propostas de mudanças nos benefícios trabalhistas. Por fim, a empresa voltou atrás e manteve as condições do acordo de 2014. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante dos empregados da maior parte das unidades da Petrobras, é ligada ao PT e, no governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, tinha mais influência sobre a companhia. No governo interino de Michel Temer, perdeu força.

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Vale (VALE3, R$ 14,63, -3,75%; VALE5, R$ 11,81, -2,48%)
Em dia extremamente volátil, as ações da Vale voltaram a cair, pressionadas pelo movimento do minério de ferro. Mais cedo, esses papéis chegaram a subir mais de 1%. Acompanharam o desempenho os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 7,51, -3,47%) – holding que detém participação na mineradora -, que também perdem força nesta manhã. Hoje, o minério de ferro caiu 4,42% no porto de Qingdao, na China, indo a US$ 50,57 a tonelada. 

As siderúrgicas também perderam força, com Gerdau (GGBR4, R$ 5,65, -2,08%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,92, -3,03%), CSN (CSNA3, R$ 6,67, -4,71%) e Usiminas (USIM5, R$ 1,67, -5,65%). 

Ontem, o trader profissional Wagner Caetano, diretor da Top Traders, comentou no seu programa “Na Mira do Trader, exibido todas as segundas-feiras na InfoMoney TV, que voltou a comprar ações da Gerdau, depois de dois meses afastado do papel, após zerar sua posição com ganho de R$ 326 mil. Até agora, Caetano já adquiriu 50 mil das 100 mil ações que predente comprar da siderúrgica, ao preço médio de R$ 5,81. Ele vê um potencial de alta de até 50% na ação (para saber mais clique aqui). 

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No radar da Vale, a mineradora informou que a ação Civil Pública de R$ 20 bilhões ajuizada pela Sohumana Sociedade Humanitária Nacional contra a Samarco Mineração e suas acionistas, BHP Billiton e Vale, na 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro, foi julgada extinta, sem resolução do mérito, por sentença transitada em julgado.

A ação Civil Pública ajuizada pela Sohumana, informada pela Vale em 7 de dezembro de 2015, solicitava pagamento de indenização por danos ambientais e patrimoniais supostamente causados em acidente na barragem de Fundão da Samarco, em Mariana (MG).

Ainda sobre a Vale, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha, recebeu o presidente da mineradora Murilo Ferreira e disse ao executivo que o Planalto não tem intenção de bancar sua substituição no posto. Nas últimas semanas, diversos rumores de que o governo estaria pressionado a substituí-lo ganharam o noticiário.

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Elétricas
As ações das elétricas afundaram hoje após notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) quer restringir a distribuição de dividendos e o pagamento de juros sobre capital próprio por distribuidoras que não atenderem parâmetros mínimos de qualidade de serviço e de sustentabilidade econômico-financeira. O órgão regulador abriu audiência pública para discutir o assunto entre 16 de junho e 18 de julho. 

Segundo o analista Marco Saravalle, da Upside Investor, a notícia afeta principalmente aquelas distribuidoras que, com certa frequência, ficam abaixo dos indicadores de qualidade, como a Eletropaulo e Light.

Das empresas do setor elétrico listadas na Bovespa, aquelas que se encaixam no segmento de distribuição são: Eletrobras (ELET3, R$ 8,44, -6,12%; ELET6, R$ 12,98, -6,15%), Energias do Brasil (ENBR3, R$ 12,73, -0,24%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 19,61, -0,61%), Light (LIGT3, R$ 8,74, -3,21%), Eletropaulo (ELPL4, R$ 6,84, -2,43%), Copel (CPLE6, R$ 25,09, -1,84%) e Coelce (COCE5, R$ 39,04, +0,10%). 

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Klabin
O BTG Pactual elevou hoje a recomendação das units Klabin (KLBN11, R$ 16,22, -1,82%) de neutra para compra, elegendo-a agora como sua “top pick”. A revisão vem após uma derrocada de 30% do papel este ano. Para os analistas, os fundamentos seguem intactos e o mercado está atribuindo um valor muito baixo ao projeto Puma. No atual preço, eles veem o risco retorno do papel como muito atrativo, projetando um potencial de alta de até 28% (com preço-alvo em R$ 20,00).  

Contax (CTAX3, R$ 10,75, +0,75%)
A Contax informou que a fixação do preço em oferta primária será em 16 de junho; o prazo para subscrição na oferta foi estendido de 8 de junho até 14 de junho, disse a empresa em fato relevante. 

Oi (OIBR3, R$ 1,27, -23,49%; OIBR4, R$ 1,54, -14,44%)
As ações Oi desabaram nesta sessão, depois de fortes altas. No radar da companhia, investidores se preparam para o pior após a renúncia inesperada do CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Bayard Gontijo, na última sexta-feira. 

O cenário da companhia se agrava em meio ao processo de reestruturação de parte da dívida de quase R$ 50 bilhões. O jornal O Estado de S. Paulo ressalta que a crise da empresa pode levar três bancos públicos – BNDES, Caixa e Banco do Brasil – a perder cerca de R$ 12 bilhões.  O Valor Econômico destaca que o Conselho de Administração da companhia está dividido quanto à estratégia frente ao elevado endividamento e a saída de Bayard permite que o debate ganhe corpo dentro da empresa. A grande dúvida do mercado diante das novidades é justamente se a renegociação de dívida continua e em quais bases. 

Parte da dívida da Oi inclui 231 milhões de euros (R$ 900 milhões) em títulos com vencimento em 26 de julho. O título sênior não garantido foi emitido em 2012 pela Portugal Telecom, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A Oi tem ainda R$ 1,1 bilhão em debêntures com vencimento em setembro. 

Em meio ao cenário de dificuldade, o bilionário egípcio Naguib Sawiris já estaria de olho na empresa para possível aquisição, segundo a colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Sonia Racy. Ele é o dono da Global Telecom (ex-Orascom) que, no passado, chegou a fazer um lance pela Telecom Italia e, no Brasil, analisou a fatia do Opportunity na Brasil Telecom.