Educacionais e Petrobras caem 4% e lideram perdas; Vale vira e sobe quase 2%

Confira os destaques da Bovespa nesta segunda-feira (23)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao cenário de aversão ao risco após a divulgação de áudios de Romero Jucá, o dia é de forte baixa para o Ibovespa, que registra queda de 1,01%, a 49.222 pontos, às 11h02 (horário de Brasília). No lado positivo, exportadoras sobem com o dólar, enquanto a Vale vira para alta de quase 2%, após chegar a cair mais de 3% no começo do dia.

Vale (VALE3, R$ 14,45, +2,26%;VALE5, R$ 11,44, +0,35%)
Após registrarem forte queda com a derrocada do preço do minério de ferro, a Vale virou para alta, auxiliada pelo relatório do Bank of America Merrill Lynch, no qual os analistas do banco reiteram a compra das ações da mineradora, com a venda de ativos da empresa podendo surpreender.

A commodity negociada em Qingdao registrou derrocada de 6,68%, a US$ 51,22. O preço do minério de ferro com entrega imediata no porto de Tianjin caiu US$ 3 nesta segunda-feira, para US$ 52,70 por tonelada, segundo dados do The Steel Index, em baixa de 5,4%, em meio a uma fraca demanda por aço na China. 

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 As siderúrgicas também se recuperaram, com Usiminas (USIM5, R$ 1,77, -3,28%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,82, +0,17%) e CSN (CSNA3, R$ 7,33, +0,69%) operando entre quedas bem menores do que aquelas vistas no começo da manhã e leve alta. 

Petrobras (PETR3; R$ 10,87, -4,06%PETR4, R$ 8,44, -5,17%)
Em dia de queda do petróleo, com o brent em baixa de 1,62%, e com gravações reveladas de Romero Jucá aumentando a turbulência em relação ao governo Michel Temer, as ações da Petrobras têm forte baixa.

“O caso Jucá é um problema sério. Mostra como a Lava Jato, uma das causas para queda de Dilma, ameaça o governo Temer. Além disso, a gravação e a divulgação da conversa indica briga de bastidor entre alas do PMDB”, afirma o analista político da MCM Consultores, Ricardo Ribeiro. Em conversa com Machado, após o ex-presidente da Transpetro afirmar que a solução mais fácil para estancar a “sangria da Lava Jato era botar o Michel Temer”, Jucá afirmou que só o presidente do Senado Renan Calheiros “estava contra isso”, porque não gosta do Michel, “porque Michel é Eduardo Cunha”.

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No noticiário da estatal, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, acertou com o atual diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, a sua permanência no cargo, segundo informações da coluna de Sonia Racy, do Estado de S. Paulo. Ex-Banco do Brasil, Monteiro foi para a petroleira com Aldemir Bendine e, por lealdade, não estava querendo ficar; porém, decidiu permanecer na companhia após o encontro. 

Por fim, em entrevista ao Valor Econômico, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que o governo Michel Temer apoiará o projeto aprovado no Senado Federal que flexibiliza a exigência de ter a Petrobras como operadora única e obrigatória do pré-sal. Padilha sinalizou também que, mesmo com a permanente queda do barril de petróleo no mercado internacional, não haverá redução do preço da gasolina: “Se a Petrobras está em situação delicadíssima […], seria irresponsabilidade”.

Bancos
Os bancos também têm um dia de queda após as gravações reveladas de Romero Jucá reforçando os temores de que a campanha pelo reequilíbrio das contas públicas brasileiras possa sofrer mais um impasse, com o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 29,57, -1,70%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,88, -2,48%) e Bradesco (BBDC3, R$ 25,41, -2,68%; BBDC4, R$ 23,82, -2,30%) caem cerc
a de 2%.

Educacionais 
As ações de educacionais registram baixa forte, com destaque para Estácio (ESTC3, R$ 10,75, -4,19%), Kroton (KROT3, R$ 10,91, -4,05%) e Ser (SEER3, R$ 10,95, -9,95%) em forte queda, com destaque para a última companhia, que registra baixa de quase 10%. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, uma das vitrines da área social da gestão petista, programas de incentivo à educação e à profissionalização – como Pronatec, ProUni e Fies – não devem abrir novas vagas neste ano. A revisão é parte do que no novo governo se chama de “herança maldita” da administração da presidente afastada Dilma Rousseff.

Exportadoras
As ações de exportadoras registram ganhos com a alta do dólar nesta sessão, com o dólar comercial em alta de 1,23%, a R$ 3,561 na venda. A Fibria (FIBR3, R$ 31,86, +2,15%) e a Suzano (SUZB5, R$ 14,58, +1,46%) registram alta de mais de 1%. 

Já a Embraer (EMBR3, R$ 18,93, -0,11%) oscila entre leves perdas e ganhos. No radar da companhia, ela informou nesta segunda-feira que a mexicana Across assinou pedido firme para 23 jatos executivos, que já está incluso em sua carteira de pedidos do primeiro trimestre deste ano e tem valor estimado em mais de 260 milhões de dólares pelo preço de lista. O pedido inclui oito aeronaves Legacy 500, oito Phenom 300 e sete Phenom 100E, cujas entregas acabam de começar, disse a Embraer em comunicado.

A parceria da Embraer com a Across, empresa de serviços de fretamento e gestão de aeronaves, foi anunciada em fevereiro para venda de jatos executivos no México. Na ocasião, a Embraer disse que sua frota, composta pelos jatos Phenom, Legacy e Lineage, cresceu 35 por cento no México no último ano.

AES Tietê (TIET11, R$ 14,29, -1,04%)
Em entrevista para o Valor Econômico, o presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas, informou que a companhia quer investir R$ 1,2 bilhão em energia solar. A companhia deve estrear na geração de energia solar ainda neste ano, com um projeto formado por duas usinas, com capacidade total de 180 megawatts (MW), em Minas Gerais e São Paulo, ambas instaladas nas proximidades da hidrelétrica Água Vermelha, de 1.396 MW, no rio Grande, que também pertence à empresa. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.