TST julga causa que pode custar R$ 11,5 bi a Petrobras; veja mais 9 notícias

Confira os destaques da Bolsa nesta terça-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mercado fica de olho no cenário político, mas o noticiário corporativo segue movimentado nesta terça-feira (12). 

Petrobras 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para analisar o uso da contabilidade de hedge pela Petrobras (PETR3;PETR4), conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo. A investigação foi iniciada a pedido do ex-conselheiro da estatal, Mauro Rodrigues da Cunha. Ele pede que o órgão regulador do mercado de capitais determine à companhia que refaça as demonstrações financeiras de 2013 a 2015, por considerar a adoção da política contábil equivocada e capaz de induzir o investidor a erro ao interpretar a realidade econômica da estatal.

Sem o hedge contábil a última linha do balanço da estatal nos últimos anos seria possivelmente pior, o que deve ocorrer caso a CVM determine o recálculo das demonstrações.

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Destaque ainda para a notícia da Folha de S. Paulo de que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) analisa esqueleto trabalhista da Petrobras, referente ao pagamento de adicional de periculosidade e de insalubridade para empregados que trabalham em áreas de risco. A derrota pode custar à estatal R$ 11,5 bilhões, segundo projeção feita em seu balanço mais atual, do quarto trimestre de 2015. As estimativas internas falam, contudo, em perdas de até R$ 20 bilhões. 

Além disso, a companhia exportou em março uma carga de 50 milhões de litros de diesel para a Argentina, a primeira grande exportação do combustível neste ano, uma forma de a empresa lidar com a fraqueza do mercado interno, afirmou fonte da empresa à Reuters. Apenas essa carga exportada representaria o maior volume mensal de diesel vendido pelo país ao mercado externo desde março de 2014, quando o Brasil exportou 59,9 milhões de litros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ainda que a Petrobras seja uma importadora líquida de petróleo e derivados, a estatal está atenta a oportunidades de exportação, acrescentou a fonte, na condição de anonimato, explicando que os negócios com o exterior ajudam a estatal a reduzir o excedente, em momento em que as vendas de combustíveis estão em retração no Brasil, afetadas pela recessão. “Estamos sempre olhando e tentando abrir novas janelas e oportunidades. Achamos que pelas condições que temos de preço, frete e logística, o Atlântico Sul, na parte mais baixa (do Atlântico Sul), é uma oportunidade”, disse a fonte.

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Em fevereiro deste ano, o Brasil exportou apenas 500 mil litros de diesel, segundo a ANP, enquanto o volume de março, segundo a fonte, representaria mais 60 por cento de todo o combustível exportado em 2015 (81,2 milhões de litros).

BM&FBovespa e Cetip
A fusão entre BM&FBovespa (BVMF3) e a depositária Cetip (CTIP3) exigirá nova tomada de dívida de cerca de R$ 2,5 bilhões por parte da Bolsa brasileira – empréstimos estariam próximos de ser contratados com bancos como Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander, segundo fontes de mercado informaram ao jornal O Estado de S. Paulo.

A compra da Cetip é avaliada em R$ 12 bilhões, sendo que 75% do pagamento será feito em dinheiro (cerca de R$ 9 bilhões). O restante será transformado em ações da nova companhia.  

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Pão de Açúcar
A receita líquida do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) avançou 3 por cento, a 17,8 bilhões de reais, no primeiro trimestre sobre um ano antes, informou a varejista nesta terça-feira.

A receita líquida consolidada na categoria mesmas lojas teve avanço de 0,8 por cento, com queda de 11,8 por cento na rede de lojas de eletrodomésticos e móveis Via Varejo.

Direcional
A Direcional Engenharia (DIRR3) informou que fez lançamentos no valor de R$ 101 milhões no primeiro trimestre de 2016, com um total de 488 unidades. No período, as vendas líquidas totalizaram Valor de Geral de Vendas de R$ 118 milhões, representando aumento de 226% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Como consequência, a velocidade de vendas, medida pelo indicador VSO (Vendas sobre Oferta), atingiu índice de 10,9%.

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 Nos primeiros três meses do ano, as vendas brutas atingiram R$ 207 milhões, crescimento de 112% quando comparado com mesmo período de 2015. Por outro lado, os distratos ficaram em R$ 89 milhões.

O BTG Pactual destacou em relatório que os dados vieram em linha com o esperado, destacando que os cancelamentos continuam sendo um destaque negativo, atingindo R$ 89 milhões. O banco reitera compra para as ações da companhia por conta do valuation atrativo e da baixa alavancagem. 

Indusval
O banco Indusval (IDVL4) protocolou nesta segunda-feira pedido de
registro de OPA (Oferta Pública de Aquisição) na CVM e na BM&FBovespa. O banco pretende cancelar o registro de companhia aberta e sair do Nível 2 de governança corporativa da bolsa.

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Paranapanema
Paranapanema (PMAM3) fez acordo com a Plano Madeira para imóveis em Capuava. A companhia assinou compromissos de venda e compra dos terrenos nos quais está instalada a antiga planta de Capuava, desativada em fevereiro de 2015, disse a empresa em comunicado ao mercado. Os terrenos estão localizados nos municípios de Santo André e Mauá, com área total de, aproximadamente, 150.000 m². O valor a ser pago para a companhia pela comercialização dos imóveis está fixado em um determinado percentual do valor geral de vendas do empreendimento a ser lançado. O fluxo de recebimento deste valor acompanhará o fluxo de comercialização do referido empreendimento. 

Sabesp
A Arsesp autorizou a Sabesp (SBSP3) a aumentar a tarifa da conta de água em 8,44% a partir de 12 de maio. O reajuste será o mesmo para o serviço de esgoto.

Saraiva 
A Saraiva (SLED4) informou nesta noite que a GWI Asset aumentou sua participação para 38,97% das ações preferenciais da empresa. A informação foi divulgada após fechamento deste pregão na CVM.  

Contax 
A Contax (CTAX11adiou para 20 de abril votação de grupamento de 100 para uma ação. A decisão foi adiada por falta de quórum em AGE (Assembleia Geral Extraordinária) que estava marcada para hoje. O edital da segunda convocação será publicado amanhã, conforme informou a empresa à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta noite. 

Se aprovada a operação, a unit da empresa passaria a valer R$ 62,00, caso fosse utilizado o preço de fechamento desta segunda-feira (11), de R$ 0,62. Vale lembrar que o grupamento é necessário porque a BM&FBovespa não permite mais “penny stocks” (ações de centavos). 

Na reunião desta segunda-feira, a Contax votaria também pautas como a mudança da companhia para o segmento Novo Mercado, que possui exigências maiores de governança corporativa. Para quem é investidor, o efeito mais visível disso será a extinção das ações preferenciais e units – justamente as mais negociadas da Contax – que serão convertidas em papéis ordinários, aqueles que dão direito a voto ao acionista.

AB InBev
A Anheuser-Busch InBev, controladora da Ambev (ABEV3), submeteu propostas de concessões a reguladores antitruste da União Europeia para tentar garantir aprovação para a aquisição de mais de 100 bilhões de dólares da SABMiller, maior acordo da história no setor de bens de consumo.

A Comissão Europeia disse que decidirá até 24 de maio se aprova o acordo, segundo um documento em seu site, sem dar mais detalhes. A AB Inbev já fechou um acordo para vender as marcas Peroni e Grolsch, da SABMiller, e seus negócios relacionados na Itália, Holanda e Grã-Bretanha para a japonesa Asahi Group Holdings com o objetivo de combater preocupações regulatórias da UE. A aquisição da SABMiller permitiria à AB InBev expandir-se para países como Colômbia, Peru e para o continente africano.

A maior cervejaria do mundo também está vendendo a fatia da SABMiller na joint-venture norte-americana MilerCoors à Molson Coors Brewing e a participação da SABMiller na CR Snow para a China Resources Beer a fim de reduzir preocupações concorrenciais em outras regiões.

Papel e celulose
Saíram nesta manhã os dados do FOEX com os preços que podem mexer com o setor de papel e celulose, que trouxeram preço de hardwood na China flat enquanto na Europa caiu mais US$9-10 a tonelada. A RISI (consultoria do setor) soltou ontem o relatório mensal comentando que os preços já estão bem próximos de um piso na China e que deve começar a incentivar aumento de importação e substituição de fibra. O BTG destaca que os preços na Europa tem sido mais resilientes do que os da China.

 

 

(Com Agência Estado e Reuters) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.