Publicidade
SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força nos minutos finais do pregão desta quinta-feira (11), acompanhando o desempenho dos mercados norte-americanos após a notícia de que países membros da Opep estão prontos para cortarem suas produções. Apesar da recuperação, o índice fechou com forte queda de 2,62%, aos 39.318 pontos, após atingir perdas de mais de 3% durante a tarde. O volume financeiro atingiu R$ 5,016 bilhões.
O petróleo se recuperou com notícia do Wall Street Journal de que membros da Opep estariam prontos para cooperar e cortar produção de petróleo, citando o ministro da Energia, Suhail Al Mazroui, e acabou puxando os mercados no exterior, que também não evitaram perdas. A informação também ajudou em uma recuperação dos papéis da Petrobras nos últimos minutos, levando as ações para perdas entre 2% e 3,5%, após caírem mais de 5% mais cedo.
O dia também foi marcado pelos bancos centrais da Europa, do Japão e dos Estados Unidos, com a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmando que não descarta juros negativos no país, não conseguiram segurar as fortes baixas do mercado hoje. O benchmark da Bolsa brasileira registrou sua terceira queda seguida, algo que não ocorria desde a segunda semana de janeiro, quando o índice recuou por 5 sessões.
Masterclass
As Ações mais Promissoras da Bolsa
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Entre os principais sintomas do pessimismo está a alta de 5% do ouro e de mais de 20% de bonds alemães e japoneses. Por aqui, o mercado avalia como muito fraco o contingenciamento aventado pelo governo. A decisão do corte ficou para março, de acordo com as agências de notícias, e segundo o senador Romero Jucá, o governo não votará a CPMF sem decidir sobre os ajustes de gastos.
Lá fora, nem mesmo a sinalização de Yellen conseguiu melhorar o ânimo dos investidores. O índice Dow Jones cai 2,3%, enquanto o S&P 500 tem queda de 1,88%. Os índices vão completamente na contramão dos preços dos títulos de dívida dos Estados Unidos, da Alemanha, do Reino Unido e do Japão.
Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da Mirae Asset, a alta dos ativos mais seguros do mundo mostra que o pânico tomou conta dos mercados globais. Para ele, todo esse pessimismo tem diversas razões, mas uma das mais fortes é a perda de credibilidade dos bancos centrais. “Os BCs não estão conseguindo colocar o planeta no eixo”, afirma.
Continua depois da publicidade
Ao mesmo tempo em que o Federal Reserve tenta elevar os juros para retomar o dinheiro que emprestou ao mercado a juro zero depois da crise, as bolsas caem porque os bancos alocaram grande parte do dinheiro que tomaram durante este período em bolsa. Além disso, fica difícil para o Fed entrar na contramão do que a maioria dos bancos centrais fazem, já que todo mundo está colocando juro zero ou negativo. A Suécia, por exemplo, cortou sua taxa de recompra para -0,5% hoje.
Yellen agora fala que não tira da mesa um corte de juros em vista da política monetária de alguns países europeus. O problema é que isso gera preocupações sérias sobre como a economia norte-americana irá crescer daqui para frente.
O dólar comercial teve forte alta de 1,23% a R$ 3,99837 na venda, enquanto o dólar futuro para março subiu 1,07% a R$ 3,996. Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subiu 2 pontos-base a 14,44%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 avançou 11 pontos-base a 16,02%.
Continua depois da publicidade
Sobre os contratos de DI, segundo o jornal Folha de São Paulo, o Planalto pediu atenção ao Banco Central para a trajetória do dólar. Caso a desvalorização prossiga, abrindo espaço para a queda da inflação, o governo entende que é o momento para se cortar juros ainda neste semestre.
Ainda no radar, notícia do Valor Econômico diz que o governo quer a idade mínima de aposentadoria em 65 anos em 2026. O Planalto deve anunciar na próxima semana a proposta de reforma da Previdência, a banda de flutuação para meta fiscal e o alongamento das dívidas de estados e municípios.
Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 5,91, -3,43%; PETR4, R$ 4,23, -1,86%) caíram forte hoje em meio à fraqueza do petróleo, apesar da pequena recuperação no fim da sessão. Além disso, no radar da estatal, a companhia está vendendo diversos de seus ativos, quer sair do setor elétrico e colocou à venda suas 21 usinas térmicas, gasodutos e terminais de regaseificação, por onde chega em forma líquida o gás importado em navios, segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo. A conclusão do negócio esbarra, porém, em questões regulatórias, segundo um executivo de uma grande empresa do setor elétrico que quer comprar ativos.
Publicidade
O plano geral da Petrobras de venda de ativos para reforçar o caixa pretende arrecadar, no total, US$ 57,7 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 225 bilhões). Mas, até agora, a empresa só conseguiu se desfazer de 49% de uma de suas subsidiárias, a Gaspetro, de distribuição de gás, por R$ 1,9 bilhão. Ainda estão sendo negociadas parcerias na BR Distribuidora, concessões para a exploração e produção de petróleo e gás, uma fatia da petroquímica Braskem, fábricas de fertilizantes, terminais, dutos e navios, além das usinas.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
GOAU4 | GERDAU MET PN | 1,26 | -15,44 | -24,10 | 38,25M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 0,85 | -12,37 | -45,16 | 18,31M |
GGBR4 | GERDAU PN | 3,72 | -11,64 | -20,00 | 62,73M |
CSNA3 | SID NACIONALON | 3,88 | -10,80 | -3,00 | 28,55M |
CMIG4 | CEMIG PN | 5,84 | -8,03 | -2,20 | 66,14M |
Também entre as quedas ficaram os papéis da Vale (VALE3, R$ 9,87, -3,24%; VALE5, R$ 7,41, -4,14%). Além deles, as ações da JBS (JBSS3, R$ 10,06, -2,99%) também recuaram. É a terceira queda consecutiva em meio à preocupação do mercado sobre o balanço da companhia no 4° trimestre. Ontem, sua subsidiária Pilgrim’s reportou resultado fraco no período, abaixo do consenso do mercado, trazendo temor sobre os números da JBS. A maior alta do dia ficou com a construtora MRV (MRVE3, R$ 9,10, +1,45%).
Continua depois da publicidade
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
MRVE3 | MRV ON | 9,10 | +1,45 | +4,84 | 26,94M |
NATU3 | NATURA ON | 26,30 | +0,96 | +11,96 | 25,88M |
SUZB5 | SUZANO PAPELPNA | 14,13 | +0,93 | -24,40 | 99,41M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
CIEL3 | CIELO ON | 28,10 | -7,90 | 552,11M | 190,24M | 32.626 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 24,18 | -2,97 | 258,95M | 340,66M | 28.069 |
PETR4 | PETROBRAS PN | 4,23 | -1,86 | 249,24M | 327,03M | 44.276 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON EJ | 17,85 | -0,50 | 212,25M | 224,04M | 31.435 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 19,24 | -2,58 | 192,65M | 277,38M | 29.317 |
VALE5 | VALE PNA | 7,41 | -4,14 | 188,02M | 219,70M | 23.203 |
BBAS3 | BRASIL ON | 13,06 | -4,60 | 142,94M | 91,56M | 19.487 |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 23,10 | -3,75 | 139,15M | 134,16M | 26.427 |
KROT3 | KROTON ON | 9,08 | -2,47 | 117,70M | 75,51M | 21.768 |
BRFS3 | BRF SA ON | 49,67 | -2,03 | 113,77M | 99,42M | 11.182 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Publicidade
Contingenciamento
O governo deve adiar para março o anúncio do corte de gastos do Orçamento da União de 2016 para buscar cumprir a meta de 0,5% do superávit primário em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). As informações são da Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, o adiamento foi discutido na manhã desta quinta pela presidente Dilma Rousseff com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão.
Verde Asset
A gestora Verde Asset destacou em relatório referente ao mês de janeiro que está aumentando a exposição ao dólar com a volatilidade. O fato de o real ser uma das moedas de melhor performance no mundo em 2016 surpreende, afirma a gestora: “acreditamos que tal fenômeno seja temporário, ainda mais dada a inflação brasileira sistematicamente mais alta que dos pares, e temos aproveitado a volatilidade para aumentar a exposição do fundo comprada em dólar”.
Leia também:
InfoMoney atualiza Carteira para fevereiro; confira
Analista-chefe da XP diz o que gostaria de ter aprendido logo que começou na Bolsa