Aquisição da Ambev, Samarco rebaixada para “junk” e 9 resultados agitam a noite

Confira os principais destaques corporativos da noite desta terça-feira (10)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Noite agitada nesta terça-feira (10) envolvendo as companhias listada na Bovespa. Além da temporada de resultados do terceiro trimestre, que segue movimentando o mercado, a Ambev anunciou uma nova aquisição no mercado norte-americano, enquanto a Moody’s tirou o grau de investimento da Samarco após o acidente do dia 5 em Minas Gerais. Confira os destaques desta noite:

Ambev (ABEV3)
A Ambev anunciou a aquisição do grupo de marcas de bebidas mistas, cidras e cervejas especiais, no mercado canadense, pertencentes ao Mark Anthony Group. As marcas adquiridas incluem nomes reconhecidos, como Palm Bay, Mike’s Hard Lemonade e Okanagan Cider.

Segundo o comunicado da empresa, a operação está avaliada em US$ 350 milhões e incrementa “a plataforma de near beer da companhia e expande o portfólio”. O acordo também inclui a compra da Turning Point Brewery, em British Columbia, a qual produz a cerveja Stanley Park. As marcas adquiridas serão geridas pela Labatt Breweries of Canada, uma subsidiária da Ambev.

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Samarco
A agência de classificação de risco Moody´s rebaixou alguns dos ratings em escala glocal da Samarco, após o rompimento de duas barragens de resíduos nas cidades de Mariana e de Ouro Preto, em Minas Gerais, mantendo a nota da empresa em revisão para um possível novo rebaixamento.

As notas de títulos com vencimento em 2022, 2023 e 2024 foram revisadas de “Baa3” para “Ba1”, um degrau abaixo do grau de investimento, colocando a empresa como “junk”, passando a ser considerada um investimento especulativo pela Moody´s.

A Samarco empresa é a décima maior exportadora de minério de ferro do país. Em 2014, a produção de minério de ferro da Samarco representou menos de 4% da produção total da Vale.

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Minerva (BEEF3)
A Minerva reportou um prejuízo líquido de R$ 446,1 milhões no terceiro trimestre de 2015, um avanço de 130,2% em relação ao mesmo período de 2014, quando as perdas foram de R$ 193,8 milhões. O resultado negativo se deve sobretudo à variação cambial, que afeta a parte do endividamento da companhia que é denominado em dólar, embora não tenha efeito caixa.

No período, a oscilação da moeda norte-americana ante o real afetou negativamente a dívida da empresa em R$ 640,2 milhões. Parte deste impacto, porém, foi mitigado pelos instrumentos de hedge adotados pela Minerva, que registrou ganho de R$ 197,1 milhões com a operação no período.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 56,4% e foi recorde, totalizando R$ 278,2 milhões no período. No terceiro trimestre do ano passado, esta linha somou R$ 177,8 milhões.

Pelo segundo trimestre consecutivo, a Minerva reportou receita líquida recorde. O avanço, contudo, se deve parcialmente a aquisições recentes e, portanto, não é de todo comparável com exercícios anteriores. A receita ficou em R$ 2,388 bilhões, com alta de 32,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ecorodovias (ECOR3)
O lucro líquido da Ecorodovias caiu 6% no terceiro trimestre, para R$ 109,1 milhões, frente o mesmo período de 2014. Um dos aspectos que contribuíram para esse resultado foi o volume de tráfego, em veículos equivalentes pagantes, que totalizou 55,104 milhões no trimestre, queda de 2,6% no volume sobre mesmo período de 2014.

Já a receita líquida caiu 2,9% no terceiro trimestre frente o mesmo período de 2014, para R$ 526 milhões, como resultado da redução da receita com construção. O Ebitda do trimestre ficou em R$ 315,7 milhões, alta de 10,2%, com margem de 60%.

Rossi (RSID3)
A Rossi Residencial teve prejuízo líquido de R$ 171,1 milhões no terceiro trimestre, valor 36% menor do que o registrado um ano antes. A receita líquida caiu 37%, para R$ 259,4 milhões. Já o custo dos imóveis e serviços vendidos diminuiu 46%, para R$ 216,2 milhões.

A margem bruta aumentou de 3% no terceiro trimestre de 2014, para 17% no intervalo de julho a setembro. A companhia informou também margem bruta sem considerar juros de 26,1%, em linha com os 26,3% de um ano antes. Por fim, o Ebitda ficou negativo em R$ 116,1 milhões, cifra 34% menor do que o indicador também negativo registrado um ano antes.

CSU CardSystem (CARD3)
A CSU registrou um lucro líquido de de R$ 4,1 milhões no terceiro trimestre e de R$ 11,6 milhões nos nove primeiros meses do ano, o que representa crescimentos anuais de 30,6% e 51,8%, respectivamente. Já o Ebitda da companhia avançou 25,2%, atingindo os R$ 17,2 milhões, enquanto no acumulado do ano chegou a R$ 50,1 milhões.

Rodobens (RDNI3)
A companhia de negócio imobiliários Rodobens viu seu lucro líquido desabar 94% em um ano, passando de R$ 19,36 milhões para atuais R$ 1,22 milhões, enquanto a receita líquida caiu 5%, atingindo os R$ 148,23 milhões. Já o Ebitda ajustado recusou 40%, para R$ 16,71 milhões no período entre julho e setembro deste ano.

A companhia destacou em seu balanço a redução de sua dívida corporativa, que passou de R$ 387 milhões no início deste ano, para R$ 273 milhões em 30 de setembro. Além disso, a Rodobens ressaltou os R$ 288 milhões de VGV potencial de incorporação em São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais via peruta física.

Iguatemi (IGTA3)
A Iguatemi registrou um lucro líquido de R$ 58,4 milhões de julho a setembro, queda de 13% em relação ao mesmo período de 2014. A receita líquida passou de R$ 147,7 milhões para R$ 159,6 milhões, alta de 7,9%. As vendas dos shoppings da empresa atingiram R$ 2,8 bilhões, um aumento de 15,3%. Os índices de vendas mesmas lojas (em operação há mais de 12 meses) subiram 4,6% e as vendas mesmas áreas aumentaram 4,7%.

Fras-Le (FRAS3)
Apesar de toda a crise da indústria, o lucro líquido consolidado da Fras-Le atingiu R$ 16,6 milhões, com uma alta de 32,4% sobre o mesmo resultado de um ano antes. Já no acumulado de 9 meses, o lucro avançou 29%, para R$ 44,6 milhões.

Enquanto isso, o Ebitda consolidado somou R$ 34,8 milhões, evoluindo 23,7% em comparação ao mesmo período de 2014. Por fim, a receita líquida ficou em R$ 233,4 milhões, alta de 17,3%. O faturamento em dólar apresentou redução de 9,5% no terceiro trimestre comparado a um ano antes, somando US$ 37,3 milhões.

Vigor (VIGR3)
A Vigor Alimentos, empresa de lácteos controlada pela J&F — holding que também comanda a JBS —, registrou um crescimento de 96,6% em seu lucro líquido no terceiro trimestre de 2015, para R$ 58,72 milhões. Já a receita líquida da companhia totalizou R$ 1,473 bilhão no período, uma alta de 28% ante o mesmo período de 2014.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) somou R$ 142,86 milhões no terceiro trimestre, alta de 65,8% ante o mesmo intervalo do ano passado. Já a margem Ebitda, por sua vez, cresceu 2,2 pontos percentuais, para 9,7%.

Wilson Sons (WSON33)
A Wilson Sons, empresa do setor de logística portuária e marítima, registrou prejuízo líquido de US$ 6,3 milhões no terceiro trimestre do ano, valor 23% menor do que a perda de US$ 8,2 milhões de igual período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) proforma, que inclui os valores de embarcações offshore, caiu 11,3% entre os trimestres, para US$ 55,7 milhões. Já o Ebitda somou de US$ 44,7 milhões de julho a setembro, queda de 14,7%.

Já a receita líquida da companhia foi de US$ 122,5 milhões no trimestre, montante 30,9% menor do que no mesmo intervalo do ano passado.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.