Ibovespa acelera ganhos com fala de Draghi sobre estímulo na Europa; dólar zera ganhos

Bolsa tem dia de alta em meio a decisão de juros, resultado da Vale, política e desemprego estável em setembro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa acelera os ganhos nesta quinta-feira (22) após o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mário Draghi, dizer que o Quantitative Easing europeu continuará até setembro de 2015 ou além. Com isso, as bolsas europeias viraram para alta e os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500 aumentaram suas altas. No cenário macroeconômico desta quinta, fica a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que manteve a Selic em 14,25% ao ano com um comunicado mais “dovish” (moderado). Também tem algum peso por aqui a manutenção do desemprego em 7,6% em setembro, segundo a PME (Pesquisa Mensal do Emprego). 

Às 12h41 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 1,22%, a 47.601 pontos. Já o dólar comercial tem leves perdas de 0,04% a R$ 3,9414 na venda, ao passo que o dólar futuro para novembro fica estável a R$ 3,954. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai 8 pontos-base a 15,29%, enquanto o DI para janeiro de 2021 tem ganhos de 10 pontos-base a 15,86%. 

A manutenção da Selic em 14,25% com comunicado mais moderado trazia algum impacto nos contratos de DI com vencimentos mais curtos. Ontem, o Copom disse sobre sua decisão: “O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária. O Copom ressalta que a política monetária se manterá vigilante para a consecução desse objetivo”.

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Segundo a LCA Consultores, a expectativa é de que o BC, ao menos por ora, não esteja inclinado a responder ao aumento dos riscos inflacionários – decorrente da desvalorização aguda do câmbio – com uma nova rodada de elevação da taxa básica de juros. Já de acordo com a Rosenberg Associados, a autoridade monetária se compromete em questão de credibilidade, uma vez que terá um problema mais grave para convencer a sociedade de que vai entregar a inflação na meta.

Na agenda de indicadores, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a taxa de desemprego para setembro, que ficou estável em relação a agosto, em 7,6%. Entre os meses de setembro de 2014 e 2015, a taxa de desocupação subiu de 4,9% para 7,6%. 

Cenário político e déficit
Já o cenário político fica mais frio hoje. A principal notícia é que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ganhou uma sobrevida política agora que tem um novo pedido de impeachment nas mãos. Segundo o Estado de S. Paulo, o pedido torna-se um requerimento válido para barganhar com o governo e a oposição. Os dois lados interromperam negociações para eventual sucessão à presidência da Câmara, segundo a Folha.

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Pondo de lado esta questão do impeachment, o que também pesa na política é a questão das contas públicas. Segundo informações do jornal O Globo, um acerto parcial da questão das “pedaladas fiscais” limitará o déficit este ano. A proposta de revisão da meta fiscal de 2015, que será encaminhada ao Congresso até o fim da semana, pode contabilizar o pagamento de até 90% das pedaladas fiscais (atrasos nos repasses devidos pelo Tesouro a bancos públicos), informou ontem o deputado Hugo Leal (PROS-RJ), relator do projeto que modifica a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano.

O cenário considerado até a noite era contabilizar entre R$ 15 bilhões e R$ 35 bilhões em pedaladas nas contas de 2015. Mas, segundo o deputado, a sinalização foi de que o número proposto ao Congresso ficará em torno de R$ 50 bilhões, contabilizando um montante das manobras do Tesouro com bancos públicos.

Também vale ficar atento à fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Lançamento do Fórum de Líderes CEBDS às 10h30.

Destaques da Bolsa
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,75, +3,65%; VALE5, R$ 15,03, +1,97%) sobem após os resultados do terceiro trimestre em linha com o esperado. A mineradora registrou um prejuízo líquido de R$ 6,663 bilhões no terceiro trimestre deste ano, ante lucro líquido de R$ 5,144 bilhões no segundo trimestre.

Para BTG, Citi e XP Investimentos, resultado veio em linha com o esperado. No entanto, BTG destaca que o papel deve seguir de lado, com pressão de preço e com a demanda caindo (sem poder contar com a China). Já para o Citi, o destaque positivo foi a queda na dívida líquida ajudada pela venda de ativos.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 GOLL4 GOL PN N2 3,73 +3,90
 CMIG4 CEMIG PN 7,94 +3,66
 VALE3 VALE ON ED 18,73 +3,54
 PETR4 PETROBRAS PN 8,01 +3,35
 CSAN3 COSAN ON 23,81 +3,34

Quem também sobe são os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 9,78, +3,06%; PETR4, R$ 8,00, +3,23%). O conselho de administração da companhia se reúne amanhã para avaliar proposta de venda de até 25% da BR Distribuidora. O parceiro estratégico que assumiria essa participação já está praticamente definido, segundo fonte a par do assunto disse ao Valor.

A operação ganha ainda mais importância diante da resistência do governo da Bahia e da Termogás à principal negociação em curso, a venda de 49% da Gaspetro para a Mitsui, uma disputa que pode atrapalhar um acordo avaliado em R$ 2 bilhões.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 NATU3 NATURA ON 22,07 -3,83
 OIBR4 OI PN 2,21 -3,49
 GGBR4 GERDAU PN 6,04 -3,05
 RUMO3 RUMO LOG ON 7,43 -1,07
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 17,71 -0,62

Entre as quedas, o papel que tinha o pior desempenho entre as ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa era a Natura (NATU3, R$ 22,10, -3,70%). A maior fabricante de higiene e beleza do País, obteve lucro líquido de R$ 131,8 milhões no terceiro trimestre, queda de 38,6% em relação a igual período de 2014. A receita líquida somou R$ 1,995 bilhão, alta de 6,9% no período.

Segundo o Bradesco BBI, apesar da melhora da margens nas operações internacionais da Natura, esta linha foi afetada negativamente por pressões inflacionárias no Brasil, pela desvalorização do real, pelo aumento do IPI, além do menor volume de vendas na operação doméstica.

Cenário externo
No pré-market das bolsas americanas, o dia é leves altas, de olho na temporada de balanços e com o mercado esperando os dados do setor imobiliário. Já na Europa, o dia é de leves altas, de olho nas falas de Mário Draghi comentando a decisão de política monetária do BCE. Draghi ainda disse que a autoridade monetária da zona do euro irá reavaliar o grau dos estímulos à economia em dezembro. 

 Por fim, as bolsas asiáticas recuaram em sua maioria nesta quinta-feira, depois da forte queda dos índices acionários chineses na quarta-feira reacender as preocupações sobre a saúde da economia do país. Na próxima semana haverá reuniões dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Japão, bem como encontro de quatro dias da liderança do Partido Comunista da China.

“Creio que a recuperação dos mercados está chegando a um fim. De agora em diante os mercados estarão atentos aos eventos de política monetária deste mês, e também aos resultados corporativos”, disse o chefe de estratégia global da Daiwa Securities, Hirokazu Kabeya.

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