Ibovespa fica estável entre correção e incertezas políticas; dólar sobe a R$ 3,98

Índice opera entre perdas e ganhos depois do Futuro ameaçar uma recuperação pós-rumor de rebaixamento da Fitch

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera estável nesta segunda-feira (21) depois de cair forte na sexta com rumores de que o Brasil poderia ter seu rating cortado pela Fitch no fim de semana. Ainda há a expectativa pelo envio das medidas do “pacotão” do ajuste fiscal ao Congresso, que também pode votar os vetos de Dilma ao mesmo tempo em que Lula articula contra o impeachment nos bastidores. Lá fora continua a incerteza sobre a economia global após a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) de adiar a alta dos juros nos Estados Unidos na semana passada. As bolsas europeias sobem assim como os índices Dow Jones e S&P 500.

Às 12h20 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha leve queda de 0,01%, a 47.261 pontos. Já o dólar comercial sobe 0,74% a R$ 3,9874 na venda, enquanto o dólar futuro para outubro registrava ganhos depois de abrir em queda, subindo 1,05% a R$ 4,004. No radar, o Banco Central oferta um leilão de linha após o câmbio bater R$ 3,96 na sexta-feira. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subia 37 pontos-base a 15,79%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2021 tem alta de 27 pbs a 15,94%. 

Segundo Ari Santos, trader da H. Commcor, o cenário político e a deflagração de mais uma fase da Operação Lava Jato, criam volatilidade que deve durar um bom tempo do pregão e impedem a Bolsa de ter uma correção mais forte frente às perdas recentes. Vale lembrar também que hoje é dia de vencimento de opções sobre ações, o que naturalmente gera uma volatilidade maior na Bolsa. 

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No cenário político, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve decidir sobre o pedido de impeachment feito pelo fundador do PT, Hélio Bicudo, no final de outubro, de acordo com informações da Veja. A análise, segundo a reportagem, deve começar pelos pedidos mais frágeis.

Enquanto isso, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediria para Cunha segurar os pedidos. As informações do Valor Econômico são de que Lula estaria assumindo a interlocução com o PMDB por ora.

Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 2,55% para uma de 2,70%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,34% este ano. A maior revisão, contudo, ficou por conta do câmbio para o fim de 2016. As expectativas subiram de R$ 3,80 para R$ 4,00 no período.

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Destaques da Bolsa
As ações da Vale (VALE3, R$ 20,07, +0,80%; VALE5, R$ 15,81, +0,13%) sobem hoje apesar da queda dos preços do minério de ferro e relatório mais pessimista do Credit Suisse. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,96, +0,20%), holding que detém participação na Vale, além da siderúrgica Usiminas (USIM5, R$ 4,46, +1,59%). 

O banco suíço cortou em 12% a projeção do Ebitda da Vale para 2017. Segundo o relatório, os resultados da mineradora de 2016 e 2017 serão “desafiadores”. Nesta segunda-feira, o preço do minério do porto de Qingdao, na China, recuou 0,67%, para US$ 57,30 a tonelada. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRKM5 BRASKEM PNA 16,19 +4,99
 FIBR3 FIBRIA ON 55,10 +3,09
 LREN3 LOJAS RENNER ON 99,39 +2,65
 ELET3 ELETROBRAS ON 5,36 +2,10
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 18,97 +2,04

Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 8,95, +0,45%; PETR4, R$ 7,57, -0,34%) operam entre perdas e ganhos apesar da alta dos preços do petróleo no mercado internacional. O petróleo Brent para dezembro sobe 1,76%, a US$ 49,08 o barril.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SMLE3 SMILES ON 34,49 -5,71
 OIBR4 OI PN 3,64 -5,70
 GOLL4 GOL PN N2 4,36 -4,39
 ESTC3 ESTACIO PART ON 12,91 -4,37
 NATU3 NATURA ON 20,15 -2,80

As ações de bancos consolidam queda após um início volátil de sessão. Caem Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,71, -0,50%) e Bradesco (BBDC3, R$ 25,41, -0,86%; BBDC4, R$ 23,12, -0,90%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,70, -0,77%). 

Entre as quedas também está a Oi (OIBR4, R$ 3,64, -5,70%). A companhia contratou o banco Rothschild para reestruturar sua dívida, segundo informações da Veja. Do dia 9 de setembro até a sexta-feira passada, os papéis da companhia dispararam 56%, em um movimento que operadores atribuíram a “short squeeze” (pressão de vendidos), em meio à crescente demanda pelo aluguel do papel e falta de doadores no mercado.

Cenário externo
As bolsas asiáticas caíram nesta segunda-feira após a decisão do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de manter a taxa de juros em mínima histórica levantar novas preocupações com o crescimento global, particularmente na China. O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, falará sobre economia às 14h. 

A China foi o único mercado asiático a desafiar a tendência de baixa, com o índice de Xangai tendo alta de 1,91% e o CSI300 com ganho de 1,75%.

Investidores vão se focar nas leituras preliminares do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a indústria da China e da zona do euro na quarta-feira para avaliar para onde a economia global está caminhando. “Parece uma continuação das preocupações com o crescimento que prejudicaram os mercados nos últimos meses”, disse o chefe de estratégia de investimento da AMP Capital, Shane Oliver.

Em destaque ainda, estão as bolsas gregas. As ações gregas recuavam nesta segunda-feira depois da vitória do partido Syriza nas eleições nacionais e os rendimentos dos papéis do governo avançavam levemente conforme as atenções se voltavam para a formação de um novo gabinete e a implementação do terceiro resgate do país.

Na eleição de domingo, os eleitores deram a Alexis Tsipras e seu partido de esquerda uma segunda chance para levar a economia à recuperação, apesar de sua dramática virada em relação ao resgate internacional. A bolsa grega, com perdas de 15,6 por cento até agora no ano, apresentou uma recuperação de quase 22 pro cento antes da votação, após atingir mínima de 568 pontos em 24 de agosto. Nesta segunda-feira, a bolsa operava em baixa de 0,6 por cento, com os papéis de bancos tendo desempenho pior, recuo de 3,3 por cento.

No noticiário alemão, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) do país caiu 0,5% em agosto ante julho e teve queda de 1,7% na comparação anual, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas do país, a Destatis. Os números indicam recuos mais fortes nos preços de porta de fábrica do que o esperado. Analistas consultados pela Dow Jones Newswires previam declínio mensal de 0,3% e redução anual de 1,6%.

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