Ibovespa tem melhor pregão do ano com S&P e Dow registrando maiores altas desde 2011

<address><span style="font-style: normal">Gleisi Hoffmann cede mais uma vez e faz acordo para fim da CSLL a 20% até 1° de janeiro de 2019; Da mínima de segunda-feira até agora o Ibovespa já subiu 7,69%</span></address>

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa disparou nesta quarta-feira (26) diante de possibilidade de um novo QE (Quantitative Easing) nos Estados Unidos e depois da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) aceitar colocar o prazo de 1º de janeiro de 2019 para a vigência da nova alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) pela MP 675, que será de 20% sobre o lucro. Com isso, ações de bancos dispararam ainda mais e puxaram a alta do pregão. Assim como elas, também subiram os ativos ligados a commodities, em meio a expectativas de que o Federal Reserve eleve os juros só em 2016. 

O índice brasileiro subiu 3,35%, a 46.038 pontos, sua maior alta desde 17 de dezembro de 2014, quando fechou em alta de 3,63%. O dólar comercial teve baixa de 0,19% a R$ 3,6014 na venda, ao passo que dólar futuro para setembro teve queda de 0,39% a R$ 3,610. 

Já o índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, fechou em alta de 3,90% a 1.941 pontos. O Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, encerrou o pregão em desvalorização de 3,95% atingindo 16. 286 pontos. Assim como eles, o Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia, apresentou alta de 4,25% hoje, chegando a 4.698 pontos e acumulando no ano baixa de 1,50%.

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No radar internacional, o presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, disse nesta quarta-feira (26) que um aumento dos juros em setembro nos Estados Unidos parece menos provável. Dudley é membro com poder de voto no Fomc (Federal Open Market Committee), e assim, participa ativamente das decisões de juros da autoridade monetária norte-americana.

Em dólar, a Bovespa hoje é negociada no menor nível em quase 10 anos. Com o tombo do Ibovespa na segunda-feira, 24, dia de forte aversão a ativos de risco nos mercados globais, a bolsa doméstica acumula perda de 33,78% neste ano na moeda americana, retomando níveis de setembro de 2005, segundo levantamento do professor de Finanças Alexandre Cabral.

Cenário interno
Por aqui, a senadora Gleisi Hoffmann ainda disse que a partir de 1º de janeiro de 2019, a alíquota voltaria para 15%. A proposta original do governo não determinava um prazo para o aumento da alíquota.

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Apesar disso, no cenário interno, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) colocou mais incerteza no cenário político depois de adiar decisão sobre a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) com maioria dos votos – quatro dos sete totais – a favor de prosseguir com ação de impugnação do mandato. Apesar disso, parlamentares consideram que houve uma queda no risco de impeachment da presidente, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o DEM vendo 200 votos em favor do impedimento contra 342 necessários no Congresso. 

Destaques de ações
Os papéis do setor financeiro foram os responsáveis pela alta da Bolsa no pregão de hoje, muito por conta das mudanças na MP que promoverá o aumento da CSLL. Subiram Bradesco (BBDC3, R$ 26,00, +5,35%BBDC4, R$ 24,08, +4,92%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,37, +6,04%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,57, +4,92%) e Santander (SANB11, R$ 14,80, +5,56%). O setor financeiro é o que possui mais peso na carteira teórica do Ibovespa, respondendo por 22% do índice se levarmos em consideração só os bancos, sem contar empresas de seguros e outras financeiras.

Além disso, hoje teve a divulgação dos dados de inadimplência de pessoas físicas, que ficou em 5,4% em julho contra 5,3% em junho ante uma expectativa de aumento até 5,5%. A inadimplência média foi de 4,8% em julho contra 4,6% em junho.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CSNA3 SID NACIONAL ON 3,14 +12,95 -39,24 23,60M
 USIM5 USIMINAS PNA 2,89 +7,84 -42,46 29,45M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 6,95 +7,75 -31,42 12,90M
 LAME4 LOJAS AMERIC PN 16,36 +7,63 -4,70 46,19M
 RUMO3 RUMO LOG ON 7,88 +6,92 -54,87 22,15M

Também subiram as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,13, +2,82%PETR4, R$ 8,11, +2,66%). O barril do petróleo Brent registrou ganhos de 0,81% a US$ 43,56. 

Na mesma toada, os papéis da Vale (VALE3, R$ 15,90, +3,58%VALE5, R$ 12,63, +2,93%) voltaram a ter alta com o minério de ferro spot com 62% de pureza com entrega no porto de Qingdao subindo 0,37% a US$ 53,67. 

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 8,50 -3,52 -44,53 99,27M
 CMIG4 CEMIG PN 7,85 -2,48 -38,35 27,86M
 BRML3 BR MALLS PAR ON 11,37 -1,98 -28,81 47,20M
 ESTC3 ESTACIO PART ON 12,31 -1,83 -47,40 18,19M
 CESP6 CESP PNB 15,96 -1,54 -25,42 20,93M

Do lado das quedas, apenas 8 ações das 66 caíram. Entre elas estão as ações de companhias do setor elétrico como Cesp (CESP6, R$ 15,96, -1,54%) e Cemig (CMIG4, R$ 7,85, -2,78%). Hoje o leilão de 11 linhas de transmissão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fracassou e apenas 11 foram leiloadas. Os ganhadores foram Celg, Planova e Isolux. 

Os papéis do setor educacional também caíram com Kroton (KROT3, R$ 8,50, -3,52%) e Estácio (ESTC3, R$ 12,31, -1,83%).

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 27,37 +6,04 721,24M 512,20M 40.761 
 BBDC4 BRADESCO PN 24,08 +4,92 463,56M 281,64M 42.542 
 PETR4 PETROBRAS PN 8,11 +2,66 348,53M 447,34M 36.858 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,85 +2,45 265,31M 249,98M 39.584 
 ITSA4 ITAUSA PN 7,54 +5,90 248,78M 199,51M 36.090 
 PETR3 PETROBRAS ON 9,13 +2,82 230,42M 185,12M 33.485 
 VALE5 VALE PNA 12,63 +2,93 203,51M 314,52M 27.569 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON EJ 10,83 +4,94 192,09M 136,77M 28.612 
 BRFS3 BRF SA ON 68,25 +2,20 176,01M 175,76M 12.558 
 BBAS3 BRASIL ON EDJ 18,57 +4,92 173,15M 135,60M 31.881 

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Estímulos na China
Se ontem, o anúncio do corte de compulsório e das taxas de juros deram alívio para as bolsas mundiais até o final do pregão, quando começaram a diminuir os ganhos, o cenário de volatilidade deve se manter na sessão desta quarta. Os turbulentos mercados acionários da China recuaram novamente hoje, uma vez que o estímulo duplo do banco central chinês fracassou em convencer investidores de que Pequim tem capacidade para catapultar a segunda maior economia do mundo da recente desaceleração.

Após observar os preços de ações desabarem cerca de 25% em pouco mais de uma semana, o banco central da China entrou novamente em ação na noite de terça-feira, cortando taxas de juros e a de compulsório. A reação dos dois principais índices acionários da China — que nunca são termômetros confiáveis da economia doméstica – foi tipicamente errática, oscilando entre ganhos e perdas de mais de 3% antes de encerrar o dia com recuo modesto.

O índice CSI300, que reúne as maiores ações listadas em Shenzhen e Xangai caiu 0,57%, a 3.025 pontos. O índice de Xangai recuou 1,3%, a 2.926 pontos. “O humor do mercado ainda é de aversão a risco. Por isso os mercados não reagiram tão fortemente às últimas medidas de Pequim e acreditam que é necessário fazer mais para restaurar a confiança de investidores’, disse Grace Tam, estrategista de mercados globais da JP Morgan Asset Management. 

Por sua vez, o japonês Nikkei conseguiu se recuperar e fechou com ganhos de 3,20%, quebrando uma sequência de seis baixas. 

Nos demais mercados, os principais índices da Europa caíram cerca de 2% em meio às preocupações com a China e após fecharem com expressiva alta na sessão anterior, não acompanhando o movimento de Wall Street no final da sessão. Enquanto isso, o dia foi de alta expressiva nos mercados futuros dos EUA. Ontem, o forte rali no mercado acionário dos Estados Unidos evaporou no fim da sessão, com os principais índices fechando em queda na medida em que as preocupações com a economia chinesa voltaram a pesar e se sobrepuseram aos preços mais baixos que alguns viram como barganhas mais cedo.