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SÃO PAULO – O Ibovespa salta nesta quarta-feira (26) depois da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) aceitar colocar o prazo de 1º de janeiro de 2019 para a vigência da nova alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) pela MP 675, que é de 20% sobre o lucro. Com isso, ações de bancos disparam e puxam a alta do pregão. Assim como elas, também sobem os ativos ligados a commodities, em meio a expectativas de que o Federal Reserve eleve os juros só em 2016.
Às 16h05 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,85%, a 45.416 pontos. O dólar comercial sobe 0,07% a R$ 3,6056 na venda, ao passo que dólar futuro para setembro tem queda de 0,18% a R$ 3,618. A virada do câmbio aconteceu com a divulgação das encomendas de bens duráveis nos EUA, que subiram 2% em julho ante expectativas de queda de 0,6%.
No radar internacional, o presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, disse nesta quarta-feira (26) que um aumento dos juros em setembro nos Estados Unidos parece menos provável. Dudley é membro com poder de voto no Fomc (Federal Open Market Committee), e assim, participa ativamente das decisões de juros da autoridade monetária norte-americana.
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Em dólar, a Bovespa hoje é negociada no menor nível em quase 10 anos. Com o tombo do Ibovespa na segunda-feira, 24, dia de forte aversão a ativos de risco nos mercados globais, a bolsa doméstica acumula perda de 33,78% neste ano na moeda americana, retomando níveis de setembro de 2005, segundo levantamento do professor de Finanças Alexandre Cabral.
Mais tarde, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse nesta quarta-feira (26) que irá incluir em seu parecer sobre a medida provisória 675, que trata da elevação da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), prazo até 1º de janeiro de 2019 para a vigência da alíquota de 20 por cento da CSLL para instituições financeiras. A partir de 1º de janeiro de 2019, a alíquota voltaria para 15%, disse a senadora. A proposta original do governo não determinava um prazo para o aumento da alíquota.
Apesar disso, por aqui, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) colocou mais incerteza no cenário político depois de adiar decisão sobre a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) com maioria dos votos – quatro dos sete totais – a favor de prosseguir com ação de impugnação do mandato. Apesar disso, parlamentares consideram que houve uma queda no risco de impeachment da presidente, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o DEM vendo 200 votos em favor do impedimento contra 342 necessários no Congresso.
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Destaques de ações
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,14, +2,93%; PETR4, R$ 8,07, +2,15%) têm alta. O barril do petróleo Brent registra ganhos de 0,26% a US$ 43,32.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Quem também sobe são os bancos, principalmente depois das mudanças na MP que promoverá o aumento da CSLL. Sobem Bradesco (BBDC3, R$ 25,98, +5,27%; BBDC4, R$ 23,92, +4,23%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,17, +5,27%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,50, +4,52%) e Santander (SANB11, R$ 14,75, +5,21%). O setor financeiro é o que possui mais peso na carteira teórica do Ibovespa, respondendo por 22% do índice se levarmos em consideração só os bancos, sem contar empresas de seguros e outras financeiras.
Além disso, hoje teve a divulgação dos dados de inadimplência de pessoas físicas, que ficou em 5,4% em julho contra 5,3% em junho ante uma expectativa de aumento até 5,5%. A inadimplência média foi de 4,8% em julho contra 4,6% em junho.
Por outro lado, os papéis da Vale (VALE3, R$ 15,77, +2,74%; VALE5, R$ 12,51, +1,96%) volta a ter alta. O minério de ferro spot com 62% de pureza com entrega no porto de Qingdao subiu 0,37% a US$ 53,67.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Do lado das quedas estão ações de companhias do setor elétrico como Cesp (CESP6, R$ 15,92, -1,79%) e Cemig (CMIG4, R$ 7,84, -2,61%). Hoje o leilão de 11 linhas de transmissão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fracassou e apenas 11 foram leiloadas. Os ganhadores foram Celg, Planova e Isolux.
Estímulos na China
Se ontem, o anúncio do corte de compulsório e das taxas de juros deram alívio para as bolsas mundiais até o final do pregão, quando começaram a diminuir os ganhos, o cenário de volatilidade deve se manter na sessão desta quarta. Os turbulentos mercados acionários da China recuaram novamente hoje, uma vez que o estímulo duplo do banco central chinês fracassou em convencer investidores de que Pequim tem capacidade para catapultar a segunda maior economia do mundo da recente desaceleração.
Após observar os preços de ações desabarem cerca de 25% em pouco mais de uma semana, o banco central da China entrou novamente em ação na noite de terça-feira, cortando taxas de juros e a de compulsório. A reação dos dois principais índices acionários da China — que nunca são termômetros confiáveis da economia doméstica – foi tipicamente errática, oscilando entre ganhos e perdas de mais de 3% antes de encerrar o dia com recuo modesto.
O índice CSI300, que reúne as maiores ações listadas em Shenzhen e Xangai caiu 0,57%, a 3.025 pontos. O índice de Xangai recuou 1,3%, a 2.926 pontos. “O humor do mercado ainda é de aversão a risco. Por isso os mercados não reagiram tão fortemente às últimas medidas de Pequim e acreditam que é necessário fazer mais para restaurar a confiança de investidores’, disse Grace Tam, estrategista de mercados globais da JP Morgan Asset Management.
Por sua vez, o japonês Nikkei conseguiu se recuperar e fechou com ganhos de 3,20%, quebrando uma sequência de seis baixas.
Nos demais mercados, os principais índices da Europa caem cerca de 1% em meio às preocupações com a China e após fecharam com expressiva alta na sessão anterior, não acompanhando o movimento de Wall Street no final da sessão. Enquanto isso, o dia é de alta expressiva nos mercados futuros dos EUA. Ontem, o forte rali no mercado acionário dos Estados Unidos evaporou no fim da sessão, com os principais índices fechando em queda na medida em que as preocupações com a economia chinesa voltaram a pesar e se sobrepuseram aos preços mais baixos que alguns viram como barganhas mais cedo.