Ibovespa fica estável entre alta de Itaú e quedas de Petrobras e Vale; dólar recua

Mercado tem dia volátilo apesar da melhora do cenário político, que é ofuscada pelo cenário externo; previsões do Relatório Focus mostram pessimismo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera volátil nesta segunda-feira (17) por conta do baixo volume e do vencimento de opções sobre açõesMais cedo, o índice chegou a cair mais forte com o cenário externo vendo a queda do Empire State Index, que lê os dados do setor de manufatura em Nova York. Aqui no Brasil ficam no radar as manifestações do domingo (16) que foram menores do que as de março, mas maiores do que as de abril, o que é visto como insuficiente para agravar a situação política da presidente Dilma Rousseff (PT). 

Às 14h53 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caia 0,10%, a 47.459 pontos. Já o dólar futuro para setembro tinha queda de 0,53% a R$ 3,486, ao mesmo tempo em que o dólar comercial registrava perdas de 0,15% a R$ 3,4778 na venda. 

Segundo o trader da H. Commcor, Ari Santos, o baixo volume de negociação na Bovespa somado ao exercício de opções e à indefinição tanto no ambiente interno como no externo trazem volatilidade ao índice. No quadro doméstico ele cita as manifestações como destaque. “Os protestos não foram tudo o que se imaginava. Então vamos olhar como o Senado responde a isso”, disse. 

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Segundo a BM&FBovespa, o exercício das opções sobre ações movimentou R$ 2,04 bilhões nesta segunda-feira (17). Deste total, R$ 1,563 bilhão veio do exercício de opções de venda e os R$ 479,403 milhões restantes vieram de opções de compra.

No cenário político desta segunda fica a espera pelo cronograma de votações para as matérias consensuais da chamada Agenda Brasil. A pauta discutida entre os ministros da área econômica do governo e senadores tem por objetivo estabelecer condições para melhorar a atual situação econômica do país.

Indicadores
O Empire State Index veio em um recuo de 14,9 pontos, ante expectativas de crescimento de 5 pontos, sendo a pior leitura desde a recessão. Depois do dado, as bolsas europeias e os índices norte-americanos passaram a cair.

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Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1,97% para uma de 2,01%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,32% este ano.

Ações em destaque
Os bancos subiam depois de cair forte na semana passada por conta da Medida Provisória 675, que trata do aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 23%. No entanto, só Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,77, +0,37%) tinha ganhos mais consistentes. Bradesco (BBDC3, R$ 25,35, -0,20%; BBDC4, R$ 24,14, -0,29%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,25, -0,26%) operavam entre perdas e ganhos. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 14,16 -6,04 +27,80 167,17M
 OIBR4 OI PN 3,17 -4,80 -63,18 26,51M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 6,14 -2,54 -39,41 9,30M
 SBSP3 SABESP ON 15,35 -2,54 -7,95 14,84M
 CSAN3 COSAN ON 19,74 -2,28 -30,86 47,62M

Do lado das altas, as ações da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,15, +4,38%) sobem forte após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. A companhia teve alta no lucro do segundo trimestre sobre um ano antes e acredita que continua resistente à fraqueza da economia brasileira, mas vai manter uma postura financeira mais conservadora diante das atuais incertezas. A geração de caixa da MRV cresceu 11,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2014 e totalizou R$ 154 milhões, somando R$ 301 milhões no primeiro semestre. 

A construtora e incorporadora teve lucro líquido ajustado de R$ 188 milhões no segundo trimestre ante R$ 142 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro líquido ajustado de R$ 120,4 milhões. A receita operacional líquida da MRV aumentou 29% ano a ano e encerrou o segundo trimestre em R$ 1,3 bilhão, valor recorde para a companhia.

Por outro lado, cai Petrobras (PETR3, R$ 10,33, -0,19%; PETR4, R$ 9,24, -0,65%), que recua apesar da virada do petróleo. O barril do Brent agora sobe 0,08% a US$ 49,23. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 HGTX3 CIA HERING ON 13,15 +5,88 -33,07 18,19M
 MRVE3 MRV ON 7,15 +4,38 +0,04 58,19M
 GGBR4 GERDAU PN 5,80 +3,39 -38,67 45,34M
 CCRO3 CCR SA ON 14,39 +2,57 -6,30 58,36M
 CMIG4 CEMIG PN 9,23 +2,56 -27,51 45,67M
* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Bolsas europeias
As bolsas asiáticas tiveram um dia misto nesta segunda-feira, com foco na volatilidade no mercado chinês. A relativa estabilidade do iuan não foi suficiente para aliviar as preocupações com a possibilidade de Pequim desvalorizar sua moeda ainda mais após a surpreendente decisão da semana passada.

O índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 0,97 por cento. Na semana passada, o índice recuou 2,6 por cento, após Pequim desvalorizar o iuan, golpeando os mercados financeiros globais e alimentando receios sobre a economia chinesa. Shangai subiu 0,73%, enquanto Hang Seng caiu 0,74%. Já o japonês Nikkei teve alta de 0,49%, com foco também no PIB do país, que registrou baixa de 1,6% no segundo trimestre e aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro Shinzo Abe para intensificar seus esforços para impulsionar a economia após décadas de deflação.

A queda do iuan pressionou ativos de maior risco, como moedas emergentes, diante de temores de que a desvalorização daria início a uma guerra cambial. Mas os mercados financeiros começaram a se estabilizar perto do fim da semana passada depois que a China desacelerou o ritmo do tombo da moeda.

Em um sinal de que parte do alívio sentido perto do fim da semana passada pode estar desaparecendo em meio a expectativas de que as autoridades vão continuar a guiar o iuan mais para baixo, as ações em Xangai chegaram a cair 1,5 por cento, para depois recuperarem-se e fecharem em alta, em uma sessão volátil.

Na Europa, a maioria das principais bolsas fechou em alta nesta segunda-feira, lideradas pela Alstom por especulações de que a aquisição de seu negócio de energia por parte da General Eletric será aprovada pelas autoridades regulatórias. O mercado ficou na expectativa pelo progresso para o terceiro programa de resgate da Grécia. Segundo um porta-voz do Ministério das Finanças da Alemanha, o envolvimento do FMI no resgate grego permanece indispensável para a Alemanha.

Ele disse que a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, só vai propor que a instituição aumente seu envolvimento financeiro no resgate se a Grécia cumprir a exigências sobre a implementação de reformas até outubro e a primeira avaliação do resgate seja bem-sucedida.