JBS dispara 6%, Embraer afunda, Vale cai 5% e small cap desaba 14% após balanço

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Depois de abrir em alta nesta quinta-feira (30), o Ibovespa não resistiu e virou para queda ainda pela manhã após a abertura das bolsas dos Estados Unidos, seguindo no negativo no resto da sessão. O movimento de virada foi acompanhado pelas ações da Petrobras, assim como a Vale, que chegou a subir mais de 7%.

Além das ações que reagiram ao balanço, com destaque ainda para Embraer que afunda quase 7%, chamaram atenção os papéis das elétricas, que subiram forte em meio a rumores de que o governo poderá reembolsar as companhias pelo chamado risco hidrológico (GSF). JBS também subiu forte hoje após sua subsidiária americana de Aves, a Pilgrim’s Pride, ver o lucro crescer 27% no segundo trimestre. 

Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta quinta-feira:

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JBS (JBSS3, R$ 15,09, +6,64%)
A Pilgrim’s Pride, empresa americana de aves da JBS, informou ontem à noite que teve lucro líquido de US$ 241,5 milhões no segundo trimestre, 27% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado (US$ 190,4 milhões). Em comunicado, o CEO da Pilgrim’s, Bill Lovette, disse que o negócio continua a gerar forte fluxo de caixa e que o objetivo é obter US$ 200 milhões em melhorias operacionais. Segundo o Citi, o resultado da companhia foi positivo e que seu balanço deverá contribuir em 30% para o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado de 2015. 

Elétricas
As ações da Cesp (CESP6, R$ 18,64, +4,48%) e Cemig (CMIG4, R$ 9,23, +2,78%) subiram forte e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa. O mercado reagiu à expectativa de que o governo poderá reembolsar as companhias pelo chamado risco hidrológico (GSF). Atualmente, a exposição dessas empresas ao risco hidrológico, que tem se mantido próximo a 20%, corresponde a 14% do valor de mercado da Cesp e 8% da Cemig. 

Veja mais em: O que está por trás da disparada de até 8% das elétricas na Bolsa hoje?

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Embraer (EMBR3, R$ 22,50, -5,46%)
As ações da Embraer afundaram na Bolsa após balanço do segundo trimestre. Para o Credit Suisse, os números foram fracos, principalmente por conta de resultado pior do que o esperado na divisão de defesa da companhia, que ofuscou o bom desempenho das áreas comercial e executiva, mesmo em um ambiente favorável pelas fortes altas do dólar.

Enquanto as divisões comercial e executiva supreenderam com bons volumes e entrega e os próprios benefícios do câmbio, na área de defesa atrapalhou os números da companhia o aumento do volume a receber pelas Forças Aéreas Brasileiras de R$ 223 milhões para R$ 1,088 bilhão. 

Por conta de menores receitas esperadas com a divisão de defesa (de US$ 300 milhões), a companhia reduziu sua projeção para receita líquida total para o ano, prevendo uma faixa agora entre US$ 5,8 bilhões e US$ 6,3 bilhões, contra estimativa anterior de US$ 6,1 bilhões e US$ 6,6 bilhões. 

Confira: Como a punhalada de US$ 300 mi do governo ofuscou a festa do dólar para a Embraer?

No segundo trimestre, a companhia registrou um lucro atribuível aos acionistas de R$ 399,6 milhões, alta de 25% na comparação com o mesmo período de 2014 e revertendo prejuízo de R$ 196,1 milhões registrado nos três primeiros meses do ano. 

Vale (VALE3, R$ 17,45, -4,90%; VALE5, R$ 14,41, -4,63%)
As ações da Vale viraram para queda nesta tarde depois de chegarem a subir mais de 7% (no caso dos papéis ordinários) nesta manhã em meio à euforia gerada com o balanço acima do esperado. A abertura das Bolsas dos EUA, no entanto, empurraram a bolsa brasileira para baixo e os papéis da mineradora perderam força junto. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,52, -4,99%). Já as siderúrgicas, que tinham alta mais ligeira, também passaram a cair durante a tarde: Usiminas (USIM5, R$ 3,85, -2,04%), CSN (CSNA3, R$ 4,13, -0,96%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,80, -3,17%). 

A Vale reportou seus números nesta manhã, com lucro líquido de R$ 5,144 bilhões, superando em mais de 4 vezes a expectativa média de R$ 1,15 bilhão de 12 casas de análise compiladas pela Bloomberg e revertendo o prejuízo de R$ 9,538 bilhões do primeiro trimestre de 2015. Em dólares, o lucro líquido foi de US$ 1,675 bilhão entre abril e junho deste ano.   

Veja mais em: Bom resultado da Vale surpreende, mas o quanto isso é sustentável? Analistas respondem

Analistas do BTG Pactual comentaram que, embora o resultado tenha vindo muito acima do esperado, principalmente na parte de corte de custos, os investidores podem ter se concentrado mais em relação aos R$ 4 bilhões relativos à venda das ações preferenciais classe A da MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), equivalentes a 36,4% do capital social. A venda, anunciada nesta quinta-feira, foi acertada com o Fundo de Investimentos em Participações Multisetorial Plus II (FIP Plus II), cujas cotas são detidas pelo Banco Bradesco BBI, por meio do qual prometeu alienar essas ações preferenciais.

Para o BTG, a movimentação do papel hoje dá a impressão de que essa venda pode estar pesando sobre o sentimento do investidor, especialmente porque a transação é com uma das partes que controlam a companhia. Os analistas ressaltam, no entanto, que a diluição econômica parece irrelevante, mas, como não se sabe muitos detalhes da operação, o mercado pune os papéis nessa sessão.

Petrobras (PETR3, R$ 11,52, -2,37%; PETR4, R$ 10,47, -2,33%)
A Petrobras seguiu o movimento do mercado e virou para queda após a abertura dos EUA. Além disso, favoreceu para o desempenho negativo de hoje as recentes altas que o papel teve nesta semana. Apesar da queda desta sessão, tanto as ações ordinárias quanto as preferenciais acumulam ganhos de 2,5% na semana.

Cielo (CIEL3, R$ 43,60, -3,18%)
A Cielo reportou seu balanço do segundo trimestre deste ano com números levemente abaixo do que se esperava. A companhia administradora de cartões fechou o período com lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 869,44 milhões, uma alta de 9% sobre o mesmo período de 2014, mas ficando abaixo dos R$ 893,00 milhões esperado pelo mercado. Porém, o resultado ajustado, incluindo os números da Cateno – joint-ventura com o Banco do Brasil – foi de R$ 936,9 milhões. 

Bradesco (BBDC3, R$ 27,23, -1,30%; BBDC4, R$ 27,05, -1,99%)
O Bradesco, segundo maior banco privado do país, informou nesta quinta-feira (30) lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre, crescimento de 18,4% frente a igual período do ano anterior. Excluindo efeitos extraordinários, o lucro da instituição foi de R$ 4,504 bilhões entre os meses de abril a julho, aumento também de 18,4% sobre um ano antes. A média das projeções compiladas pela Bloomberg apontavam para lucro recorrente de R$ 4,402 bilhões.

Apesar do lucro praticamente em linha com o esperado e o guidance para a margem financeira ter sido elevado no ano, os analistas do Credit Suisse acreditam que a deterioração nos indicadores de qualidade dos ativos (embora ainda sob controle) podem trazer preocupação, especialmente considerando na cobertura provisionada, que pode indicar maiores provisionamentos nos próximos trimestres. 

Ambev (ABEV3, R$ 18,95, +0,85%)
A fabricante de bebidas Ambev teve lucro líquido de R$ 2,83 bilhões no segundo trimestre, alta de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira. A média das expectativas dos analistas eram de uma alta de 17,17% no resultado líquido da empresa, atingindo R$ 2,545 bilhões. Já o Ebitda foi de R$ 4,123 bilhões, avanço de 23,9%. A média das projeções era de uma aproximação da geração de caixa chegando a R$ 3,986 bilhões, o que representaria uma elevação de 19,77%.

Metal Leve (LEVE3, R$ 21,00, 0,00%)
A Metal Leve, divulgou ontem à noite seu balanço por engano (o balanço estava previsto para o dia 10 de agosto). A companhia registrou lucro líquido de R$ 48,6 milhões no segundo trimestre, uma queda de 6% ante o mesmo período do ano passado. No acumulado do semestre, o resultado chegou a R$ 96,2 milhões, praticamente estável sobre o mesmo período de 2014. Enquanto isso, a receita líquida subiu 4%, passando de R$ 591,6 milhões para R$ 615,2 milhões. 

Energias do Brasil (ENBR3, R$ 13,04, +2,68%
A Energias do Brasil subiu e renovou sua máxima histórica após balanço. A companhia reportou lucro líquido de R$ 744 milhões no segundo trimestre, contra R$ 184 milhões no mesmo período de 2014. O Santander viu o resultado como positivo, destacando que as receitas foram fortes em função de melhor estratégia de alocação, ganhos de capital com consolidação de Pecém e melhores preços de tarifas. 

Cia Hering (HGTX3, R$ 11,78, +1,20%)
O conselho de administração da varejista aprovou um novo programa de recompra de ações, para permanência em tesouraria e posterior venda e/ou cancelamento e/ou para fazer frente ao programa de opção de compra de ações da empresa. A quantidade a ser recomprada será de até 8 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 6,38% do total de ações ordinárias em circulação. O prazo máximo para a aquisição das ações da companhia no âmbito do programa de recompra de ações ordinárias será de 365 dias, até o dia 27 de julho de 2016, cabendo a diretoria definir as datas em que a recompra será efetivamente executada. O anúncio foi visto como positivo pelo mercado apesar dos fracos resultados reportados nos últimos trimestres.

Paranapanema (PMAM3, R$ 2,96, -14,45%)
As ações da Paranapanema afundaram após o balanço do segundo trimestre reportado ontem à noite. A companhia informou que seu lucro bruto caiu 94% do segundo trimestre de 2014 para 2015, indo para R$ 5,2 milhões, impactado principalmente pelo menor nível de prêmios (-25%) comparado ao ano anterior e pelo efeito do hedge accounting (que teve variação negativa de R$ 80,6 milhões entre os trimestres. Segundo a companhia, como o câmbio médio da receita (para fins de hedge accounting) possui uma defasagem média de 12 meses, o lucro bruto ainda não foi totalmente beneficiado pela valorização do dólar frente ao real desde o início de 2015.