Gestor “detona” Netflix em carta a investidores e diz que House of Cards dá sono

Companhia responsável por seriados como Orange is the New Black opera em múltiplos de mais de 100 vezes e já faz gestores como David Einhorn torcerem o nariz

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O gestor da Greenlight Capital, David Einhorn, não está nada contente com o Netflix. Dona de uma ascensão meteórica na Nasdaq, a empresa que vende planos de assinatura para ver filmes e séries online entregou um lucro decepcionante no primeiro trimestre de 2015 (os números do segundo trimestre serão divulgados hoje depois do pregão) e, portanto, deveria ter caído, mas não o fez porque atualmente “as ações de melhor desempenho são aquelas com histórias excitantes nas quais a prestação de contas pertence a um futuro distante”, afirmou Einhorn, em carta para investidores. 

O Netflix teve lucro ajustado por ação de 36 centavos, contra 63 centavos esperados pela mediana dos analistas. Mesmo assim, a ação subiu 12% no dia seguinte, com analistas cortando expectativas para os três próximos anos. Detalhe que o papel negocia atualmente em um múltiplo P/L (preço da ação dividido pelo lucro por ação) maior do que 100 vezes, o que, a rigor, significa que empresa precisa de mais de 100 anos para entregar a rentabilidade que seu valor de mercado sugere. 

“Se você tivesse nos dito antes que os números seriam estes, teríamos chutado que o dia seguinte ia ser ruim para os acionistas da Netflix, mas aparentemente, ‘Red Ink is the New Black’”, disse em referência a um dos mais aclamados seriados originais da empresa, Orange is the New Black, e ao logotipo da empresa, que é vermelho.

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O descontentamento se estendeu mesmo às séries produzidas pela companhia. Segundo Einhorn, a terceira temporada de House of Cards “parece ter sido roteirizada para competir com o Ambien [um popular remédio para dormir dos EUA]”, opinou. Ou seja, a série de sucesso daria “sono”. 

Enquanto isso, logo após fazer um desdobramento de 7 para 1, saindo de um patamar próximo a US$ 700 por ação para US$ 100, os papéis caem 2,28% hoje, US$ 98,18. Isso causa estranhamento, porque se espera que, com esta operação, as ações ganhem mais liquidez – investidores passam a não ter que desembolsar quantias astronômicas para se tornarem acionistas da empresa. Além disso, o mercado segue na expectativa pela divulgação de resultados do segundo trimestre. A expectativa é de que haja um crescimento na base de assinantes; contudo, a margem das operações internacionais deve seguir negativa.