Não é apenas a Grécia: veja outros 4 eventos para ficar de olho na próxima semana

SÃO PAULO – A semana chega ao fim de forma negativa para o Ibovespa, que recuou 2,77% nos últimos 5 pregões, seguindo o clima de indecisão em todo o mundo. Este cenário ocorre antes do plebiscito que ocorre na Grécia neste domingo, onde a população votará sobre aceitar ou não as medidas de austeridade da União Europeia sobre o país. Ainda no cenário externo, teremos a divulgação da ata da última reunião do Fomc nos EUA, que trarão a opinião do Fed sobre a economia local e podem ajudar a indicar quando a autoridade espera iniciar a alta de juros.

Ainda entre os principais destaques da semana, na quarta-feira (8) será divulgado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho. Considerada a medida oficial de inflação do País, especialistas não esperam grande novidade no indicador, que deve subir novamente e chegar a 9% no acumulado de 12 meses.

Porém, esses indicadores não devem tirar o mercado de sua “paralisia”. Com tantas dúvidas e temores dos investidores tanto no ambiente interno quanto no exterior, a Bolsa não tido um rumo definido nos últimos meses. E segundo o analista Angelo Larozi, da Walpires Corretora, apenas uma surpresa no lado político brasileiro pode ter algum impacto no mercado. Para ele, os indicadores já estão precificados e nem mesmo o resultado do plebiscito na Grécia deve ter tanto impacto, já que os investidores tendem a preferir esperar o desenrolar do resultado a tomar uma decisão apenas pela vitória do “sim” ou “não”. 

Fora da agenda de indicadores, destaque para uma possível mudança de exposição à Bolsa do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o Petros. Segundo informação do Valor Econômico, na segunda-feira ocorre uma reunião para analisar uma lista de 12 empresas nas quais o fundo poderá reduzir ou zerar sua participação. Vale ficar atento ainda para a mudança do índice FTSE, que pode retirar os papéis da Telefônica (VIVT4) e afetar a companhia na Bolsa. Por fim, há o feriado na quinta-feira (9), que apesar de deixar a Bovespa fechada, não tira a importância de acompanhar os ADRs das empresas brasileiras em Nova York.

Confira os principais destaques da agenda da próxima semana:

IPCA
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação. É um índice mensal, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa compilada pela LCA Consultores é que o indicador fique em 0,89% em junho, levando o acumulado de 12 meses para 9%.

Ata do Fomc
O Fomc (Federal Open Market Committee) revela a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve. No documento, a autoridade explica melhor sua visão da economia que levou a decisão de manter os juros no encontro realizado no mês passado. O mercado tem ficado atento para tentar antecipar quando serão elevados os juros no país.

China
Serão apresentado os dados de inflação ao consumidor, o CPI (Consumer Price Index), e a inflação ao produtor, PPI (Producer Price Index). Dado o atual cenário econômico do país e sua redução de crescimento, o mercado aceita melhor resultados maiores de inflação, diferente do que ocorre no Brasil, por exemplo. Segundo a LCA, o PPI deve se manter em -4,60%, enquanto a inflação ao consumidor deve subir de 1,20% para 1,40%.

Pnad Contínua
A ser divulgado no feriado de quinta, o indicador mostra informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho, com o principal dado de taxa de desemprego do País. APnad Contínua investiga 211.344 domicílios particulares permanentes em aproximadamente 16.000 setores censitários, distribuídos em cerca de 3.500 municípios. Segundo a equipe do Credit Suisse, o desemprego deve subir de 8% em abril para 8,2% em maio, o que representará uma alta de 0,9 ponto percentual da taxa de desemprego nacional na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Outros indicadores:

Initial Claims
Esse índice mede o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e é utilizado como um termômetro da atividade econômica local. Ordens acima dos 400 mil refletem uma situação preocupante no mercado de trabalho.

Trade Balance
A balança comercial dos EUA é divulgada mensalmente pelo Departamento de Comércio do país. As importações podem obstruir o crescimento doméstico ou impor pressões competitivas sobre os produtores locais. Já as exportações normalmente impulsionam o produto interno.

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