Déficit financeiro de hidrelétricas deve crescer no 2º semestre, projeta governo

Entre as empresas que possuem contratos com a Chesf, empresa do grupo Eletrobras, estão Gerdau, Vale, Braskem, Dow, Paranapanema, Ferbasa e Mineração Caraíba

Reuters

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SÃO PAULO – O déficit financeiro enfrentado por geradores hidrelétricos devido à seca terá impacto ainda maior no segundo semestre em função da estratégia adotada pelas empresas para distribuir a energia comercializada ao longo do ano, disse nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, durante evento em São Paulo.

O executivo indicou que o resultado da alocação de energia feita pelas empresas, um processo chamado de “sazonalização”, faz com que a diferença entre a geração e os contratos de venda das usinas fique maior na segunda metade do ano, período em que o nível dos reservatórios tende a uma trajetória de retração. Para cumprir com os compromissos, as geradoras precisam contratar energia mais cara no mercado de curto prazo.

Segundo Barata, o governo tem conversado com associações do setor para equacionar o problema, que preocupa empresas que investem em hidrelétricas, como Tractebel (TBLE3), Cemig (CMIG4) e CPFL (CPFE3).

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“Vamos buscar uma solução ganha-ganha, para fazer com que ninguém saia perdendo demais”, disse Barata.

O assunto está em discussão em audiência pública na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Ao mesmo tempo, o ministério também busca equacionar a situação de indústrias com alto consumo de eletricidade no Nordeste que compram energia subsidiada da Chesf em contratos que vencem em 30 de junho.

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“Não posso adiantar, mas estamos em busca de uma solução que será boa para os consumidores e que não onere as outras partes”, disse Barata.

Entre as empresas que possuem contratos com a Chesf, empresa do grupo Eletrobras (ELET3;ELET6), estão Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3;VALE4), Braskem (BRKM5), Dow, Paranapanema (PMAM3), Ferbasa (FESA4) e Mineração Caraíba.

As empresas têm pressionado o governo para uma solução, preocupadas com o elevado preço da energia no mercado, muito acima dos 110 reais por megawatt-hora (MWh) que pagam hoje à Chesf.

CONSUMIDORES AJUDARÃO SISTEMA

O secretário-executivo afirmou ainda que a chamada pública preparada pelo governo para contratar energia produzida por geradores instalados em indústrias e comércios segue nos planos e poderá até ser prorrogada para 2016.

Fontes do mercado diziam que a melhoria do cenário de suprimento poderia descartar a medida, que depende de um aval final da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ser colocada em prática.

“Isso terá início tão logo a Aneel aprove, com vigência até o final do ano. E é possível que renovemos para o verão, uma vez que o objetivo é justamente atender a ponta (de carga do sistema)”, comentou Barata.

Os consumidores também serão chamados a contribuir para o sistema elétrico por meio da microgeração solar distribuída. O ministério pretende divulgar no segundo semestre um plano de incentivo para que consumidores e empresas instalem painéis fotovoltaicos nos telhados para produzir energia.