Índice de ADRs Brazil Titans 20 intensifica perdas e cai 1%; Petrobras tem queda de 3%

O índice segue exterior e é influenciado pelo impasse na Grécia, pelo cenário chinês e de olho nos dados dos EUA, além da debandada do mercado dos títulos europeus; Santander é o único do índice de 20 ações que sobe

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Acompanhando o cenário internacional mais negativo, o índice Dow Jones Brasil Titans 20, que reúne os 20 ADRs (American Depositary Receipts) mais líquidos negociados na Bolsa de Nova York, intensifica as perdas no início da tarde desta quinta-feira (4). Às 12h01 (horário de Brasília), o índice registrava baixa de 0,93%, a 18.004 pontos. 

O índice é influenciado pelo impasse na Grécia, pelo cenário chinês e de olho nos dados dos EUA, além da debandada do mercado dos títulos europeus. Nos EUA, o índice S&P500 tem queda de 0,44%, o Dow Jones cai 0,56% e o Nasdaq, 0,38%. Vale ressaltar as falas do FMI (Fundo Monetário Internacional) de que o Fed deveria aumentar a taxa de juros só em 2016; o fundo também cortou a previsão do crescimento dos EUA em 2015 de 3,1% para 2,5%. A Grécia também segue em foco: segundo a Reuters, UE e FMI pedem venda de ativos, cortes de pensões em proposta de acordo com o país. 

No noticiário nacional, destaque para a notícia de que, para aumentar a arrecadação e conseguir equilibrar as contas públicas no final do ano, o governo estuda a taxação sobre o lucro líquido. De acordo com interlocutores do Planalto, a medida não seria simplesmente a penalização dos mais ricos. A ideia do governo é criar um mecanismo que obrigue o segmento a reinvestir as fortunas em projetos no País. Os defensores da proposta afirmam que o objetivo é fazer que parte desse dinheiro cumpra uma função social. 

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Os ADRs da Petrobras (PETR3;PETR4) relativos aos ativos preferenciais tinham baixa de 3,37%, a US$ 7,90, enquanto os equivalentes aos ordinários registravam queda de 2,72%, a US$ 8,58, em um dia de queda do preço de petróleo, com o brent em baixa de 2,41%, a US$ 58,20 o barril. 

Além disso, as informações de que a OPEP não deve segurar a produção influenciam na queda do preço do petróleo. O Iraque, mesmo com combates se espalhando por todo o país, está se preparando para aumentar as exportações neste mês. O Irã quer que a organização também abra espaço para suas exportações. Por outro lado, a Arábaia Saudita disse que a oferta de petróleo está recuando.

No noticiário da estatal de hoje, destaque para a expectativa de reestruturação organizacional da empresa, prevista para ser divulgada no dia 23 de junho. Na ocasião, também serão discutidas as premissas do novo plano de negócios da estatal, destaca a Agência Estado.

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Aliás, com intensificação das quedas, somente os papéis do Santander registram alta. Os papéis da Vale (VALE3;VALE5) também caem mais forte, com baixa de 2,18%, a US$ 6,54. O Itaú Unibanco (ITUB4) passou a registrar baixa de 1,30%, a US$ 10,66 e o Bradesco (BBDC4) vê seus papéis caírem 0,94%. Destoando do setor, o destaque de alta fica para os ativos do Santander Brasil (SANB11), com alta de 1,98%, a US$ 5,14. O banco anunciou ontem que ganhou uma causa de R$ 4,8 bilhões na Justiça que vai proporcionar um lucro extraordinário no segundo trimestre do ano. Com todo esse dinheiro afetando positivamente seu balanço, o banco aproveitou para anunciar um reforço de provisão de R$ 1,6 bilhão. Boa parte desta provisão adicional deve ser usada para se prevenir contra calotes, em meio à crise gerada pela Lava Jato e o crescente número de recuperação judiciais.

Alemanha, EUA e Grécia
Os títulos alemães acabam de ter seus dois piores dias desde 1998. Na Alemanha é feriado, mas no começo desta manhã não havia muitas evidências de que a corrida para venda fosse tirar uma folga e os títulos declinavam pelo quarto dia consecutivo, com o yield sobre a nota a dez anos se aproximava rapidamente de 1% depois de ficar a cinco pontos-base de zero por cento há apenas menos de sete semanas. 

Enquanto isso, na Grécia, o impasse continua. Apesar de algumas indicações de que o país e credores internacionais concordam em alguns pontos, o ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem, disse que as diferenças ainda são bastante grandes. 

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Ele afirmou que os credores internacionais devem se encontrar com autoridades da Grécia de novo “dentro de poucos dias” para prosseguir com as negociações. “Se isso pode ser amanhã, eu ainda não sei”, disse o dirigente, acrescentando que a Grécia tem de olhar para as propostas dos credores mais de perto e, em seguida, oferecer medidas alternativas se for caso.

Mais cedo, uma porta-voz da comissão europeia afirmou que o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, se reunirá com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas nos próximos dias. A nova reunião ocorre após um encontro dos dois líderes na quarta-feira. De acordo com funcionários europeus, Tsipras e credores internacionais concordaram sobre alguns aspectos de um acordo de financiamento, embora as diferenças permaneçam em algumas questões cruciais.

Entre os dados dos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 276 mil, um pouco abaixo da expectativa dos economistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 279 mil. Apesar da recuperação norte-americana, o FMI (Fundo Monetário Internacional) disse hoje que o Federal Reserve deveria adiar a alta dos juros para a primeira metade de 2016.

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Na China, destaque para a turbulência das bolsas por lá.  O índice Shanghai Compositechegou a afundar 5,4 por cento antes de apagar todas as perdas e encerrar o dia com um avanço. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.