SBM nega acordo bilionário com Petrobras, Vale, desvios da Eletrobras e mais 12 no radar

A SBM Offshore negou uma notícia de que teria alcançado um acordo de 1,7 bilhão de dólares com autoridades brasileiras sobre acusações de corrupção; BTG corta preço-alvo de Vale

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta quarta-feira, com destaque mais uma vez para blue chips como Petrobras e Vale. 

A SBM Offshore, companhia de leasing de plataformas de petróleo e gás holandesa, negou uma notícia de que teria alcançado um acordo de 1,7 bilhão de dólares  com autoridades brasileiras sobre acusações de corrupção.

“As discussões com autoridades brasileiras estão em estágios iniciais e números não foram acertados”, disse em comunicado no qual nega matéria publicada pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira.

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O jornal noticiou que a SBM teria aceitado indenizar a Petrobras em 1,7 bilhão de dólares, mas, apesar disso, não consegue fechar um acordo de leniência com o governo devido a um impasse entre o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União.

A SBM Offshore encerrou um caso envolvendo pagamento de propinas com autoridades holandesas em novembro por um valor recorde de 240 milhões de dólares por pagamentos impróprios a agentes de vendas e membros do governo na Guiné Equatorial, em Angola e no Brasil feitos entre 2007 e 2011.

A companhia, que foi barrada de fazer ofertas por novos contratos no Brasil devido às acusações, disse que ainda está negociando com autoridades brasileiras.

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Suas ações eram negociadas em queda de 6,7 por cento em Amsterdã às 8h31 no horário de Brasília.

A estatal brasileira também respondeu a esclarecimentos de notícias em que falavam que o Comperj poderia trazer perdas de US$ 14,3 bilhões à companhia. “A Petrobras esclarece que todas as informações relativas aos investimentos permanecem em avaliação e serão concluídas e divulgadas por ocasião do fechamento das demonstrações contábeis de 2014 da Companhia. A Petrobras permanece prestando os devidos esclarecimentos ao TCU sobre o assunto”, afirmou a companhia.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET3;ELET6) tem desviado recursos de um fundo do setor elétrico para bancar dívidas contraídas por suas distribuidoras e tapar rombos financeiros dessas estatais. A manobra considerada ilegal foi constatada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que analisou as práticas da Eletrobras na gestão dos recursos da Reserva Global de Reversão (RGR). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

A RGR é um encargo do setor elétrico que tem como finalidade financiar projetos de expansão e de melhoria dos serviços à população, além de pagar indenizações a empresas e programas sociais de universalização, como o Luz Para Todos.

Anualmente, empresas do setor elétrico recolhem uma taxa de até 2,5% do valor dos seus investimentos, limitada a 3% da receita anual. Essa cota é depositada numa conta-corrente da Eletrobras, a quem cabe administrar os recursos. Em 2014, segundo o balanço financeiro da estatal, os valores da RGR somaram R$ 3,866 bilhões.

Depois de analisar o gerenciamento do fundo, o tribunal concluiu que o encargo tem sido utilizado para a “renegociação de dívidas das empresas do grupo”, com a finalidade de “descaracterizar a inadimplência, de fato, das empresas de distribuição do sistema Eletrobras”. Os recursos seriam usados para bancar dívidas das seis distribuidoras da estatal, localizadas no Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas, Alagoas e Roraima.

Ao pagar as contas com o dinheiro da RGR e repactuar dívidas antigas, conclui o TCU, a estatal consegue evitar a aplicação das sanções contratuais às suas distribuidoras e permite a continuidade do acesso aos recursos da RGR e da própria controladora. Para os auditores, é flagrante o “desvio da finalidade original dos recursos” do fundo e “burla” ao que está estabelecido em lei.

BRF
A empresa de produtos alimentícios BRF (BRFS3) informou nesta terça-feira que seu Conselho de Administração aprovou contratar dois empréstimos com o BNDES que, juntos, somam quase R$ 600 milhões.

O primeiro de R$ 268,3 milhões, prevê uso dos recursos em até 18 meses e prazo de amortização de 30 meses. O outro, de R$ 330,3 milhões, deve ser usado em 24 meses e pago em 36 meses. O Conselho da companhia também aprovou constituir uma empresa em Angola, na condição de subsidiária da BRF GmbH.

CCX
A YCCX Colombia, controlada pela YildirimHolding protocolou requerimento junto ao ICC para emitir uma ordem proibindo a CCX Colômbia de negociar com outros potenciais compradores a venda dos ativos ou a venda de ações, segundo comunicado. O árbitro de emergência negou pedido da YCCX

“Isso significa que a CCX Colômbia e controladoras não estão impedidas de participar da venda de ações de emissão da CCX Colômbia (e/ou de quaisquer de suas controladoras) a qualquer terceiro”.

A companhia “não tomou qualquer providência em relação à correspondência enviada pelo Blackstone Advisory Partners, na condição de assessor financeiro de um grupo de fundos soberanos e grandes investidores estrangeiros organizados em regime de capital sindicalizado, contendo oferta nãosolicitada de aquisição das ações de emissão da CCX Colômbia”

A “análise da oferta não solicitada pelo conselho de administração ainda está pendente e até o momento nenhuma decisão em relação ao assunto foi tomada pelo conselho”.

Copasa
A Copasa (CSMG3) registrou uma queda de 12% dos volumes faturados água em março na comparação com o ano passado, enquanto, com esgoto, a queda foi de 11%, segundo comunicado com os dados operacionais da companhia.

Estácio
A Estácio (ESTC3) estima queda de até 43% em matrículas com Fies em 2014, segundo informações do jornal Valor Econômico de hoje

Por outro lado, o BTG Pactual reitera recomendaçãode compra após encontro da companhia com analistas ontem.

A avaliação é de que a Estácio não alterou suas metas após mudanças no Fies e as iniciativas de crescimento de base de alunos e cortes de custos devem se traduzir em expansão de margem e crescimento sólido do Ebitda em 2015. 

Triunfo
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Triunfo (TPIS3), Carlos Bottarelli, afirmou que os bancos privados fecharam as portas para o setor de infraestrutura.

A Operação Lava Jato travou a concessão para praticamente todas as empresas do setor, afirmou, destacando que teve dificuldades para fechar duas operações. 

Vale
A Vale (VALE3VALE5) informou que irá divulgar seus resultados para o primeiro trimestre de 2015 no dia 30 de abril às 6 horas da manhã. Já o relatório de produção da mineradora será publicado ao mercado no dia 22 de abril após a abertura do mercado.

Destaque ainda para o BTG Pactual, que cortou o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora de US$ 10 para US$ 6,50 e vê a companhia suspendendo temporariamente dividendos em 2016. Além disso, o banco reduziu o cenário de longo prazo para o fluxo de caixa livre potencial de 20% para 7%-10%. Por outro lado, o BTG chamou a companhia de “sobrevivente no setor”. 

Cosan Logística 
A Cosan Logística (RLOG3) aprovou um programa de recompra de 4,89 milhões de ações ordinárias em um ano, representativas de 1,204284% da quantidade total de ações. O prazo para a aquisição será até 7 de abril de 2016.

Mills e OdontoPrev
A Mills (MILS3) foi rebaixada de overweight (exposição acima da média do mercado) para manutenção pelo HSBC, que possui preço-alvo de R$ 9,10 por ação. 

Já a OdontoPrev (ODPV3) também teve sua recomendação rebaixada de overweight para manutenção e com preço-alvo de R$ 11 por papel.

Ultrapar
Segundo o Valor, terminais avaliam pedir indenização da Ultracargo, da Ultrapar (UGPA3) pelos danos causados em decorrência do incêndio. Tão logo o incêndio em Santos acabe, empresários devem acionar a empresa pedindo reparação por danos causados pela falta de operação e perda de cargas.

Profarma
A Profarma (PFRM3) se posicionou nesta terça-feira (7) em relação à publicação no site do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre investigação de cartel em licitações públicas para aquisição de medicamentos. A companhia Prodiet Farmacêutica – da Profarma – e outras 14 companhias estão sendo investigadas por supostamente manter “frequente comunicação com o objetivo de se coordenarem para fixar preços e combinar condições e vantagens em licitações, de modo a restringir a concorrência e o caráter competitivo dos certames. A prática teria ocorrido, ao menos, desde 2007 até abril 2011, em alguns estados brasileiros, como Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pernambuco”, como informou o Cade.

A Profarma, no entanto, disse que aguarda notificação do Cade para manifestar-se sobre a investigação, e ainda esclarece que a aquisição do controle da Prodiet pela Profarma ocorreu em 22 de outubro de 2011, data posterior ao período sob investigação.

Magazine Luiza
Diante do baixo ritmo da economia e da queda na confiança de empresários e consumidores, o setor varejista brasileiro enfrentou um primeiro trimestre difícil em comparação com igual período do ano passado, afirmou nesta terça-feira a presidente da rede Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Helena Trajano.

A executiva afirmou durante evento promovido pela Associação Brasileira de Private Equity e Capital de Risco (ABVCap) que o atual momento político e econômico vivido pelo país “é sério” e defendeu ajuste fiscal planejado pelo governo federal. “O Brasil vive um momento difícil, estamos em um momento político muito mais sério que o econômico, mas essa não é a primeira crise (vivida pelo país)”, disse a executiva no evento, em referência a crises sofridas durante governos anteriores do país.

Qualicorp
Convencer um cliente de plano de saúde a migrar de um modelo totalmente coberto pela mensalidade por outro em que paga parte dos custos com consultas e exames não parece algo promissor, especialmente se a operadora quer aumentar o número de clientes.

Mas é exatamente nisso que está apostando a Qualicorp (QUAL3) para não somente reter, como ampliar sua base de clientes, tudo isso num ano em que a economia brasileira se aproxima cada vez mais de uma recessão. “Vamos tentar mostrar para os clientes que isso é um bom negócio”, disse nesta terça-feira à Reuters o diretor de relações com investidores da companhia, Wilson Olivieri, durante o Brazil Investment Fórum, evento do Bradesco BBI.

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.