“Apagão” no mercado: Petrobras afunda 5% no final do pregão e afunda Ibovespa

Índice "perde" 270 pontos em 10 minutos e toca nos 48 mil pontos na última hora de pregão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Ao mesmo tempo em que uma breve interrupção de luz atingiu a Avenida Faria Lima – principal centro financeiro de São Paulo -, um “apagão” também chegou na Bovespa na tarde desta segunda-feira (12). Em apenas 10 minutos, o Ibovespa perdeu 270 pontos e bateu a mínima do dia, fechando em queda de 1,43%,a 48.139 mil pontos, com a principal vedete das perdas ficando com a Petrobras.

Enquanto isso, o dólar subiu e interrompeu trajetória de queda dos últimos dias ficando cotado a R$ 2,6682 na venda. Já o barril WTI, negociado em Nova York, desabava 4,88%, a US$ 46,01, batendo nesta sessão o menor patamar desde abril de 2009. O petróleo Brent, de Londres, registrava queda de 5,29%, a US$ 47,39. 

O petróleo voltava a desabar após o Goldman Sachs reduzir sua projeção para o barril de petróleo Brent esse ano de US$ 84 para US$ 50 o barril, o que, consequentemente, o fez revisar para baixo a preço-alvo das ações da Petrobras, de R$ 12 para R$ 11. A projeção para o barril WTI caiu de US$ 74 para US$ 47. 

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Hoje, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 8,77, -5,60%; PETR4, R$ 8,91, -5,21%) desabaram na Bolsa. Além das preocupações sobre o petróleo, aparece no radar da estatal ainda informações de que a companhia estaria analisando vender participações em áreas no pré-sal como solução de curto prazo para enfrentar dificuldades financeiras, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Investidores financeiros e petroleiras instalados no exterior estão sendo sondados para avaliar se têm interesse no negócio. 

Na Europa, o mercado ficava de olho em informações de que o BCE  (Banco Central Europeu) estaria considerando um programa de compra de títulos de 500 bilhões de euros para conter deflação na região do euro, segundo uma fonte ouvida pela Bloomberg.

Ações em destaque
Voltando aos destaques da Bolsa, as ações da Eletrobras (ELET3, R$ 5,57, 0,00%; ELET6, R$ 7,77, +1,97%) subiram forte. O presidente da Abradee, Nelson Leite, disse na sexta que a solução para a dívida bilionária do setor elétrico passa pelo empréstimo às distribuidoras e pelo reajuste extraordinário das tarifas.

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No entanto, a Agência Estado apurou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem se mostrado contrário a um novo socorro às distribuidoras. Além disso, na quinta o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que não há uma decisão tomada sobre o socorro de bancos públicos às empresas elétricas. Uma nova reunião sobre o assunto entre o Ministério de Minas e Energia e a equipe econômica do governo deve ocorrer esta semana.

A queda ainda poderia ser pior se algumas ações de empresas de forte peso no Ibovespa como Ambev (ABEV3, R$ 16,78, +1,88%), BB Seguridade (BBSE3, R$ 30,00, +2,39%) e BRF (BRFS3, R$ 62,29, +0,83%) não tivessem fechado em alta. 

Chamava atenção também a forte queda das ações do setor financeiro, que seguiram o mau humor do mercado e ajudavam a pressionar o Ibovespa hoje: Bradesco (BBDC4, R$ 34,84, -1,78%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,93, -2,42%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,15, -1,73%). No radar dos bancos, há uma notícia de que a derrocada de Eike Batista teria custado R$ 7,9 bilhões às instituições, montante este que equivale a 27% do prejuízo pelo bilionário, atingindo também os fornecedores e compradores de seus títulos de dívida. 

No caso da Oi (OIBR4, R$ 6,26, -5,15%) após reunião na última sexta-feira, o Conselho de Administração da Portugal Telecom manteve para hoje a assembleia de acionistas com o objetivo de analisar a venda dos ativos portugueses da Oi para o grupo europeu Altice, segundo uma fonte ligada à empresa portuguesa. 

Em carta à qual a Reuters teve acesso, o presidente da mesa da assembleia da Portugal Telecom SGPS, António Menezes Cordeiro, defende o fim dos contratos de fusão entre a empresa e a Oi, já que estes não foram cumpridos após a operadora brasileira ter fechado acordo para vender os ativos portugueses à Altice.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 OIBR4 OI PN 5,70 -13,64 -33,80
 ESTC3 ESTACIO PART ON 17,08 -10,29 -28,30
 KROT3 KROTON ON 12,22 -8,40 -21,16
 CSAN3 COSAN ON 23,44 -6,24 -18,75
 PETR3 PETROBRAS ON 8,77 -5,60 -8,55

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON 30,00 +2,39 -6,72
 BRKM5 BRASKEM PNA 15,99 +1,91 -8,63
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 16,78 +1,88 +3,93
 VIVT4 TELEF BRASIL PN EJ 46,89 +1,71 +0,88
 ELET6 ELETROBRAS PNB 7,75 +1,71 -5,26

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 8,91 -5,21 518,55M
 KROT3 KROTON ON 12,22 -8,40 411,22M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 33,93 -2,42 369,10M
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 34,84 -1,78 218,05M
 ESTC3 ESTACIO PART ON 17,08 -10,29 205,13M
 VALE5 VALE PNA 19,78 -0,20 202,82M
 PETR3 PETROBRAS ON 8,77 -5,60 202,78M
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON 30,00 +2,39 197,55M
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 16,78 +1,88 185,65M
 CIEL3 CIELO ON 38,83 -2,49 149,91M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Agenda de indicadores
A agenda do dia tem a divulgação do IGP-M, do Relatório Focus e da Balança Comercial.

O Índice Geral de Preços-Mercado subiu 0,29% em janeiro depois de uma expansão de 0,63% em dezembro, com os preços no atacado crescendo em um ritmo mais lento. Já no Focus, as previsões de diversas instituições financeiras para indicadores econômicos brasileiros, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2015 caiu de 0,5% para 0,4%, enquanto o IPCA, medidor oficial de inflação usado pelo governo, subiu de 6,56% para 6,6%. 

Já a Balança Comercial registrou queda tanto nas exportações como nas importações. O saldo comercial entre 1 e 11 de janeiro está negativo em US$ 983 milhões. Esse número foi formado pela diferença entre exportações, que somaram US$ 3,854 bilhões no período, e importações, que foram de US$ 4,837 bilhões.

(Com agências)