Ibovespa registra queda com dados dos EUA e aumento das tensões na Rússia

Índice acompanha bolsas internacionais, que caem com o anúncio de Barack Obama das sanções mais duras até agora contra economia russa e dados do setor imobiliário dos EUA; Brasil conta com Copom e IBC-Br

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa registra queda na sessão desta quinta-feira (17), com o mercado seguindo o noticiário internacional com as sanções mais duras impostas à Rússia pelos EUA, além dos dados abaixo do esperado também da economia norte-americana. Os pedidos de auxílio desemprego no país caíram acima do esperado, mas a permissão para construção e venda de casas novas decepcionaram. Às 10h06 (horário de Brasília), o índice registrava baixa de 0,37%, a 55.510 pontos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou sanções mais duras até agora contra a economia russa, mirando importantes empresas como a Gazprombank e a Rosneft Oil, bem como outras companhias de energia e defesa. Washington tem aumentado constantemente as sanções financeiras contra a Rússia pelo que considera ser uma interferência de Moscou na vizinha Ucrânia e a anexação da Crimeia. Obama disse que os EUA poderiam impor novas punições se a Rússia não tomar medidas concretas para atenuar o conflito.

O presidente russo, Vladimir Putin, que está em visita ao Brasil, disse em Brasília que precisava ver os detalhes das sanções para avaliar o que significam. Ele afirmou ainda que as sanções normalmente têm efeito bumerangue e que levarão as relações bilaterais a um beco sem saída.

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No cenário nacional, o mercado também conta com importantes referências. O Copom (Comitê de Política Monetária) optou por manter a taxa Selic em 11% ao ano, por decisão unânime. A expectativa do mercado é que a taxa se mantenha neste patamar até o final deste ano. 

Já o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma espécie de sinalizador do PIB, caiu 0,18% em maio sobre abril, de acordo com dados dessazonalizados, informou o BC nesta quinta-feira. Analistas consultados pela Reuters esperavam recuo de 0,50% na comparação mensal, de acordo com a mediana de 18 projeções, que foram de queda de 1% a alta de 0,80%. 

Oi é a maior queda do índice
As blue chips, caso da Petrobras (PETR3;PETR4), Vale (VALE3;VALE5) registram leve baixa, mas o grande destaque fica para os papéis da Oi (OIBR4), que registram baixa de mais de 4%.

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A agência de classificação de risco Fitch rebaixou as notas de crédito da companhia e da Portugal Telecom ontem. As companhias tiveram suas avaliações “BBB-” cortadas para grau especulativo “BB+”, com perspectiva estável. Essa é a primeira nota fora do grau de investimento – categoria em que os ativos são considerados seguros para investir – e a primeira dentro do nível chamado “junk” (grau especulativo”. 

Já a Petrobras anunciou na quarta-feira que está em negociação com a Cemig para vender sua fatia de 40% na distribuidora de gás natural Gasmig. No comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a petroleira estatal informou que a medida está em linha com seu plano de negócios, que prevê desinvestimentos de ativos no país e no exterior. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 OIBR4 OI PN 1,68 -4,55
 CIEL3 CIELO ON 42,81 -2,04
 CCRO3 CCR SA ON 18,55 -1,75
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 18,76 -1,42
 ALLL3 ALL AMER LAT ON 7,62 -1,30

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 JBSS3 JBS ON 8,34 +1,21
 VIVT4 TELEF BRASIL PN 45,07 +1,01
 QUAL3 QUALICORP ON 27,91 +0,98
 MRFG3 MARFRIG ON 6,56 +0,92
 ESTC3 ESTACIO PART ON 29,14 +0,80

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.