Volátil, Ibovespa volta a subir apesar de Vale e siderúrgicas; bancos sobem

Índice abriu com leve ganhos em dia de decisão do Copom, mas dados de preços do minério de ferro e abertura em Wall Street fez com que Bolsa diminuísse os ganhos; contudo, bancos se recuperaram e Ibovespa voltou a subir

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a forte queda de 1,43% da véspera e abrir em leve alta, o Ibovespa registrou um movimentou bastante volátil durante a manhã, mas intensificou os ganhos após chegar a virar para baixo com Vale (VALE3, R$ 29,14, +0,17%; VALE5, R$ 26,41, -0,98%) e siderúrgicas, como CSN (CSNA3, R$ 8,82, R$ -1,89%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,16, -1,81%). Às 11h39 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 0,57%, a 52.451 pontos. 

O mercado de siderurgia e mineração repercute a queda do preço do minério de ferro, que teve baixa novamente ontem e foi negociado a US$ 98,10, depois de ter subido 1,1% na segunda-feira, a US$ 98,70, em sua sétima sessão seguida de cotação abaixo dos US$ 100 por tonelada. Vale ressaltar que as quedas não eram tão acentuadas no início da sessão, em meio às expectativas por novas medidas de estímulo da China, que fizeram as cotações do cobre e do níquel subirem na London Metal Exchange.  

Em foco, está ainda a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária). Economistas acreditam que a Selic continuará no mesmo patamar de 11% ao ano, mas muitos deles avaliam que esta pode não ser a melhor decisão. Porém, nenhuma alteração nos juros deve ocorrer até as eleições, conforme apontou o relatório Focus. 

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Como destaque de ação, chama a atenção ainda a Souza Cruz (CRUZ3, R$ 23,28, -2,35%). A OMS (Organização Mundial da Saúde) conclamou aos governos a aumentar os impostos sobre o tabaco com a argumentação de que tal medida pode salvar vidas e reforçar o orçamento público. Com isso, também eleva a pressão sobre a indústria global de cigarros que faturou US$ 390 bilhões em 2012. O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo, atrás da China, e o maior exportador mundial, e transita na linha fina entre proteção da saúde e livre comércio.

Já as ações da MRV Engenharia (MRVE3) sobem 2,37%, a R$ 6,91, e são o destaque de alta nesta sessão, em meio à notícia de que a presidente Dilma Rousseff vai anunciar nos próximos dias a meta de contratar mais de 3 milhões de unidades do programa “Minha Casa, Minha Vida” até 2018. Além disso, destaque para a continuidade da desoneração da folha de pagamentos pelo governo, medida esta que terminaria em dezembro, e que beneficia setores cujo custo de mão-de-obra é relevante para os custos, caso do setor de construção.

Enquanto isso, os bancos têm uma sessão de recuperação. Vale ressaltar que, na véspera, o mercado ficou bastante movimentado, com destaque para a queda de elétricas e com a perda de forças dos bancos, que registravam alta, mas perderam forças.

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O que guiava os papéis do setor bancário era a expectativa pelo adiamento do julgamento do impacto dos planos econômicos na época de hiperinflação sobre a poupança no STF (Supremo Tribunal Federal), mas o mercado sofreu em meio ao cenário de indefinição. O STF manteve julgamento de planos econômicos marcado para hoje, apesar de receber pedidos de BC, AGU e Procuradoria Geral da República por adiamento, mas ainda decidirá se ele ocorrerá efetivamente nesta sessão. Nesta data, destaque para o desempenho das ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,27, +1,60%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,00, +1,86%). Enquanto isso, as elétricas têm um dia próximas à estabilidade após registrar expressiva baixa ontem.

Europa e Ásia em alta
Os principais índices acionários do mundo iniciaram a quarta-feira em alta, sendo impulsionados pelo fechamento das bolsas norte-americanas. O benchmark dos EUA, o S&P 500, renovou sua máxima histórica pelo segundo dia consecutivo ontem após uma série de dados da economia dos EUA ficarem acima do esperado. Além das bolsas norte-americanas, investidores seguem otimistas com um possível afrouxamento na política monetária da zona do euro pelo BCE (Banco Central Europeu). 

Dados divulgados no início desta quarta-feira também ajudaram a levantar os índices europeus. A confiança econômica da zona do euro melhorou mais do que o esperado em maio e as expectativas de inflação entre os consumidores e empresas subiram pela primeira vez desde dezembro, mostraram dados da Comissão Europeia. O índice de Madri, o IBEX, lidera os ganhos no continente e acumula alta de 0,24%.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.