Ibovespa registra queda pressionado por Vale e siderúrgicas; Focus no radar

Queda do preço do minério de ferro e menor produção de aço no Brasil afetam produtoras de commodities; Focus diminuiu projeção para PIB e aumentou para inflação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa registra queda na sessão desta segunda-feira (19), em um dia negativo para boa parte das bolsas mundiais. Às 10h28 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa registrava baixa de 0,67%, a 53.614 pontos, com destaque para a Vale (VALE3;VALE5) e para as siderúrgicas, em meio a dados ruins dos setores de mineração e siderurgia, além de preocupações sobre o crescimento da China. Vale ressaltar ainda o vencimento de opções sobre ações, o que costuma trazer volatilidade adicional ao índice. 

Em destaque, está a forte queda do minério de ferro, que iniciou a semana em baixa de 2,2% em relação à última sexta-feira, sendo cotado hoje em US$ 98,5/ton seca no mercado spot (à vista) chinês. No ano o preço acumula perdas de 27%.

Além disso, notícias de que Pequim está apertando seu controle sobre empréstimos interbancários para neutralizar os riscos no sistema bancário sem regulação, o que aumenta ainda mais os temores sobre o crescimento da economia chinesa. Estas preocupações afetam as ações da Vale, que registra queda de 1,38% para os ativos ON e de 1,31% para as ações PNA. Já a Bradespar (BRAP4), holding da companhia, tem perdas ainda maiores, de cerca de 2%. 

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Além de China, as siderúrgicas também veem as suas ações registrarem baixa por conta de dados nacionais de produção de aço. Segundo dados do IABr (Instituto Aço Brasil), as siderúrgicas brasileiras produziram 2,767 milhões de toneladas de aço bruto no mês passado, queda de 7,5% sobre março e de 5% em relação ao mesmo período de 2013. 

Somado às perspectivas já não positivas reiteradas pelas próprias companhias, estes dados levam à queda das ações do setor, tendo como destaque a CSN (CSNA3, R$ 9,22, -1,28%), Gerdau (GGBR4, R$ 14,12, -1,26%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,61, -0,81%).  Já as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) registram perdas de cerca de 0,4%. 

No cenário nacional, destaque para o relatório Focus: economistas consultados pelo Banco Central diminuíram a projeção para o PIB de 1,69% para 1,62% em 2014, enquanto aumentou a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 6,39% para 6,43%. 

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Poucas ações registram alta nesta data, tendo como destaque a TIM (TIMP3) e a Copel (CPLE6), com alta de mais de 1%. Kroton (KROT3) e Anhanguera Educação (AEDU3), que registram ganhos respectivos de 0,82% e 0,59%. Vale lembrar que, na última quarta-feira, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a fusão das duas companhias. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRAP4 BRADESPAR PN 19,80 -2,37
 JBSS3 JBS ON 7,85 -1,88
 PDGR3 PDG REALT ON 1,59 -1,85
 UGPA3 ULTRAPAR ON 55,10 -1,78
 CCRO3 CCR SA ON 17,91 -1,76

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 TIMP3 TIM PART S/A ON ED 12,05 +1,43
 CPLE6 COPEL PNB 35,42 +1,23
 GFSA3 GAFISA ON 3,51 +0,86
 KROT3 KROTON ON ED 57,82 +0,82
 AEDU3 ANHANGUERA ON 17,07 +0,59

Europa e EUA no radar
Enquanto isso, o mercado também repercute a proximidade das eleições na Europa: cerca de 380 milhões de eleitores dos 28 países da União Europeia vão eleger de 22 a 25 de maio o novo Parlamento Europeu. Além disso, o mercado segue apreensivo pelas decisões de política monetária do BCE (Banco Central Europeu). 

Nesta data, vale destacar o discurso do ex-presidente Ben Bernanke na tarde desta segunda-feira.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.