Investidores desistiram dos BRICs ou ainda há dinheiro indo para essas economias?

Embora a visão ainda seja de muita cautela, os BRICs continuam dominando os investimentos nos mercados emergentes, aponta reportagem da CNBC

Paula Barra

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SÃO PAULO – Boa parte dos investidores já desistiram dos mercados emergentes, incluindo o Brasil, mas não foi suficiente para estancar a entrada de capital nessas economias, aponta uma reportagem da CNBC da última quinta-feira (8). Segundo consulta com especialistas do mercado, os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) não são mais o mesmo de 2010, mas ainda há bastante dinheiro nesses países.

Esse mau humor deve-se ao cenário atual. A China vê sua economia crescer a passos mais lentos. A Rússia parece entrar próxima a entrar em guerra. O Brasil tem sido duramente atingido por uma queda nos preços globais de commodities. E os ganhos econômicos da Índia parecem ter parado antes do processo eleitoral, aponta a reportagem.

Esses problemas afetaram a percepção do mercado, particularmente sobre as ações locais, entretanto, não é o suficiente para estancar esses investimentos. Os investidores que buscam P/L (Preço sobre Lucro) alto já não estão mais entusiasmados com os BRICs como antes, mas não deve-se virar as costas para essas economias, disse Erik Hirsch, chefe de investimento do Hamilton Lane, que administra diretamente US$ 29 bilhões na gestora. “Você precisa ter exposição a esses mercados. Não podemos ignorá-los”, comentou.  

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No caso do Brasil, os participantes do mercado apontaram que encontrar investimentos grandes o suficiente e atrativos têm sido difícil no País, citando ainda um ambiente macroeconômico decepcionante e flutuação do real. Diante disso, alguns investidores têm optado por alocar seus recursos em mercados emergentes como da África do Sul e África subsaariana, que tem mostrado melhores retornos sobre o capital. 

Embora a visão ainda seja de muita cautela, os BRICs continuam dominando os investimentos nos mercados emergentes. Mais de 50% do capital investido em emergentes está na China, Índia e Brasil, segundo dados do EMPEA (Emerging Markets Private Equity Association). Entretanto, quando se compara como está a perspectiva dos investidores em relação a esses mercados, o resultado é bem distante do apresentado em 2010. 

Há quatro anos, uma pesquisa feita pela casa de research Preqin apontava que 28% dos investidores viam o Brasil como a melhor oportunidade para alocar seu dinheiro; em dezembro de 2013, era de apenas 9%. No caso da China, 50% viam o país como a melhor oportunidade, enquanto agora somente 28%. A visão positiva sobre Rússia e Índia também declinou no período.