De alta de 9,5% à queda de 2%: 11 ações respondem aos resultados trimestrais

Dentro do Ibovespa, destaque para as ações do BB Seguridade, que subiram mais de 2%, enquanto fora do índice, os papéis da Le Lis Blacn dispararam mais de 9%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A temporada de resultados começa a ganhar cada vez mais força e acaba tendo um efeito maior dentro da Bolsa. Entre a noite de ontem e a manhã de hoje, 11 empresas apresentaram seus balanços referentes ao primeiro trimestre deste ano. Dentro do Ibovespa, destaque para os números da ALL, Anhanguera, BB Seguridade, Itaúsa e BR Properties.

Destaque positivo para o BB Seguridade, que ficou entre os maiores ganhos do dia, enquanto a BR Properties terminou o pregão entre as ações que mais recuaram. Além da temporada de resultados, destaque também para a Petrobras (PETR3; PETR4), que liderou as altas do pregão após a pesquisa Ibope realizada no Ceará mostrar forte queda das intenções de voto na candidata na região.

Fora do Ibovespa, chamaram atenção as ações da Le Lis Blanc e da Triunfo, ambas chegando a subir mais de 8% com os números apresentados na véspera. Veja abaixo o que os analistas acharam e quais os reflexos das ações das empresas após os balanços:

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BB Seguridade (BBSE3)

Resultado: lucro líquido de R$ 648,7 milhões, alta de 42,6% em relação ao resultado líquido ajustado do mesmo período de 2013. A cifra ficou acima de previsão média de quatro analistas consultados pela Reuters, que apontava para um lucro ajustado de R$ 633 milhões no trimestre. O retorno sobre seu patrimônio líquido médio chegou a 46,7% no período, durante o qual não houve o impacto de itens considerados extraordinários. No total, as receitas da companhia somaram R$ 922,4 milhões no primeiro trimestre, variação anual positiva de 36,3%.

Comentário: Para a equipe da XP Investimentos, o desempenho da companhia no período foi positivo, favorecido principalmente pelo segmento de Vida, Habitacional e Rural.”Dado a baixa penetração que ainda existe na base de clientes ativos do Banco do Brasil, elevação da taxa básica de juros e modelo operacional com baixa necessidade de investimentos, a instituição deve continuar reportando evolução relevante em suas métricas de geração de valor”, afirmaram em relatório.

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Desempenho da ação: alta de 3,51%, a R$ 28,00.

ALL (ALLL3)

Resultado: queda de 78,1% no lucro líquido do primeiro trimestre ante igual período de 2013, totalizando R$ 7,4 milhões. Excluindo os efeitos da baixa contábil das operações na Argentina, cuja concessão da ALL foi retomada pelo governo do país, o lucro teria sido de R$ 7,7 milhões no período, queda de 83,7% na comparação anual.

Comentário: a ALL já havia reportado a prévia dos resultados com as principais linhas financeiras. O resultado completo confirmou a retomada de um bom patamar operacional, com a receita crescendo 8,1% na comparação anual, mesmo com um primeiro trimestre de 2013 bem forte. Destaque para a boa recuperação de volume e receita, dado o cenário de perda de volumes e rentabilidade do segundo semestre devido ao acidente em São José do Rio Preto e problemas de gargalos nos portos.

Desempenho da ação: queda de 0,90%, cotada a R$ 8,82.

Itaúsa (ITSA4)

Resultado: lucro consolidado de R$ 1,784 bilhão no primeiro trimestre deste ano, alta de 29,5% sobre igual período de 2013. A holding, que também controla a Duratex, Elekeiroz e Itautec, encerrou março com patrimônio líquido de R$ 36,7 bilhões, um aumento de 11,9% sobre igual período de 2013. A rentabilidade anualizada sobre patrimônio líquido médio ficou em 19,6% no fim de março, ante 16,8% no 1T13. As receitas operacionais consolidadas da Itaúsa somaram R$ 2,891 bilhões no primeiro trimestre, em comparação com R$ 2,488 bilhões um ano antes.

Desempenho da ação: queda de 0,32%, a R$ 9,24, chegando a recuar 2,05% na mínima do dia.

Anhanguera (AEDU3)

Resultado: lucro líquido de R$ 99,4 milhões, alta de 18%  sobre igual período do ano passado. A geração de caixa medida pelo Ebitda subiu 20,3% na mesma base de comparação, a R$ 152,3 milhões. A receita líquida da companhia subiu 16,6% na comparação anual, a R$ 540,5 milhões, com alta de 12,6% no ticket médio e de 3,5% no número médio de alunos. Enquanto isso, o custo dos serviços prestados cresceu 9,5%, a R$ 258,4 milhões, contribuindo para uma alta de 24% no lucro bruto sobre um ano antes.

Comentário: confirmou os bons números da prévia apresentada na última semana. Bom crescimento de base de alunos, com destaque positivo na queda de evasão. O crescimento na parte de EAD deixou a desejar, mas deve se recuperar ao longo do ano. Balanço positivo, mas sem novidades por causa da prévia.

Desempenho da ação: queda de 2,74%, a R$ 14,20.

BR Properties (BRPR3)

Resultado: a empresa de imóveis comerciais viu seu lucro líquido cair 35%, enquanto registrou uma melhora gradual da taxa de vacância e um ano de 2014 parecido com 2013. O lucro líquido da empresa que tem o BTG Pactual (BBTG11) como principal acionista foi de cerca de R$ 59,5 milhões, ante R$ 90,8 milhões um ano antes. A companhia encerrou o trimestre com resultado financeiro negativo de R$ 134,6 milhões, 13% maior na comparação ano a ano. As despesas gerais e administrativas subiram 20%, encerrando o trimestre em R$ 25,9 milhões. A receita líquida cresceu 3% e marcou R$ 232,8 milhões, enquanto o Ebitda ajustado teve leve queda de 1% na comparação anual, encerrando o trimestre em R$ 209,3 milhões.

Comentário: segundo a equipe do Itaú BBA, embora as taxas de vacância tenham continuado a diminuir ligeiramente devido à melhora na comercialização nos edifícios JK Towers D&E e Manchete, as tendências operacionais permaneceram brandas em certa medida, com o aluguel por m² aumentando abaixo da inflação e a companhia revendo ligeiramente para baixo os preços. Para eles, o resultado financeiro, não obstante, veio mais fraco, devido a um aumento em termos trimestrais em vista do custo da dívida e do capex mais pesado.

Desempenho das ações: queda de 2,45%, para R$ 17,51, chegando a recuar 5,46% no menor nível do dia.

Triunfo (TPIS3)

Resultado: lucro líquido subiu 760%, passando de R$ 18,1 milhões um ano atrás para atuais R$ 156,4 milhões. Já o Ebitda passou de R$ 148,6 milhões para R$ 353,3, alta de 137%, enquanto a receita líquida subiu 94,7%, atingindo R$ 474,2 milhões. A companhia destacou que em janeiro foi aprovado pelo BNDES o financiamento de longo prazo no montante de R$1,5 bilhão. Além disso, no mesmo mês, a Triunfo assinou um contrato com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) de concessão para administrar as BRs 060, 153 e 262, pelo prazo de 30 anos.

Desempenho da ação: alta de 6,67%, a R$ 8,96, após chegar a subir 9,88%.

Restoque

Resultado: a companhia, dona da Le Lis Blanc (LLIS3), começou o ano com o pé direito ao reverter prejuízo em lucro no primeiro trimestre de 2014, marcando a cifra de R$ 1,22 milhão. No entanto, o resultado não foi suficiente para compensar as perdas registradas pela companhia no mesmo período do ano passado (R$ 2,78 milhões). Já a receita da companhia mostrou crescimento de 11,3% no mesmo comparativo, acumulando R$ 172,69 milhões entre janeiro e março, enquanto o Ebitda foi de R$ 38,05 milhões – uma alta de 80,2%.

Comentário: os analistas do BTG Pactual destacaram a rápida expansão da área de vendas da empresa em todo 2012 e 2013 e com a introdução do “John John” e “Noir, Le Lis”, que culminaram em estoques elevados no início do ano passado, quando as vendas representaram 43% do trimestre de bruto receitas. Com isso, eles afirmam que a Restoque entrou em 2014 em uma posição muito melhor, retornando níveis históricos (as vendas foram 24% das receitas). Do lado negativo, destaque pra a redução da atividade promocional e com a queda de 21% das vendas em mesmas lojas.

Desempenho da ação: alta de 9,52%, para R$ 6,90.

M. Dias Branco (MDIA3)

Resultado: a fabricante de biscoitos e massas viu sua receita atingir o patamar de R$ 1,08 bilhão, o que corresponde a uma alta de 14% em comparação com o mesmo perído de 2013. Tal desempenho se deve muito ao aumento do volume de vendas em seus principais produtos em uma média de 5%. O lucro líquido da companhia também chamou atenção ao registrar uma alta de 22,4% no mesmo período, marcando R$ 132,2 milhões, enquanto o Ebitda do primeiro trimestre foi de R$ 181,5 milhões – alta de 21,4%.

Comentário: para a Planner, a receita da companhia veio em linha com o esperado, com Ebitda e lucro acima do esperado. Destaque positivo para o aumento de volumes e preços, mas com pressão de custos e queda de market share no segmento de massas em base trimestral. “A companhia segue no seu esforço de recomposição de margem e melhoria de eficiência operacional, o que já vem acontecendo. Ressalte-se a redução de dívida líquida e de alavancagem financeira”, destacaram os analistas em relatório.

Desempenho da ação: alta de 0,35%, para R$ 96,99.

Valid (VLID3)

Resultado: lucro líquido de R$ 24,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 15,3% ante os R$ 28,7 milhões apresentados um ano antes. Enquanto isso, a receita líquida subiu 12,3%, passando de R$ 267,3 milhões para R$ 300,1 milhões. Já o Ebitda ajustado fechou em R$ 56,5 milhões, alta de 13%.

Comentário: para a XP Investimentos o resultado foi bem morno, sem grandes sinalizações de recuperação. O segmento de Sistemas de Identificação (que representa cerca de 60% do Ebitda da empresa) teve um crescimento de receita levemente abaixo do que nos últimos trimestres. “Nada de muito alarmante, dado que a companhia está implementando os sistemas relacionados ao contrato de carteiras de identidade recém renovado com o Estado de SP”, complementaram em relatório.

Desempenho das ações: alta de 1,04%, para R$ 34,92.

Coelce (COCE5)

Resultado: lucro líquido de R$ 64,64 milhões no primeiro trimestre, leve avanço de 3,2%, ante os R$ 62,64 milhões de um ano antes. Enquanto isso, a receita líquida da companhia subiu 7,2%, passando de R$ 659,9 milhões para R$ 707,3 milhões, sendo que o Ebitda fechou o período com queda de 40%, a R$ 76,7 milhões. Vale lembrar que a companhia passou por um leilão de OPA no dia 17 de fevereiro, onde sua controladora chilena, a Enersis, adquiriu 2.964.650 de ações ordinárias, 8.818.006 de ações preferenciais Classe A e 424 de ações preferenciais Classe B. Em razão disso, a Enersis passou a deter, direta e indiretamente, 47.043.336 de ações da companhia. Por ter adquirido mais de dois terços do total de ações ordinárias em circulação, a Enersis está obrigada o resto das ações ordinárias da companhia.

Desempenho da ação: queda de 1,36%, para R$ 36,40.

Daycoval (DAYC4)

Resultado: Margem financeira líquida anualizada de 13,4%, impulsionado principalmente pelo forte crescimento na carteira de crédito do banco. A carteira teve saldo de R$ 10,7 bilhões, crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a manutenção das margens financeiras e a alta da taxa Selic ajudaram o aumento da carteira. O banco apresentou um lucro líquido de R$ 66,6 no período, valor 1,4% maior do que nos três primeiros meses de 2013.

Desempenho da ação: alta de 1,31%, para R$ 9,25.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.