Ex-OGX aceita US$ 44 mi por poços; Oi, Fleury e resultado da Tractebel agitam a noite

Acionista recorre de decisão da CVM sobre assembleia da Oi, e Fleury esclarece movimentação átipica de seus papéis com rumores de aquisição

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Fechando esta sexta-feira (25), a Tempo Capital, acionista minoritária da Oi (OIBR4), recorreu contra decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permitiu o voto de controladores na assembleia que aprovou o aumento de capital da empresa. Em nota, a gestora informou por meio de sua assessoria de imprensa que também pediu reconsideração da decisão sobre direito de recesso das ações ordinárias da companhia.

No dia 26 de março, a CVM decidiu que os controladores poderiam votar na assembleia, o que foi considerado um “golpe” em cima dos minoritários, que devem ver sua participação na companhia sofrer forte diluição. Em meio à discussões, a Empiricus Research, que em dezembro já havia convocado os minortários a formalizarem suas reclamações, lamentou a decisão na época e disse que aquele foi “um dia triste para o mercado de capitais e a governança corporativa brasileira”.

No dia seguinte, a própria CVM chegou a barrar a oferta de ações da Oi após declarações de seu presidente, Zeinal Bava, na mídia. Porém, com esclarecimentos da companhia, a autarquia voltou atrás e liberou a realização da oferta de ações.

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Fleury
Após despencarem 8% na véspera com rumores sobre a aquisição da companhia, a Fleury (FLRY3) comunicou que, de acordo com carta recebida pela Core Participações, “não há neste momento, qualquer definição sobre a realização ou não de tal transação, bem como sobre seus eventuais termos e condições, incluindo seu respectivo preço”.

Na véspera, uma notícia da Revista Exame afirmou que a Gávea Investimentos ofereceu R$ 15,00 por ação para adquirir o controle da empresa de laboratórios e diagnósticos. Valor bem abaixo do que era ventilado no mercado desde o início do ano. No dia 28 de fevereiro, fontes ouvidas pelo InfoMoney disseram que a gestora do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, estaria disposta a pagar R$ 22,50 por cada ação da Fleury. A informação de que a Gávea articulava uma oferta só foi confirmada pela companhia no dia 12 de março.

Após dispararem com as notícias, as ações da companhia voltaram a cair em meio à ausência de novidades concretas sobre a OPA (Oferta Pública de Aquisição), até que no dia 11 de abril os papéis FLRY3 despencaram 8,31%, para R$ 17,10, com um volume bastante acima da média – duas boas sinalizações de que más notícias sobre a compra poderiam aparecer no mercado. A “explicação” dada pelo mercado é de que a Gávea iria reavaliar sua oferta após uma auditoria feita dentro da Fleury encontrar algumas deficiências.

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Tractebel
A Tractebel Energia (TBLE3), uma das principais geradoras de energia elétrica do país, teve uma redução de 32 por cento no lucro do primeiro trimestre na comparação com mesmo período de 2013, afetada principalmente por efeitos negativos de transações no mercado de curto prazo de energia.

A empresa optou em 2014 por alocar uma parcela maior de sua disponibilidade comercial de energia na segunda metade do ano, o que tende a afetar negativamente a empresa agora mas poderá resultar em “resultados mais robustos” no próximo semestre, disse em comunicado à imprensa.

O lucro da empresa somou 289,2 milhões de reais no primeiro trimestre ante 425 milhões de reais em 2014.

“A queda de desempenho no trimestre era esperada, em razão da alocação que fizemos. E a magnitude das oscilações da performance financeira mensal ou trimestral ficou muito amplificada com o preço spot batendo no seu valor máximo acima de 800 reais por MWh”, disse o presidente da empresa, Manoel Zaroni Torres, em comunicado à imprensa. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) também registrou queda, de 20,3 por cento, na comparação anual, a 694,1 milhões de reais.

Essa redução está relacionada ao efeito negativo das transações no mercado de curto prazo no valor de 143,6 milhões de reais, aumento das compras de energia para revenda, no valor de 90,2 milhões de reais e o crescimento no consumo de combustível em 23 milhões de reais. Além disso, houve elevação dos custos com a compensação financeira pela utilização dos recursos hídricos em 13,6 milhões.

Apesar das quedas de lucro e Ebitda, a empresa teve aumento de 18,1 por cento na receita líquida de vendas, principalmente pelo aumento das operações no mercado de curto prazo e elevação do preço médio de venda de energia. A Tractebel teve receita de 1,64 bilhão de reais no primeiro trimestre. O faturamento foi apoiado em aumento de 154,6 milhões de reais nas transações no mercado de curto prazo, ganho de 81,7 milhões de reais por elevação do preço médio líquido de venda de energia e impacto positivo de 22,3 milhões de reais por incremento do volume de energia vendido.

A quantidade de energia vendida pela empresa no primeiro trimestre foi de 9.123GWh, crescimento de 2,4 por cento, ante os três primeiros meses de 2013 — elevação explicada principalmente pelo início da operação do Complexo Eólico Trairi e da elevação do volume de compra de energia. Já o preço médio dos contratos de venda de energia, líquido das exportações e deduções sobre a receita operacional bruta, foi de 144,54 reais por MWh, 6 por cento superior ao praticado no primeiro trimestre de 2013.

OGPar
A OGPar, antiga OGX Petróleo (OGXP3), informou que recebeu oferta firme pelos blocos localizados nas bacias de Cesar Rancheria (“CR-2”, “CR-3” e “CR-4”) e Vale Inferior do Magdalena (“VIM-5”, e “VIM-19” ), tendo o conselho de administração aprovado a referida proposta.

Segundo comunicado, “a companhia entende que os termos e condições da oferta estão alinhados a seu processo de reestruturação, visto que desonera a companhia dos custos exploratórios obrigatórios e possíveis contingências regulatórias, bem como proporciona a geração de caixa no curto prazo de maneira a ampliar a liquidez da Companhia, além de implicar a redução do custo administrativo da OGX na Colômbia”. Juntamente com a oferta, a ofertante apresentou uma carta assinada por bancos de primeira linha, o que garante fontes adequadas para o financiamento da transação, informou a empresa.

A oferta prevê o pagamento de US$ 30 milhões à OGX pelos ativos, a liberação de obrigações regulatórias e US$ 14 milhões que estão dados em garantia a cartas de crédito requeridas pela Agencia Nacional de Hidrocarburos (corresponde à ANP na Colômbia).

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.