Ibovespa venceu de longe principais bolsas do mundo durante “rali eleitoral”

Desde 18 de março - quando começaram a surgir os rumores de pesquisas eleitorais -, benchmark brasileiro subiu 15%, superando índices acionários de EUA, Europa e Ásia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Quem vê a queda registrada nesta terça-feira (8), não pode deixar de lembrar os fortes dias de ganhos que o benchmark da bolsa registrou desde o dia 18 de março, quando se deu início as especulações sobre as próximas pesquisas eleitorais, que apontariam para queda da intenção de voto da presidente Dilma Rousseff para a sua reeleição nas eleições de outubro, até a última segunda-feira (7). 

Primeiramente, surgiram rumores de que a pesquisa Ibope apontaria para uma queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff, o que impulsionou as ações das empresas estatais. Em meio às fortes intervenções da atual presidente nas estatais, os investidores registram maior apetite ao risco enquanto as chances de outros candidatos ganharam a eleição aumentam. 

Após dois dias de fortes ganhos, a pesquisa não cumpriu as expectativas e mostrou que a atual presidente seria reeleita ainda no primeiro turno. Mesmo assim, as ações continuaram em alta. No último dia 27, outra pesquisa do mesmo instituto mostrou que a popularidade de Dilma caiu, e mesmo sem indicar intenções de voto, voltou a animar o mercado, levando as estatais a dispararem mais uma vez. Já neste último sábado, a pesquisa Datafolha mostrou uma queda de 6 pontos percentuais nas intenções de voto de Dilma, que caiu de 44% para 38%. Com isso, o benchmark da bolsa brasileira registrou um outro dia de fortes ganhos na véspera, com alta de 2,10%. 

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Desde o último dia 18 até o fechamento da última segunda-feira (7), o Ibovespa registrou ganhos de 15,60%, com as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) registrando ganhos de mais de 30%, enquanto as ações ON da Eletrobras (ELET3) registraram ganhos superiores a 51% e os ativos PNB (ELET6) tiveram alta de 32% no período. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 32,17%. 

Com esse rali, o índice teve um desempenho bem superior aos dos principais índices do mundo. Enquanto o índice da bolsa brasileira disparou, as bolsas norte-americanas registraram baixa, com destaque para o índice que reúne as principais empresas do setor de tecnologia, a Nasdaq (-4,68%), assim como o S&P500 (-0,74%) e o Dow Jones (-0,01%), que ficou praticamente estável. Vale ressaltar que o setor de tecnologia tem visto os seus papéis registrarem fortes baixas, em um movimento de correção após os fortes ganhos no ano anterior e no início de 2014. Enquanto isso, a principal bolsa do Canadá, a Toronto Stock Exchange, viu seus índices registrarem apenas leves ganhos de 0,27%. 

Nos demais continentes, o saldo dos últimos dias também foi positivo, mas nem de longe se compara aos fortes ganhos do benchmark da bolsa brasileira. O IBEX 35, principal índice de referência da bolsa espanhola, registrou alta de 6,33% no período, enquanto o STOXX 50, índice composto por 50 ações de empresas da zona do euro, registrou ganhos de 4,49%. Os benchmarks da China também tiveram ganhos em meio à expectativa de estímulos pelo governo do país para conter a desaceleração econômica, mas nada comparável ao “rali eleitoral” brasileiro: o índice Hang Seng subiu 4,21%, enquanto o de Shangai registrou ganhos de 1,74%. Já o Nikkei, índice de referência do Japão, os índices subiram 3,72% em igual período.

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Porém, apesar da forte alta do benchmark da bolsa brasileira neste período, vale ressaltar: após a forte queda de 15,5% em 2013 – e de ter o pior desempenho entre as principais bolsas do mundo – o índice apenas zerou as perdas em 2014, após registrar fortes baixas no início do ano. Entre os 21 países que compõem o índice MSCI Emergentes, passou do terceiro pior desempenho para o oitavo pior. 

Confira o desempenho do Ibovespa com os principais índices mundiais: 

Rankingbolsas

Fonte: Bloomberg e XP Investimentos

*TSX – Toronto Stock Exchange, índice referência do Canadá
*Nasdaq – reúne as ações das principais empresas de tecnologia 
*S&P500 – índice composto por 500 ativos qualificados devido ao tamanho de mercado, liquidez e representação
*Dow Jones – é calculado com base na cotação das ações de 30 das maiores empresas dos EUA
*Stoxx 50 – índice de bolsa composto por ações da zona do euro
*FTSE 100 – índice com 100 ações representativas da Bolsa de Valores de Londres
* CAC 40 – índice com as ações de 40 maiores empresas da França
* DAX –  índice que reúne as 30 maiores empresas da Alemanha
* IBEX 35 – principal benchmark da bolsa espanhola
* Nikkei 225 – principal benchmark da bolsa de Tóquio
*Hang Seng – referência da bolsa de valores de Hong Kong
*ASX 200 – principal indicador do mercado de ações da Bolsa de Valores de Austrália
* Shangai – índice de referência da Bolsa de Valores de Shangai 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.