Ibovespa de cara nova deve trazer troca de empresas “X” e mais novidades; confira

Nova carteira marca primeira vez que nova metodologia para o índice estará totalmente implementada; analistas de grandes bancos fazem suas apostas, com destaque para saída de antiga LLX e entrada de MMX

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A BM&FBovespa divulgará a primeira prévia de sua carteira teórica que vigorará entre maio e agosto no dia 1º de abril, sendo a primeira vez que a nova metodologia para do índice estará totalmente implementada. A nova metodologia tem como uma das principais alterações a ponderação pelo valor de mercado e deixará de ser um índice baseado somente em liquidez. E, com as alterações totalmente implementadas, os analistas do BTG Pactual, Santander, HSBC e Citi, algumas mudanças devem ocorrer. 

A mais marcante é que o novo Ibovespa deve registrar uma troca entre as “ações X”. Enquanto as ações da MMX Mineração (MMXM3) devem voltar ao índice, com um peso de 0,02%, os papéis da antiga LLX Logística (LLLX3), atual Prumo, devem deixar o benchmark da bolsa, conforme apontam três instituições financeiras. Em relatório, os analistas do BTG ainda avaliam que a saída do ativo deve gerar uma pressão de venda por parte de fundos indexados ao índice da ordem de 5 dias de negociação, o que considera o volume diário do papel de cerca de R$ 4 milhões. 

Por outro lado, a analista do Santander, Renata Cabral, não coloca a entrada da MMX no cenário-base para o novo Ibovespa. “Depois de uma exclusão inesperada no rebalanceamento de janeiro de 2014, existe uma pequena probabilidade de que a MMX possa ser incluída novamente no Índice Bovespa. Não há uma convicção forte em termos do volume negociado ou sobre a interpretação que a Bovespa pode dar a esse caso, portanto, a inclusão da MMX não está em nosso cenário básico”, afirma. Já Renata acredita que a Prumo deve ser excluída devido à cláusula de “penny stocks”, devendo sair do índice se o preço médio ponderado de janeiro a abril for inferior a R$ 1. 

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Outras apostas dos bancos
Com relação às outras inclusões do índice, há maior divergência entre as instituições. Os analistas do Citi, Stephen Graham e Fernando Siqueira, acreditam que a Raia Drogasil (RADL3) deve ser a companhia com a maior probabilidade de entrar no índice, assim como o HSBC e o Santander.

Os analistas do HSBC acreditam ainda que as ações da Multiplan (MULT3) podem entrar no índice, além dos ativos RADL3 e MMXM3. Além da Raia Drogasil, a analista do Santander espera a entrada dos ativos da Marcopolo (POMO4). “Se esse cenário se concretizar, essas adições devem melhorar a diversificação do Ibovespa em direção a ações ligadas à economia doméstica”, afirma Renata Cabral, do Santander.

Graham e Siqueira, por sua vez, também veem chances, além de Raia Drogasil, Multiplan, Marcopolo e MMX, espaço para a Arteris (ARTR3) entrar no índice, enquanto só a ex-LLX sairia. Já dentre as que apostam em mais exclusões, está o HSBC, que aposta na saída da Dasa (DASA3). 

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Bancos e alimentos ganham; construtoras e siderúrgias perdem
Enquanto isso, os bancos devem ganhar participação no índice, com ganhos de 3,8 pontos percentuais. O Itaú Unibanco (ITUB4) deve ter a maior participação, ganhando 2,3 pontos percentuais para os ativos PN, enquanto o Bradesco (BBDC4) deve ver seus papéis PN registrarem alta de 1,3 ponto percentual na participação do índice, segundo projeções do BTG. 

O setor de alimentos e bebidas também deve ganhar. Ambev (ABEV3) e BRF (BRFS3) devem ver seus papéis registrarem alta na participação de, respectivamente, 1,8 e 1,1 ponto percentual. 

Enquanto isso, os setores de construção civil e de siderurgia devem registrar as maiores perdas de participação. Dentre as construtoras, a perda de participação deve ser de 3 pontos percentuais, com a PDG Realty (PDGR3), MRV Engenharia (MRVE3), Gafisa (GFSA3) e Cyrela (CYRE3). Já o setor siderúrgico deve ver sua participação cair 0,8%, com queda de 0,4 ponto percentual para as ações PNA da Usiminas (USIM5) e PN da Gerdau (GGBR4). Energia vem em seguida, com uma diminuição de participação de 0,7 ponto percentual. 

Os maiores vencedores e perdedores, segundo o Santander:

PerdedorVencedortabela

De olho no calendário
A primeira prévia do índice será divulgada no dia primeiro de abril, a segunda no dia 16 do mesmo mês e a terceira no dia 2 de maio. A carteira passará a valer a partir do dia 5 de maio. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.