Ibovespa sobe 3.000 pontos em 6 pregões e “encosta” nos 48.000 pontos

Nesta segunda-feira, índice subiu 1,29%, enquanto bolsas dos EUA caíram pelo 2º dia; Itaú, Bradesco e Petrobras subiram mais de 2% e colaboraram para a forte alta

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Para os mais pessimistas, um repique sem fim; para os otimistas, um alívio após o forte desconto desde novembro. Sem tempo para interpretações e se afastando do desempenho das principais bolsas internacionais no dia, o Ibovespa alcançou seu sexto pregão seguido de alta nesta segunda-feira (24), ao fechar com ganhos de 1,29% a 47.993 pontos, recuperando 3.000 pontos do começo da semana passada para cá. Ao contrário dos últimos dias, quando as estatais foram as protagonistas, nesta sessão os bancos privados também colaboraram para o forte desempenho. O giro financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 5,59 bilhões.

Do lado do setor financeiro, ganharam destaque as ações de Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC3; BBDC4), dois dos bancos cujos presidentes estiveram presentes em encontro marcado pela presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda Guido Mantega – também participaram os líderes de Santander Brasil (SANB11) e HSBC Brasil -, segundo informações da Agência Estado. Além disso, ainda no noticiário setorial, vale ressaltar o maior otimismo expresso pelo Credit Suisse sobre os bancos privados em relatório, tendo elevado a recomendação de Bradesco para “overweight”, colocando-o como top pick do setor.

O sexto dia de alta do Ibovespa, que contou com apenas 6 de suas 72 ações terminando o dia com quedas superiores a 1%, não foi acompanhado pelos principais índices acionários na Europa e Estados Unidos, em meio aos dados macroeconômicos apontando para desaceleração da manufatura na maior economia do mundo e bancos afirmando que a economia russa entrará em recessão. Vale lembrar ainda que na semana passada a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, assustou os investidores ao falar que a alta de juros na economia norte-americana pode vir até 6 meses após o fim do programa de estímulo quantitativo.

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Ainda no radar, a China mais uma vez decepcionou com o PMI (Índice de Gerente de Compras) ficando em 48,1 no mês de fevereiro, ante 48,5 no mês anterior – o 5º mês consecutivo de queda e o menor patamar em 8 meses. Os fracos dados da atividade industrial do país, por sua vez, aumentaram a expectativa dos investidores de que o governo renovará sua política de estímulos para combater a desaceleração da economia na China. Os investidores ainda assimilaram positivamente a notícia de que o gigante asiático tenha autorizado algumas empresas locais levantem fundos através da venda de ações preferenciais, o que foi visto como uma vitória para as instituições financeiras, que procuram aumentar as suas reservas de capital.

Acompanhando o movimento positivo da Bovespa, o dólar voltou a cair, depois de apresentar recuo de 1,07% na semana passada. Nesta segunda-feira, a moeda americana depreciou 0,17% ante o real, fechando cotada a R$ 2,3225 na venda, indicando um possível aumento de confiança do investidor estrangeiro na economia brasileira e um acomodamento da divisa em um patamar bem mais distante dos R$ 2,40, visto como espécie de “divisor de águas” pelos especialistas de câmbio.

Destaques do pregão
Como outros destaques de alta, figuraram as ações da Cesp (CESP6, R$ 25,88, +4,99%), que registraram fortes ganhos após o resultado do quarto trimestre da geradora de energia, beneficiada pelos preços de eletricidade no curto prazo, assim como por sua proposta de dividendos, no valor de R$ 1,04 bilhão. Após a divulgação dos números, o UBS seguiu com recomendação neutra para os ativos, mas elevou o preço-alvo de R$ 22,00 para R$ 25,00.

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Após chegar a registrar leves perdas, a Petrobras (PETR3, R$ 13,94, +3,26%; PETR4, R$ 14,40, +2,71%) viu seus papéis virarem e figurarem entre os maiores ganhos do índice nesta sessão. No agitado noticiário da companhia, destaque para os documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo que revelaram que a estatal abriu mão de penalidades que exigiria da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo Brasil para o projeto e o começo das obras na Refinaria Abreu e Lima.

Informações negativas à primeira vista para a companhia curiosamente têm impulsionado suas ações na bolsa, tendo em vista a maior esperança dos investidores de que medidas sejam tomadas pela estatal em prol de melhoras operacionais e estratégicas.

As ações da Oi (OIBR4, R$ 3,58, +1,13%), que chegaram a subir 5,37% no intraday, amenizaram os ganhos no fechamento. No noticiário da companhia vale destacar a informação de que bancos se unirão para levantar o capital da empresa. Segundo informações da DowJones Newswires, um grupo de cinco bancos estaria liderando os planos da Oi para levantar bilhões de dólares em capital.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 DASA3 DASA ON 14,70 +5,00 +0,96 1,04M
 CESP6 CESP PNB 25,88 +4,99 +15,43 96,66M
 ITSA4 ITAUSA PN 8,81 +3,77 +1,27 145,36M
 BBDC3 BRADESCO ON 30,50 +3,74 -3,70 30,11M
 PETR3 PETROBRAS ON 13,94 +3,26 -12,82 211,75M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 TIMP3 TIM PART S/A ON 11,37 -2,07 -7,79 39,07M
 GFSA3 GAFISA ON 3,15 -1,87 -10,76 24,81M
 ALLL3 ALL AMER LAT ON 7,17 -1,38 +9,30 22,74M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 12,94 -1,22 -12,57 26,21M
 AEDU3 ANHANGUERA ON 12,29 -1,13 -17,52 58,03M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 14,40 +2,71 483,50M 461,73M 43.981 
 VALE5 VALE PNA 27,16 -0,15 430,15M 434,52M 24.627 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 32,27 +2,90 342,74M 283,98M 25.035 
 BBDC4 BRADESCO PN 29,04 +2,80 298,40M 214,91M 30.464 
 PETR3 PETROBRAS ON 13,94 +3,26 211,75M 159,07M 23.456 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 16,76 +0,60 146,97M 147,72M 27.301 
 ITSA4 ITAUSA PN 8,81 +3,77 145,36M 130,06M 28.163 
 VALE3 VALE ON 30,58 +0,49 135,51M 162,12M 12.632 
 ESTC3 ESTACIO PART ON 21,95 +2,43 131,10M 59,40M 12.720 
 BRFS3 BRF SA ON 43,97 -0,07 128,71M 132,61M 8.155 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Agenda econômica
No campo econômico nacional, destaque para o relatório Focus, que aumentou a projeção para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014 para 6,28% ante 6,11%. A expectativa para a Selic aumentou de 11% para 11,25%.

Ainda entre os indicadores brasileiros, o dia também contou com a divulgação da balança comercial, feita pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Na terceira semana de março, as importações voltaram a superar as exportações, acumulando déficit de US$ 461 milhões no período, fator que anulou o superávit de US$ 401 milhões das duas primeiras semanas do mês.

No exterior, as tensões envolvendo Ucrânia e Rússia seguiram no radar. O presidente dos EUA, Barack Obama, irá se reunir com o G7 para discutir a situação dos dois países e tentar impedir um movimento maior de militares. Com isso, os índices registravam leve queda.

Dados divulgados na Europa, nesta segunda-feira, também deixaram os investidores mais cautelosos. Na Alemanha, dados mostraram que a atividade empresarial desacelerou para 55 em março. Já na França, o PMI Composto atingiu 51,6 no mês, ante 47,9, ficando acima das expectativas do mercado. O índice atingiu sua taxa mais acentuada de expansão em 31 meses.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.