Após volatilidade com Petrobras e Vale, Ibovespa ganha forças com EUA

Expectativa por novos estímulos da China animam ações de siderúrgicas na bolsa, enquanto bancos também dia de alta; no radar econômico, Focus aumenta previsão para Selic e inflação em 2014

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após subir 5,4% na semana anterior, o Ibovespa segue com movimento de ganhos no início desta segunda-feira (24), em meio à alta das ações de blue chips. O benchmark da bolsa registrava alta de 0,82%, a 47.770 pontos, às 10h38 com as ações de siderúrgicas registrando ganhos em meio à expectativa por novos estímulos da China, apesar dos dados negativos de produção industrial do gigante asiático. Enquanto isso, os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) e da Vale (VALE3;VALE5), que abriram em alta, viraram para leve queda e chegaram a restrigir os ganhos do índice, mas logo viraram para ganhos. A abertura dos EUA também contribuiu para que o índice ganhasse forças após chegar a zerar ganhos na primeira meia hora do pregão. Além de siderúrgicas, o índice também é puxado por bancos. 

A petrolífera brasileira segue no holofote dos mercados. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que a estatal abriu mão de penalidades que exigiria da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo Brasil para o projeto e o começo das obras na Refinaria Abreu e Lima. 

No campo econômico nacional, destaque para o relatório Focus, que aumentou a projeção para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014 para 6,28% ante 6,11%. A expectativa para a Selic aumentou de 11% para 11,25%. 

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Chama a atenção ainda a temporada de resultados, com a Cesp (CESP6) vendo seu lucro de R$ 59,7 milhões do quarto trimestre de 2012 virar um prejuízo de R$ 990,5 milhões nos três últimos meses do ano passado. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativa em R$ 1,183 bilhão entre outubro e dezembro, ante resultado positivos de R$ 402,253 milhões no mesmo período de 2012. Já a Cemig (CMIG4) teve queda de 27,3% no lucro líquido de 2013, a R$ 3,1 bilhões, mas registrou aumento na geração de caixa diante de receitas maiores e redução de custos operacionais. Em 2012, a empresa tinha registrado um lucro de R$ 4,2 bilhões, resultado afetado por efeito extraordinário de liquidação antecipada de dívida pelo governo do Estado de Minas Gerais com a companhia. As ações da Cesp têm leves ganhos de 0,77%, a R$ 24,84, enquanto os ativos da Cemig têm queda de 0,36%, a R$ 13,85. 

Enquanto isso, os bancos também têm alta, com destaque para as ações do Bradesco (BBDC3, R$ 29,84, +1,50%; BBDC4, R$ 28,53, +0,99%), que passou a ser a ação favorita do Credit Suisse no setor bancário

O noticiário externo também é movimentado, em meio aos dados econômicos chineses fracos, mas a expectativa por mais estímulos por parte do gigante asiático, enquanto a Crimeia segue sendo um fator de pressão.  O PMI (Índice de Gerente de Compras) chinês da segunda maior potência mundial ficou em 48,1 no mês de fevereiro, ante 48,5 no mês anterior. Os dados mostram uma diminuição pelo quinto mês consecutivo e atingiram seu menor patamar em 8 meses. 

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Os fracos dados da atividade industrial do país, aumentaram a expectativa dos investidores de que o governo renovará sua política de estímulos para combater a desaceleração da economia na China. Os investidores ainda assimilaram positivamente a notícia de que o gigante asiático tenha autorizado algumas empresas locais levantem fundos através da venda de ações preferenciais, o que foi visto como uma vitória para as instituições financeiras, que procuram aumentar as suas reservas de capital. 

Europa e Ásia
Em meio a esses sinais, o índice de Shangai Composto encerrou o pregão com alta de 0,91%, enquanto o Hang Seng liderou os ganhos no continente 
e terminou o dia 1,91% positivo. Já o benchmark japonês, o Nikkei, abriu a semana em forte alta de 1,76%, ignorando os fracos dados da China. 

Já na Europa, as bolsas do continente abriram a semana em queda, reagindo também aos fracos dados da China, mas de forma negativa. Os investidores seguem cautelosos com uma possível desaceleração na segunda maior economia do mundo, após muitos dados divulgados saírem abaixo do esperado pelo mercado.

Além disso, as tensões envolvendo Ucrânia e Rússia seguem no radar. O presidente dos EUA, Barack Obama, irá se reunir com o G7 para discutir a situação dos dois países e tentar impedir um movimento maior de militares. Com isso, os índices registravam leve queda. 

Dados divulgados nesta segunda-feira, também deixaram os investidores mais cautelosos. Na Alemanha, dados mostraram que a atividade empresarial desacelerou para 55 em março. Já na França, o PMI Composto atingiu 51,6 no mês, ante 47,9, ficando acima das expectativas do mercado. O índice atingiu sua taxa mais acentuada de expansão em 31 meses. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.