Conselho pede que Petrobras reduza alavancagem; OGX e mais 10 no radar

Entre os destaques, Anhanguera tem queda de 84,4% no lucro no quarto trimestre; OGX estende acordo em Tubarão Azul

Paula Barra

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SÃO PAULO – A semana inicia agitada no mercado brasileiro, em meio ao noticiário corporativo e continuidade da temporada de resultados do quarto trimestre. Chama atenção nesta manhã uma notícia envolvendo a Petrobras (PETR3; PETR4).

Numa advertência raramente registrada num documento público, o conselho fiscal da estatal de petróleo pediu que a administração da empresa faça fortes esforços para cortar sua dívida, sob o risco de rebaixamento da nota de crédito por agências de classificação de risco. O recado do órgão responsável por fiscalizar o trabalho dos administradores da estatal foi registrado em ata de reunião realizada no dia 25 de fevereiro, mas divulgada ao mercado apenas na última sexta-feira na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Foi uma clara mensagem ao governo, controlador da empresa de capital misto, sobre pressão na companhia, que tem investido mais do que gerado caixa. Apenas no ano passado, a dívida líquida subiu para mais de 3,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), um nível mais de 40% acima da meta da empresa de 2,5 vezes o Ebitda. Com R$ 114,3 bilhões em dívida no fim de 2013, a Petrobras é a petroleira mais endividada do mundo, segundo dados da Thomson Reuters.

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Anhanguera tem queda de 84,4% no lucro
Entre a temporada corporativa, a Anhanguera Educacional (AEDU3) divulgou nesta segunda-feira queda de 84,4% no lucro líquido do quarto trimestre ante igual período de 2012, a R$ 2,7 milhões, impactada por piora nos resultados financeiros, pagamento de impostos e pelas despesas de depreciação e amortização. No período, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 69,6 milhões, alta de 37,1% na comparação anual.

Entre outubro e dezembro, o resultado financeiro foi negativo em R$ 33,2 milhões, um aumento de 52,6% sobre o mesmo trimestre do ano anterior, afetado por despesas com juros e pela variação cambial em relação à dívida exposta ao euro, disse a Anhanguera.

Lucro da Alpargatas cresce no trimestre
Já a Alpargatas (ALPA3), dona da Havaianas, reportou lucro líquido consolidado de R$ 72,7 milhões no quarto trimestre de 2013, resultado 9,7% maior do que no mesmo período de 2012. No acumulado de 2013, o lucro da companhia de calçados chegou a R$ 310 milhões, crescimento de 10,7% na comparação com o ano anterior. O Ebitda da Alpargatas entre outubro e dezembro foi de R$ 136,2 milhões, crescimento de 5,2% ante os mesmos meses de 2012. Em doze meses, o Ebitda da companhia alcançou R$ 494,4 milhões, aumento de 19,5%.

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Lucro da Eternit cai 12,8% no 4° tri
Ainda entre os balanços, a Eternit (ETER3) informou que no quarto trimestre teve receita líquida consolidada de R$ 253,2 milhões, praticamente estável quando comparado com o mesmo período de 2012. O lucro líquido, por sua vez, caiu 12,8% na mesma base de comparação, para R$ 25,275 milhões. O Ebitda ficou em R$ 42,326 milhões, queda de 21%. 

Metal Leve vê queda de 40,3% no lucro
Por fim, a Mahle Metal Leve (LEVE3) comunicou que entre os meses de outubro e dezembro do ano passado registrou uma receita líquida de vendas de R$ 570,4 milhões, crescimento de 2,4% na comparação com o quarto trimestre de 2012. Enquanto isso, o lucro líquido caiu 40,3%, para R$ 37,4 milhões.

OGX estende acordo em Tubarão Azul
Após o fechamento do mercado desta sexta-feira, a OGpar, antiga OGX Petróleo (OGXP3), comunicou ao mercado uma nova extensão no acordo que a companhia tem com a OSX Brasil (OSXB3) em relação ao período de teste no Campo de Tubarão Azul. Segundo comunicado, os testes irão continuar até 21 de março. 
A OGX ainda ressaltou que permanece em processo de negociação de acordos e de buscar consentimentos que permitam a retomada da produção neste campo. Porém, a empresa afirma que a retomada ainda está sujeita a determinadas condições, como a assinatura de um novo acordo prevendo todas as condições operacionais e financeiras entre todas as partes envolvidas.

MMX ratifica contratos com a CSN
Enquanto isso, o conselho de administração da MMX Mineração (MMXM3) aprovou, por unânimidade, a assinatura de um terceiro aditivo ao contrato firmado entre a Porto Sudeste – antiga MMX Porto Sudeste – e a Defex referente a aquisição de empilhadeiras e recuperadoras de minério de ferro para o Porto Sudeste. Além disso, também foi aprovado outro aditivo, dessa vez em relação ao contrato entre a PortCo, a Defex e a Taim Cade sobre a aquisição de correias transportadoras de minério de ferro. Entre outras aprovações, o conselho ratificou três outros contrados envolvendo a MMX Sudetes: um de serviços com a Companhia Portuária Baía Sepetiba referente ao embarque de minério de ferro; outro com a Nacional Minérios sobre a venda de minério de ferro; e um último com a CSN também referente ao embarque de minério de ferro.

Brookfield marca nova AGE sobre OPA
Por falta de quórum 
na última sexta-feira, a AGE (Assembleia Geral Extraordinária) da Brookfield (BISA3) para tratar da intenção do acionista controlador Brookfield Brasil Participações de realizar a OPA (Oferta Pública de Aquisição) foi novamente convocada para o dia 14 de abril. Nessa assembleia os acionistas vão selecionar a empresa responsável pela elaboração do laudo de avaliação das ações da companhia, são eles: HSBC, Santander e BES. Outro assunto será a saída da companhia do Novo Mercado e a conversão de seu registro de categoria A para categoria B, ambas condicionadas à realização da OPA.

Disputa entre ALL e Rumo chega ao Congresso
A ALL (ALLL3) levou a disputa com a Rumo ao Congresso, informou o Valor. Na próxima quarta-feira, a Comissão de Agricultora da Câmara dos Deputados vai votar um requerimento para apuração imediata do contrato com a Rumo, empresa de logística da Cosan (CSAN3), detém para o transporte de açúcar na ferrovia da ALL. Se for aprovado, o pedido feito pelo deputado Moreira Mendes (PSD-RO) pode obrigar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a instaurar processo administrativo com imposição de medida preventiva para sustar os termos do contrato. A ALL defende a revisão do contrato com a Rumo. Segundo a ALL, a Rumo não teria condições de escoar toda a quantidade que requer em contrato, enquanto a Rumo insiste em dizer que tem condições de utilizar a capacidade contratada.  

Fleury não confirma transação com Gávea
A Fleury (FLRY3) prestou esclarecimentos na última sexta-feira do teor da notícia veiculada no Valor, da última quinta-feira, que apontava que a transação de compra da Gávea pela empresa girava em torno de R$ 1,5 bilhão. O controlador direto da Fleury, Core Participações, disse que não há, no momento, definições sobre os termos e condições de uma potencial transação, nem definição sobre a realização ou não de tal transação. Segundo a XP Investimentos, o esclarecimento pode gerar uma pressão negativa nos papéis da Fleury, que vinham sendo movimentados em cima de expectativas sobre a conclusão da operação. 

Cemig eleva participação na Santo Antonio Energia
A Cemig (CMIG4) informou na última sexta-feira que elevou participação na Santo Antonio Energia, hoje em 10%. A operação ocorreu com a aquisição, por meio do FIP Melbourne, no qual a Cemig GT é cotista, de 83% do capital total e 49% das ações com direito a voto da SAAG Investimentos, detidas pela Andrade Gutierrez Participações. O preço da aquisição será de R$ 835.384.911,00 e, até a data da conclusão da transação, a SAAG deterá 12,4% de participação na Madeira Energia, mais conhecida como Santo Antonio Energia. 

Segundo avaliação da XP Investimentos, essa é mais uma aquisição que visa o crescimento de capacidade de geração de energia da empresa no longo prazo, que está em linha com aquilo que a administração da empresa já havia informado que iria buscar. Essa aquisição de outros 12,4% da Santo Antonio Energia adiciona algo em torno de 440 MW de potência instalada para a Cemig, o que corresponde a 6,4% de sua capacidade de geração total, comentaram os analistas. 

Conselho da Minerva aprova contrato de swap 
O conselho de administração da Minerva (BEEF3) aprovou a celebração de troca de de resultados de fluxos financeiros futuros (swaps) com o Credit Suisse Próprio Fundo de Investimento Multimercado. Os contratos de swap estabelecem que o retorno da companhia será equivalente à variação do preço das ações de emissão da companhia (BEEF3) e o retorno do Credit Suisse será equivalente a 100% da variação do CDI no prazo ajustado, acrescido de um spread pré-determinado, a ser negociado entre a companhia e o Credit Suisse. Os contratos serão celebrados dentro dos próximos noventa dias, sendo que sua data inicial será estabelecida pelo Credit Suisse, em conjunto com a companhia, e o prazo máximo de cada contrato será de dois anos. O valor nocional total não ultrapassará R$ 80 milhões (5,5% do valor de mercado da empresa).

(Com Reuters)